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Vendas de seguros reagem no 2o trimestre

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Seguradoras recuperam as perdas do primeiro trimestre, ao captar receita de R$ 42,3 bilhões. Várias
importantes carteiras de riscos corporativos também crescem, apesar da retração na indústria

Enquanto as previsões de analistas são de que a economia nacional fecha o segundo trimestre em retração, a atividade de seguros aponta expressivo crescimento, depois de começar o ano em ritmo de desaceleração: a receita de janeiro ficou 30% abaixo da captada em junho. Com faturamento (prêmios diretos) de R$ 42,314 bilhões, as seguradoras deram salto de quase 28% de abril a junho, sobre os três meses iniciais do ano, quando faturaram R$ 33,097 bilhões.

Sem o VGBL, o mercado ainda assim exibe crescimento, na casa de 8% no segundo trimestre, tendo como base os três meses iniciais do ano, segundo mostram os dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que exclui o ramo saúde. Os números oficiais mostram que a evolução do segundo trimestre foi fortemente influenciada pelo VGBL, um plano previdenciário que captou R$ 19,851 bilhões, o equivalente a 47% do faturamento do mercado segurador no período. O produto cresceu a 61,3% sobre o primeiro trimestre do ano, meses em que a receita cravou em R$ 12,309 bilhões.

Apesar de um oscilante desempenho do comércio varejista - em junho, nove das dez atividades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recuaram - pelo menos uma das três modalidades de seguros ligadas diretamente ao consumo cresceu no segundo trimestre no confronto com os três meses iniciais do ano. A alta, inclusive significativa, foi verificada no seguro prestamista, de 18,2%, ao movimentar prêmios de R$ 2,058 bilhões. Já a receita de R$ 783,3 milhões da garantia estendida, também afetada com denúncias de venda casada nas varejistas, recuou 4,1%, e o seguro de crédito pessoa física, abalado pelos índices de inadimplência, caiu 5,7%, aos R$ 15,9 milhões.

Riscos corporativos

Se o comércio caminhou em ritmo pouco animador, os sinais de que a indústria brasileira está encolhendo são bem mais nítidos - o IBGE aponta queda na produção de 2,6% no semestre. Ainda assim, importantes seguros dos chamados riscos corporativos avançaram no segundo trimestre, alguns a passos largos em relação ao primeiro trimestre. Pelos dados da Susep é possível observar o desempenho de pelo menos 11 modalidades de negócios - juntas movimentaram no segundo trimestre R$ 5,065 bilhões - em meio a essa conjuntura desfavorável. Seis dessas carteiras apresentaram retração, que foi de 29,9% na responsabilidade civil geral, 28,7% no seguro de executivos, chamado de D&O (na sigla em inglês), e de 27,4% na garantia contratual (setor público e privado). Foram as três piores quedas do período.

Tal recuo foi acompanhado também pelo seguro de lucros cessantes (2,7%) e de riscos de engenharia (1,8%). O seguro de transporte de mercadoria seguiu igualmente à retração da indústria e caiu no segundo trimestre 2,5%, na soma das coberturas de cargas em deslocamento no País, importação, roubo e responsabilidade civil do transportador rodoviário.

Nos demais segmentos, a expansão no segundo trimestre variou, em relação aos três primeiros meses do ano, de 0,5%, caso dos pacotes empresarias, a 80,1%, exibido pelo seguro do meio ambiente (poluição ambiental). Outro salto expressivo, de 29,5%, foi o do seguro de riscos diversos, entre os quais tem peso a proteção a equipamentos. Ao largo do fraco desempenho da economia, também passaram, com alta de 5,7%, os riscos operacionais e o de vida em grupo, que avançou 5,1%.

Com menos 7,6% de unidades emplacadas no semestre no País, conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as seguradoras não foram abatidas pela crise do setor automotivo brasileiro e aumentaram as vendas no segundo trimestre do seguro de automóvel, de frota e individual (os números da Susep não permitem fazer distinção). A alta foi de 7,8% sobre o primeiro trimestre do ano, com receita superior a R$ 7,803 bilhões nas coberturas de casco, acidentes pessoais de passageiros, assistência e responsabilidade civil facultativa.

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