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Seguro obrigatório busca ganhar mais popularidade


Fonte: Brasil |Econômico
Publicidade é veiculada para a DPVAT tentar se livrar da pecha de imposto e esclarecer quem tem direito a indenizações em caso de acidente

A maioria das pessoas não sabe para que serve o seguro obrigatório para danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, o DPVAT. Por conta disso, encaram o seguro como um imposto.

"No passado, fizemos algumas iniciativas pontuais de divulgação, mas que surtiam pouco efeito", admite Ricardo Xavier, diretor-presidente da seguradora Líder, que administra o DPVAT. Para tentar mudar isso, desde o final do ano passado a seguradora vem fazendo uma campanha massiva sobre a finalidade do seguro, que indeniza vítimas de acidentes causados por veículos. No dia 16 de novembro do ano passado, foi lançada a campanha sobre o seguro nas três maiores redes de televisão e rádio. Segundo Xavier, ainda neste mês também haverá propaganda na internet e em outdoors.

No ano passado, o seguro obrigatório arrecadou R$ 5,2 bilhões, crescimento de 13% em relação à arrecadação de 2008. Cerca de 42,7 milhões de proprietários de veículos pagaram a apólice. Na outra ponta, foram pagas 256,5 mil indenizações, num valor total de R$ 1,808 bilhão. Em comparação a 2008, a quantidade de indenizações diminuiu, enquanto o valor pago aumentou: foram 272 mil sinistros num total de R$ 1,475 bilhões em indenizações.

Segundo Xavier, ainda não se tem uma "percepção clara do aumento do acionamento do seguro" como reflexo da maior publicidade do DPVAT. Isso se explica por conta do período em que a pessoa pode entrar com o processo depois do acidente: até três anos. Mas ele admite que há a possibilidade de que o aumento dos sinistros ocorra. "Não temos problema que a sinistralidade aumente, desde que a indenização seja paga ao real beneficiário", afirma Xavier.

O outro lado

Mas há quem veja o esforço de publicidade de outra forma. "É uma propaganda externa com objetivos internos", avalia Luiz Roberto Latini, da consultoria G5, especializada no mercado segurador. Paulo Eduardo de Freitas Botti, também consultor da G5, explica. "É um contraargumento às notícias desfavoráveis ao seguro veiculadas na imprensa." Ele lembra que os argumentos contra são exatamente o de que a população não sabe que o seguro existe, e que por isso ele não é acionado. Além disso, é uma forma de as seguradoras acionistas da Líder provarem a eficiência da apólice para afastar uma possível estatização da administração do DPVAT, segundo Botti.

Abrangência

Outra crítica ao seguro obrigatório é que ele cobre apenas danos pessoais. "Em outros países, o seguro é mais abrangente, pois também cobre danos materiais, como um carro que bate em um poste ou em uma casa", exemplifica Botti. Dentro dessa proposta, o seguro facultativo de automóveis, que atualmente é feito por 25% da frota brasileira, poderia ficar mais barato, já que no caso de uma colisão o conserto de um dos carros seria pago pelo seguro obrigatório.

Ele também defende que o DPVAT seja de livre concorrência. "Isso dinamizaria o mercado segurador e abriria a possibilidade de as empresas melhorarem o produto, tornando- omais parrudo."

COMO FUNCIONA O DPVAT

1 - Quem tem direito ao seguro

Como o próprio nome do seguro diz, ele indeniza vítimas (motoristas, passageiros e pedestres) de acidentes causados por veículos automotores, independentemente da indentificação do causador do acidente. Mesmo que o condutor do carro fuja depois do acidente, por exemplo, a vítima tem direito à indenização do DPVAT.

2 - O que ele cobre

Em caso de acidente, as situações indenizadas são morte ou invalidez permanente e, sob a forma de reembolso, despesas comprovadas com atendimento médico-hospitalar. O DPVAT não cobre danos materiais causados por colisão, roubo ou furto de veículos, nem veículos estrangeiros em circulação no Brasil.

3 - Como acioná-lo

Para a solicitação da indenização do DPVAT, não é necessária a interferência de terceiros. Basta juntar os documentos solicitados e entrar com o pedido em um dos cerca de 800 pontos de atendimento espalhados pelo país. Os locais e documentação estão disponíveis no site www.dpvatseguro.com.br

4 - Indenizações e beneficiários

A indenização por morte e por invalidez é de R$ 13.500 por vítima. O beneficiário no caso de invalidez é a própria vítima e, no caso de morte, seus herdeiros. Em caso de lesões, o reembolso de despesas médico-hospitalares é de até R$ 2.700 por vítima, variando conforme a soma das despesas cobertas e comprovadas.

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