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Reajuste de seguro não compensa juro menor

A estratégia de compensar a queda dos juros com aumento de preços não terá sustentação no longo prazo para as seguradoras, avalia José Rubens Alonso, sócio responsável pela área de seguros da KPMG no Brasil. Para ele, a remuneração menor dos títulos públicos atinge principalmente a rentabilidade do seguro para veículos, segmento em que ele avalia que há concorrência suficiente para limitar esse tipo de compensação via preço.

"Acho que existe concorrência, sim, para limitar a alta dos prêmios. Às vezes, há até guerra de preços (neste segmento)", afirma Alonso.

O fato é que muitas seguradoras não são lucrativas ou apenas "empatam" em termos operacionais. Assim, elas dependem do resultado financeiro para permanecer no azul, o que fica mais difícil agora que a Selic está a 8,75% ao ano.

Diante deste cenário, Alonso diz que o setor de seguros no Brasil terá de passar por uma verdadeira mudança cultural em termos de risco e perfil de investimento, depois de passar anos aplicando confortavelmente suas reservas apenas em títulos públicos.

Para dar um exemplo, o sócio da KPMG comenta que, ao se analisar a alocação das ofertas públicas de ações ou títulos de dívida no Brasil, percebe-se que a participação das seguradoras nessas operações é praticamente nula. "Isso tende a se modificar gradualmente", afirma.

Em um primeiro momento, segundo Alonso, as seguradoras devem procurar títulos de crédito privado, como debêntures e outros papéis de dívida, para diversificar os investimentos. O passo seguinte será "engordar a carteira de ações", a exemplo do que fazem as seguradoras em todo mundo.

(Fernando Torres Valor Online)

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