Com apenas 10 anos de casa, Albernaz assume comando da Bradesco Seguros

Fonte: Valor Econômico
Por Daniela Meibak | De São Paulo
Ana Paula Paiva/Valor

Vinicius Albernaz deixa o comando da Bradesco Asset Management e assume presidência da Bradesco Seguros
A indicação de Vinicius Albernaz à presidência da Bradesco Seguros quebra a tradição de liderança de executivos criados dentro de casa. Ele assume a posição com cerca de dez anos de trabalho dentro da instituição financeira, depois de passagens por Icatu, Credit Suisse e GP Asset.

O economista, com 47 anos, começou a sua história no Bradesco em 2007 ao ingressar na divisão de banco de investimento, passando para a tesouraria dois anos depois. Chegou à diretoria em 2011, passou pela seguradora em 2013 e desde 2016 era diretor-superintendente da Bradesco Asset Management (Bram).

A seguradora, que responde por um terço dos números do banco, tem formado presidentes da instituição financeira. Esse é o caso de Octavio de Lazari Junior, que deixou o posto recentemente para assumir a presidência do Bradesco, e de Luiz Carlos Trabuco Cappi, o presidente anterior. Nos dois casos, no entanto, os executivos possuíam mais de 40 anos de casa.

A indicação já marca o início da gestão de Lazari à frente do conglomerado e dá sinais de como deve ser o estilo do novo presidente. A passagem de Albernaz pela seguradora foi curta e focada na gestão das reservas técnicas. Ele volta para o negócio exatamente no momento em que o resultado financeiro perde peso no balanço da seguradora na esteira da queda da taxa de juros.

Em 2017, o faturamento da Bradesco Seguros totalizou R$ 76,3 bilhões, alta de 6,8% na comparação com o ano anterior, com lucro de R$ 5,53 bilhões, leve queda de 0,3%. O resultado financeiro caiu 10% e totalizou R$ 5,49 bilhões. Os números foram puxados sobretudo pelas operações de vida e previdência e saúde.

Na Bram, Albernaz substituiu Reinaldo Le Grazie, que saiu da gestora para assumir a diretoria de política monetária do Banco Central. Ele liderou a integração com o HSBC, operação que elevou, na ocasião, a posição da asset para a vice-liderança do ranking de gestão de recursos, segundo a Anbima, com a incorporação ao seu portfólio de R$ 79 bilhões, para um total de ativos de R$ 567 bilhões em maio de 2017. Na liderança, estava a BB DTVM, com R$ 792,9 bilhões, e o Itaú vinha na terceira posição, com R$ 557,7 bilhões de patrimônio.

Albernaz é formado em economia pela PUC do Rio e passou pelo Advanced Management Program do ISE-IESE.

No lugar Albernaz, assume Ricardo Almeida, diretor de investimentos da Bram. Almeida, que ingressou na Bram em 2015 como superintendente de renda variável, é formado em economia pela PUC do Rio e fez mestrado em finanças pelo Ibmec-SP e MBA pela Carson School. Antes do Bradesco, passou por Icatu, CCF, ING e pela gestora Black River.

Em fevereiro, último dado disponível, a Bram ocupava a terceira posição do ranking, com R$ 603,7 bilhões em ativos, atrás da BB DTVM, com R$ 880,3 bilhões, e do Itaú, com R$ 610,6 bilhões.