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Com crise e desemprego em alta, Porto Seguro projeta mais roubos de veículos

Fonte: O Financista


SÃO PAULO – Líder do segmento de seguro de automóveis no Brasil, a Porto Seguro não vê condições de mercado para que as seguradoras reduzam o preço das coberturas neste ano. Isso porque há a expectativa de que a frequência de roubos e furtos de carros cresça em 2016, o que aumenta a despesa das seguradoras com o pagamento de indenizações.

O diretor financeiro e de relações com investidores da Porto Seguro, Marcelo Picanço, observa que há uma correlação entre a taxa de desemprego do país e o aumento da violência. “Há uma tendência de aumento da violência neste ano, que pode aumentar a frequência de roubo e furto de automóveis”, afirma. “Vai depender da economia. Teremos dois ou três anos de PIB negativo, não é uma recessão qualquer.”

O preço do seguro de automóvel é formado principalmente por duas variáveis: a incidência de roubo e furto e a inflação de peças e serviços de reparos de automóveis, já que uma das principais coberturas é para a colisão do veículo.

Picanço observa que, na média do mercado, os preços de seguros de automóveis ficaram estáveis no ano passado, após dois anos de altas com as seguradoras recompondo margens. No fim do ano, porém, ele observou que algumas companhias de seguros foram comercialmente mais agressivas e reduziram os seus preços.

“Não vejo espaço para queda de preços neste ano. Muitas empresas precificam olhando para o retrovisor. Mas com a crise e o aumento do desemprego é importante que o preço do seguro esteja adequado”, diz o diretor da Porto.

Vendas de veículos

A queda nas vendas de veículos novos impacta o volume de veículos vendidos em todo o mercado. Segundo Picanço, “nos bons tempos”, os veículos novos chegam a representar 10% das vendas de seguros. Mas com a queda nas vendas de veículos zero quilômetro esse percentual também caiu.

Segundo ele, uma queda pontual nas vendas de veículos não compromete os resultados das seguradoras, mas se ela persistir por muitos anos seguidos o setor será mais impactado. Isso porque as seguradoras costumam fazer seguro para carros com até dez anos de idade. “Se o problema das vendas se prolongar por cinco anos a frota de carros envelhece e sai da janela coberta pelo seguro”, explica Picanço.

A Porto Seguro aumentou a frota segurada em 200 mil carros no ano passado, totalizando 5,2 milhões de automóveis cobertos. A seguradora apresentou, na semana passada, os resultados do quarto trimestre, quando alcançou lucro líquido de R$ 292 milhões, 5,9% maior do que um ano antes. No ano, o lucro líquido recorrente foi de R$ 1 bilhão, um crescimento de 14,4% sobre 2014.


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