O sindicato, a seguradora e a encruzilhada

Nos últimos dias, conversando com alguns colegas, percebi a indignação provocada pela não publicação da nota de repúdio às seguradoras que seria emitida pelo Sincor-SE nos meios de comunicação pela atitude de não autorizar servços dos segurados nas oficinas de concessionárias.

Hoje gostaria de externar o meu ponto de vista como corretor de seguros.

Como corretor de seguros me sinto bastante desconfortável pela ação de determinadas seguradoras, o que causa uma certa desconfiança da população com todo o mercado de seguros e também de quem intermedia a apólice, já que as seguradoras não nos dão a garantia de que o que nós acertamos com os nossos clientes será rigorosamente cumprido e que as regras não vão mudar no meio do jogo, por isso sou totalmente a favor da publicação da nota.

Mas ao olharmos do ponto de vista do sindicato vemos que a situação é um pouco mais complexa e exige cautela em todos os passos. Pensemos bem, os congressos, encontros, eventos comemorativos, palestras e tudo mais que se realiza no nosso mercado acontece com o apoio indispensável de quem? Das seguradoras. Assim fica díficil termos independência e liberdade de atacar quem na teoria são nossos parceiros, digo na teoria porque é bem verdade que as seguradoras só nos querem como parceiros quando interessa a elas próprias, quando não somos necessários somos postos à margem do processo.

A encruzilhada é saber em que medida e em que circunstância o sindicato pode atender aos nossos anseios. Se fossemos mais unidos e pensássemos coletivamente seria muito mais fácil, pois era somente dar o que se chama popularmente de "gelo" nas seguradoras que não atendem a nós e a nossos clientes com a responsabilidade e atenção que nos é devida.

Em tempo posto o que consta no artigo 14 da circular Susep 269 de 30 de setembro de 2004

Art. 14. Deverá ser prevista contratualmente a livre escolha de oficinas pelos segurados, para a recuperação de veículos sinistrados.

Abraços à todos.

Erico Melo

Susep 10.059990-5