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Conheça o Chery Cielo hatch

Fonte: G1

Chinês aposta no preço e equipamentos para brigar com i30 e Focus.
Visual e desempenho agradam, mas falta cuidado nos detalhes.

A chinesa Chery dá sua segunda tacada no Brasil com o lançamento do Cielo, conhecido como A3 na China, que recebeu o nome no país por causa do hatch premium da Audi comercializado por aqui. O novo modelo chinês já está disponível nas lojas nas versões hatch e sedã, ambas por R$ 41.900. O G1 andou no hatch que, de acordo com a marca, deve representar 70% do mix de vendas no Brasil.

Com preço mais em conta e um bom pacote de equipamentos, que inclui vidros e travas elétricas, direção hidráulica, duplo airbag e freios ABS, o Cielo mira o segmento dos hatches médios com Hyundai i30 e Ford Focus, na primeira e na segunda posição do ranking. Apesar do porte, pelo preço o novo modelo chinês também pode ‘roubar’ consumidores dos hatches compactos, como Fiat Punto, Volkswagen Polo, Peugeot 207 e Citroën C3.

A marca sabe da dificuldade que será enfrentar esse grupo e contra o seu produto ainda pesa outro fator: a procedência ‘Made in China’. Por isso, o carro-chefe da marca em seu país de origem recebeu tratamento especial. O design da carroceria é assinado pela Pininfarina, responsável por desenhos da Maserati e Ferrari, e além de moderno, agrada pela harmonia entre a dianteira e a traseira. Entre os destaques estão as maçanetas das portas traseiras escondidas próximas a coluna ‘C’ e o escapamento duplo, comum em carros mais esportivos e de segmento superior.

O acabamento interno também impressiona à primeira vista, já que é composto por peças plásticas em tom cinza e bege, com texturas diferentes, revestimento em tecido no teto e no interior das portas e detalhes cromados nas maçanetas, na base da alavanca de câmbio e nos porta-copos. Mas basta um olhar mais crítico para notar peças mal encaixadas e com rebarbas.

Ao volante, o efeito é o contrário. A primeira impressão não é boa, por causa da dificuldade em achar uma posição confortável para dirigir. Não há regulagem de altura dos bancos e o ajuste da coluna de direção permite regular apenas a altura, sem profundidade. Como o painel é alto, a sensação é que o assento fica muito próximo ao chão, o que deve desagradar ainda mais pessoas de baixa estatura.

Mas ao dar a partida, a resposta do motor 1.6 de 119 cavalos compensa o condutor. O torque de 14,98 kgfm é satisfatório para acelerações e retomadas de velocidade. O desempenho só não é melhor por causa da relação de marchas que são mais alongadas para privilegiar o baixo consumo de combustível. De acordo com a fabricante, em uso misto, o gasto médio de gasolina varia entre 8,7 km/l e 9 km/l.

O isolamento acústico é bom, mas não o suficiente para absorver o barulho feito pelo rolamento em altas velocidades, pela suspensão ao passar por buracos e lombadas e pela caixa de direção ao esterçar o volante. O ruído não só incomoda como preocupa e pode levantar questionamentos sobre a qualidade do conjunto mecânico. A Chery garante que todas as peças são ‘de primeira’ e dá até três anos total de garantia, vantagem também oferecida no Focus e no i30.

A marca chinesa acredita que enquanto as fabricantes sul-coreanas demoraram 15 anos para conseguir conquistar a confiança do consumidor, as chinesas levarão apenas cinco anos. “A China está mudando o conceito sobre os seus produtos, porque o país tem dinheiro e com recursos financeiros pode comprar e investir em tecnologia e apressar o desenvolvimento dos produtos”, afirma Luis Curi, CEO da Chery do Brasil.

Otimista com o desempenho da indústria automobilística nacional, a fabricante chinesa anuncia o lançamento de seis modelos no país, que estarão em exposição no Salão do Automóvel, em outubro, e chegam às lojas, no máximo, até 2011. Entre as novidades, também está prevista a estreia dos motores 1.3 e 1.6 flexíveis, que já estão em desenvolvimento no Brasil com a supervisão dos chineses. A previsão inicial era que os propulsores bicombustíveis estreassem no Cielo, mas o projeto atrasou e a expectativa agora e que eles equipem o compacto QQ, que chega até o final do ano por R$ 22.900.

Sem contar com os novos modelos, a Chery estima vender pouco mais de10 mil unidades no país até dezembro de 2010, sendo três mil unidades do utilitário-esportivo Tiggo, duas mil unidades do Cielo e cinco mil do Face, hatch pequeno da marca que mira o mercado do Volkswagen Fox e já está à venda nas concessionárias da marca por R$ 29.900. O lançamento oficial é aguardado para junho.

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