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Corretoras on-line avançam com aportes de fundos

Fonte: Valor Econômico
Por Daniela Rocha | Para o Valor, de São Paulo

A atividade de corretagem de seguros está em plena transformação no país, migrando cada vez mais para o digital. Embora ainda existam poucas iniciativas, as insurtechs - startups que aplicam tecnologias inovadoras para melhorar a experiência dos consumidores no setor de seguros -, vêm apresentando crescimento significativo depois de receberem aportes de grandes fundos de venture capital.

A Minuto Seguros, corretora de seguros on-line, já tem 100 mil clientes ativos e no ano passado alcançou R$ 200 milhões em volume de prêmios. A empresa está avançando a uma taxa média de 30% ao ano desde a sua fundação, em 2011. Neste ano, a expectativa é manter esse ritmo. A plataforma, que oferece variados tipos de seguros como auto, residencial, viagem, eletrônico, de vida e patrimonial, une a praticidade da internet com o atendimento humano. "A tecnologia garante rapidez, mas o apoio de profissionais é importante para o fechamento do negócio ou em caso de sinistros ", diz Marcelo Blay, CEO da empresa. Assim, os consumidores fazem cotações on-line, os algoritmos do sistema calculam a melhor combinação entre preços e coberturas oferecidos por 14 seguradoras, mas eles podem contatar os especialistas por telefone, e-mail, chat, SMS e WhatsApp. Atualmente, a Minuto Seguros tem uma equipe de atendimento de mais de 500 pessoas.

Segundo Marcelo Blay, 75% dos que acessam a plataforma não tinham feito seguros antes. "São pessoas que estão entrando no mercado, aprendem tudo on-line e acabam contratando. Quando montamos a empresa, não tínhamos ideia de que isso aconteceria", diz. Blay conta que a empresa já recebeu três rodadas de investimentos da Redpoint, fundo de venture capital do Vale do Silício.


Maioria dos corretores utiliza sistemas conectados com as companhias de seguros

A Bidu também surgiu em 2011, foi estruturada por diretores executivos da corretora MBS Seguros, com aporte do fundo Monashees Capital. A empresa começou exclusivamente como corretora de seguros on-line, porém, há cerca de um ano e meio se transformou em um marketplace de seguros e outros serviços financeiros como empréstimos on-line e cartões de crédito.

A Bidu também conjuga as vantagens do mundo on-line com o atendimento personalizado multicanal. "Oferecemos conteúdo de qualidade para as pessoas conseguirem identificar as diferenças entre os produtos e fazer as melhores escolhas", diz Letícia Leite, diretora de marketing da Bidu. O segmento de seguros representa 60% da receita da empresa. A plataforma faz três mil cotações por dia, a maioria de seguro auto.

Conforme os resultados dos últimos seis meses, a receita de seguros de veículos manteve-se estável, mas outras categorias tiveram evolução expressiva nas vendas. A receita de seguro de eletrônicos portáteis avançou em média 46% ao mês, a de seguro empresarial, 31% ao mês, e a de seguro de vida, 21% ao mês. Além de recursos da Monashees Capital, a Bidu teve aportes do grupo de mídia alemão Bertelsmann, do family office Otto e da Amadeus Capital Partners.

Fundada no Chile em 2010, a ComparaOnline se associou em 2013 com a CortaContas, marketplace de produtos financeiros do Grupo Buscapé, para começar a operar no mercado brasileiro com ampla variedade de produtos. Em 2017, o faturamento da empresa no Brasil cresceu 35% e a expectativa para este ano é de alta de 40%. Na plataforma, são feitas 70 mil cotações de seguros por mês.

A ComparaOnline utiliza big data na otimização de processos e chatbots (robôs que conversam com os internautas por mensagens de texto) para que as pessoas possam resolver o máximo possível sem necessidade de contato humano. Recentemente, a plataforma passou a contar com um sistema de avaliação, no qual os usuários atribuem notas (estrelas) às companhias seguradoras pela prestação de serviços.

"Damos total transparência às opiniões dos clientes", afirma Paulo Marchetti, CEO da ComparaOnline no Brasil. A companhia já recebeu investimentos dos fundos Kaszek Ventures, Ribbit Capital e Rise Capital. Em setembro do ano passado, contou com aporte de US$ 14 milhões da Corporação Financeira Internacional (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial, e da gestora Bamboo Capital Partners.

A transformação digital é encarada positivamente pela Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e Resseguros (Fenacor). Segundo a entidade, trata-se de exigência do mercado - os consumidores demandam conveniência, agilidade e precisão. "Os marketplaces disponibilizam cálculos, cotações e comparações entre os produtos, porém, como os seguros atendem demandas específicas, os consumidores requerem mais esclarecimentos dos corretores", pondera Dorival Alves de Sousa, vice-presidente da entidade.

Segundo o executivo, a era das planilhas e fichas manuais ficou para trás. "De modo geral, a aplicação da tecnologia aumenta a produtividade e permite atingir o público consumidor", destaca. Hoje, a maioria dos corretores utiliza sistemas conectados com as companhias de seguros, assim como programas para controle financeiro e contábil. "As cotações são mais rápidas e a comunicação com os clientes mudou. Por exemplo, o WhatsApp é muito usado nas apresentações de propostas e orientações sobre os produtos", afirma Sousa. De acordo com ele, o uso da tecnologia é um dos principais temas de palestras, cursos e treinamentos promovidos pela entidade.

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