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Saida de Eduardo Nakao do IRB surpreende mercado

Fonte: Denise Bueno - http://www.sonhoseguro.com.br/

A notícia da saída de Eduardo Nakao da presidência do IRB Brasil Re, maior ressegurador do Brasil com quase 80% dos negócios, surpreendeu os executivos do mercado de seguros nesta sexta-feira.As apostas eram de que Leonardo Paixão, presidente do conselho de administração do IRB, irá acumular a presidência executiva até que seja definida a participação do Banco do Brasil no IRB, o que está previsto para acontecer ainda neste mês.

Durante a posse do novo presidente da CNSeg, Jorge Hilário, realizada no Rio no dia anterior, as conversas entre executivos do setor e membros do governo davam conta de que haveria mudanças. “Mas ninguém esperava que fosse acontecer algo antes de a compra da participação do Tesouro pelo Banco do Brasil ser definida”, informou um executivo que pediu anonimato.

A idéia do governo ao mexer no comando do ressegurador controlado pelo Tesouro e que tem Bradesco e Itaú como principais acionistas privados é tornar o IRB mais competitivo. Após 69 anos de monopólio, o IRB há dois anos enfrenta a concorrência de mais de 75 resseguradoras instaladas no Brasil, que abriram escritórios no eixo Rio São Paulo bem antes da abertura do mercado de resseguros ocorrida em 2008.

A concorrência tem ficado cada dia mais acirrada.A medida que o temor com o risco de crédito agravado com a crise financeira recua diante da melhora das economias mundiais, mais seguras as companhias brasileiras ficam de negociar com estrangeiros. Com isso, seguradoras que tinham no IRB um porto seguro, mesmo com as limitações de produtos, custo administrativo mais elevado e morosidade nos processos de avaliação de risco, começaram a fechar negócios com as resseguradoras estrangeiras.

Praticamente todas as seguradoras já negociaram contratos exclusivos com as resseguradoras estrangeiras que apresentam propostas irrecusáveis para as seguradoras brasileiras. O apetite estrangeiro é grande. As companhias priorizam contratos em locais menos expostos a catástrofes naturais, uma vez que as perdfas do primeiro trimestre do ano já se mostram significativas com o terremoto do Chile e as tempestades na Europa. Aliado a isso, há previsão de um número maior de furacões nos EUA neste ano, acima do registrado nos dois últimos.

Os resseguradores correm para conquistar clientes com grande potencial de crescer juntamente com a economia brasileira. Além do natural avanço orgânico, as companhias contam com contratos de resseguro provenientes das obras de infraestrutura para preparar o Brasil para a Copa e Olimpiadas.

A mais recente a anunciar parceria foi a Bradesco com a Munich Re. O Itaú Unibanco também já negociou vários contratos após ter encerrado a parceria que tinha com o grupo XL Re. As seguradoras estrangeiras, como Mapfre, Allianz, Liberty, ACE, Tokio Marine entre outras trouxeram para o Brasil a resseguradora do grupo.

Com isso, espera-se que a participação do IRB diminua paulatinamente. Para evitar perder mercado, o ressegurador brasileiro busca agilizar o atendimento, reduzir seus custos e até mesmo se prepara para a internacionalização, como comentou em recente entrevista Eduardo Nakao, funcionário de carreira do Banco Central, que ocupa a presidência do IRB desde abril de 2006.

Na última semana, Nakao participou de audiência da comissão especial que discute o projeto 3554, do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), que cria uma lei específica para os contratos de seguros privados. O executivo fez críticas ao projeto, alegando que ele é prejudicial as resseguradoras e que se for aprovado pode engessar o mercado de grandes riscos por inviabilizar os contratos juridicamente e comercialmente.

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