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AIG inspira debate sobre risco em evento mundial

Fonte: Valor Econômico

A AIG era a maior companhia seguradora do mundo antes da crise financeira, mas tornou-se o maior resgate financeiro do mundo, lançando uma longa sombra sobre o setor.

A amarga ironia para o resto do setor de seguros é que o tradicional setor de seguros da companhia dos EUA nada teve a ver com seu fracasso. Foi um negócio de derivativos de crédito desregulamentado situado em Londres o que fez o edifício vir abaixo.

O colapso da AIG, mesmo assim, criou graves entraves para reguladores e executivos do ramo de seguros, à medida que eles tentam convencer os políticos e o público de que as seguradoras de grande porte não deveriam ser penalizadas pela criação de um regime de estabilidade financeira de todo o sistema.

A Associação Internacional de Supervisores de Seguros (IAIS) diz que seus membros precisam apresentar urgentemente uma visão mais sofisticada dos riscos do setor, para que ela possa justificar a sua posição perante os legisladores. Muitos estão esperando fazer progresso considerável para chegar a um entendimento nesses temas, no encontro mundial anual dos supervisores, que acontecerá em Dubai, nessa semana.

Howard Mills, sócio da Deloitte nos EUA e ex-supervisor do setor de seguros em Nova York, diz que o principal problema é que o público não entende como funciona o seguro. As pessoas têm a impressão de que as grandes seguradoras são sistemicamente definitivamente arriscadas e os políticos estão reagindo definitivamente a isso, ele diz.

John Huff, diretor do departamento de seguro de Missouri, também admite essa dificuldade. Pessoas que gostariam de colocar parte da culpa no setor de seguro apontam para a AIG, mas não foram as subsidiárias das seguradoras aquelas que derrubaram a companhia, diz Huff, que representará os reguladores das seguradoras do Estado no novo comitê de supervisão da estabilidade financeira criado pela lei Dodd-Frank.

Precisamos nos assegurar de que qualquer reforma regulatória dos serviços financeiros que seja promovida não enfraqueça outras partes do sistema [que funcionam]. O tema tornou-se premente para o setor de seguros, agora que muitas das questões regulatórias mais urgentes para o setor bancário já foram solucionadas com as regras de capital da Basiléia III.

Os reguladores financeiros estão voltando as suas atenções na direção de novas regras para monitorar estabilidade financeira e riscos sistêmicos através da chamada supervisão macro-prudencial, que tem por meta estipular níveis seguros de capital e regras operacionais para a totalidade do sistema financeiro, em vez de apenas para setores isolados.

Yoshihiro Kawai, secretário-geral do IAIS, argumenta que os reguladores da indústria do seguro devem desenvolver uma supervisão melhor e lidar com lacunas existentes em toda a área de supervisão do setor financeiro.

Precisamos de uma visão mais ampla não só das seguradoras, mas do conjunto da economia e da escalada potencial do risco na sua totalidade, ele diz.

Supervisores de seguro deveriam ter uma visão global, não só instantânea, dos mercados de seguro.

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