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Com novo cálculo, seguro de vida deve ficar mais barato

Fonte: Brasil Econômico

Criação de tábua atuarial mostra que brasileiros vivem mais do que consideram as seguradoras

Thais Folego tfolego@brasileconomico.com.br

O mercado segurador terá novas premissas para precificar os seguros de vida e modelar os planos de previdência. Isso porque foi criada uma tábua atuarial (com dados sobre a probabilidade de sobrevivência e morte de uma população) comas características demográficas brasileiras. "O novo padrão de referência trará maior eficiência à indústria de previdência e vida", disse Marco Antonio Rossi, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).

Até então, as seguradoras brasileiras só dispunham de tábuas atuariais americanas, que consideravam a expectativa de vida daquele país. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autoriza a adoção de no mínimo a tábua americana AT-83 para a modelagem de planos de previdência. A maior parte do mercado, porém, adota uma tábua mais conservadora, a AT- 2000 adaptada. Já no caso de seguros de vida, a tábua de mortalidade mínima usada é a CSO-80. Agora, além dessas, o mercado também terá a opção de usar a tábua verde e amarela, chamada de BR-EMS, que foi autorizada pela Susep.

"As taxas de mortalidade para os homens acima de 40 anos que observamos na nova tábua são menores do que as encontradas nas tábuas estrangeiras utilizadas pelo mercado, o que deve gerar redução nos custos das apólices de seguros de vida para consumidores acima dessa faixa etária", explica Jair Lacerda, presidente da Comissão Atuarial da Fenaprevi.

Longevidade

Para se ter uma ideia, a tábua estrangeira mais usada pelo mercado considera que uma mulher de 40 anos temuma expectativa de vida de 38 anos. A brasileira indica 46 anos. Ou seja, elas estão vivendo oito anos amais do que omercado de seguros estava considerando. No caso de homens, considerando omesmo caso, a premissa americana dá uma expectativa de vida de 34 anos, enquanto a brasileira é de 40 anos. "Se o risco de morte é menor, então o preço do seguro de vida também tem de ser menor, principalmente para asmulheres", diz Lacerda. "Agora, temos como dimensionar os riscos específicos do mercado local de forma mais acurada, o que ajudará no desenvolvimento da indústria e na inserção de ummaior número de brasileiros nas carteiras de vida e previdência", afirma Rossi. Com um preço menor, os seguros de vida estarão mais acessíveis às classes C e D.
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"A tábua atuarial brasileira mostrou que a probabilidade de morte é menor do que a que omercado estava considerando. Se o risco émenor, então o preço do seguro de vida tem de ser menor

Jair Lacerda, presidente da comissão atuarial da Fenaprevi
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A pesquisa feita para construir a BR-EMS mostrou que a mulher brasileira está vivendo bem mais do que pensávamos. "A mulher de classe média, que compra previdência e seguro de vida, vive hoje quase o mesmo que a mulher japonesa, que faz parte deuma das populações que mais vivem no mundo", compara Lacerda. A tábua BR- EMS foi desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob a coordenação da Fenaprevi, a partir de dados dos anos de 2004, 2005 e 2006 fornecidos por 23 seguradoras, que respondem por 95%do mercado brasileiro de vida e previdência. Ao todo, foram avaliados o histórico de 32 milhões de CPFs, sendo 19 milhões de homens e 13 milhões de mulheres.

Previdência

Já no caso dos planos de previdência, a diferença entre a expectativa de vida da tábua americana mais utilizada e a brasileira são bem menores (veja tabela acima). O que quer dizer que o mercado já estava trabalhando com premissas bem próximas da realidade brasileira, comenta Lacerda. Segundo ele, a tábua será atualizada a cada cinco anos, uma frequência bem maior do que são atualizadas as americanas. "No futuro, podemos evoluir para a elaboração de tábuas regionais e de gerações", diz Lacerda.

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