Breaking News

Cenário complexo e cada vez mais competitivo

Fonte: Revista Segurador Brasil

O mercado de seguros para Automóveis passa por um período que deve aumentar ainda mais a concorrência entre as Companhias e ter reflexos para corretores e consumidores. Em disputa estão mais de R$ 20 bilhões em volume de prêmios que serão movimentados ao longo do ano.

Entre 2008 e 2009 a frota de veículos segurados no País passou de 11,3 milhões para 12,8 milhões. Porto Seguro, Bradesco, SulAmérica, Mapfre, Itaú-Unibanco, Allianz, Tokio Marine, HDI e Banco do Brasil, entre outras seguradoras, buscam soluções e estratégias para atender à demanda que certamente vai crescer. No entanto, mesmo diante de uma perspectiva positiva para o setor, o aumento da frota segurada traz consigo problemas como o crescimento no número de roubos, furtos, quebras, acidentes, sinistros causados por fenômenos naturais, fraudes etc. Resultado: alta no preço das apólices.

O superintendente da Mapfre Seguros, Rogério Esteves Alves, diz que a explosão na venda de veículos entre o final de 2008 e o início de 2009, provocou um aumento vertiginoso na sinistralidade da carteira, com a maioria de casos de roubo e furto e de perda total dos veículos, contribuindo para a elevação dos preços das apólices. Ocorre que, especificamente naquele período, a tabela Fipe, utilizada pelo setor como referência para o pagamento de indenizações de sinistros de automóveis, estava defasada em relação ao preço de mercado dos veículos. "Algumas concessionárias colocavam faixas, avisando que os preços de venda dos automóveis estavam abaixo da tabela Fipe','recorda-se.

Rogério Alves entende, também, que a defasagem da tabela Fipe influenciou no crescimento do volume de fraudes."Naquela fase, o sinistro era lucrativo para os fraudadores" observa. Para ele, o mercado de seguros precisa refletir quanto ao seu preparo em enfrentar situações como esta. "Precisamos aperfeiçoar os métodos de combate à fraude','conclui.

O índice recorde de chuva no Sul,Sudeste e parte do Centro-Oeste do País, registrado nos três primeiros meses deste ano, é outro vilão da história. De acordo com José Carlos de Oliveira, membro da Comissão de Automóvel da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), o número de sinistros causados por fenômenos naturais na cidade de São Paulo em 2010 foi o dobro do registrado no começo do ano passado. "Registramos o aumento de 103% no número de casos de carros sinistrados por causa das enchentes" afirma Oliveira, que também é diretor da carteira de Auto da Marítima Seguros.

A crescente sinistralidade observada nos últimos tempos, segundo o diretor da Bradesco Seguros, Fernando Cheade, gerou uma situação nova ao setor de seguros, que é a falta de capacidade das oficinas de reparação em atender a demanda."Serviços que eram executados em curto prazo, atualmente, demoram 30 dias, 60 dias ou mais. Esse é um ponto de gargalo que tende a aumentar", prevê.

Outro problema gerado pelo aumento da frota de veículos, de acordo com o diretor da Bradesco são as consequências ambientais do descarte de veículos velhos."Temos de pensar agora na correta destinação e reciclagem de veículos, porque no futuro teremos lixões de peças e resíduos a céu aberto", alerta.

O membro da Comissão de Automóvel da FenSeg ressalta que a elevação no preço está relacionada ainda a outros fatores como aumento do custo da mão de obra, das peças e do índice de roubo. Apesar das grandes enchentes terem ocorrido no início do ano, os proprietários que ainda irão renovar o seguro também sentirão a alta."As seguradoras precificam os 12 meses seguintes com base no índice de sinistros dos 12 meses anteriores, então mesmo quem ainda vai fechar o seguro deve pagar mais", diz Oliveira.

Apesar da diferença nos valores das apólices, executivos das seguradoras acreditam que o aumento em 2010 deve ficar entre 10% e 20% do valor pago no ano passado. Para eles, as seguradoras precisam criar fundos para cobrir prejuízos e a única forma de garantir isso é mexer nos preços das apólices.

Para quem deseja economizar na hora de pagar seguro, o investimento em equipamentos de proteção é uma saída. As empresas oferecem bons descontos para quem tem garagem e equipamentos instalados que protejam o carro de roubos e furtos, por exemplo.Além da excelência no atendimento, as seguradoras buscam na variedade e na qualidade dos serviços os diferenciais necessários para reduzir o impacto da alta dos preços das apólices. Inspeção de poluentes, centros automotivos, vacinas antifurto, troca ou reparo dos vidros, serviços de despachante, carro reserva e/ou locação, bônus para franquias, mão-de-obra gratuita para reparos emergências em casa e no escritório, convênios com os mais variados estabelecimentos e prestadores de serviço, entre outros, pesam na decisão do cliente para contratar uma ou outra seguradora.

_________________________

O número de ocorrências de roubo e furto de veículos leves e pesados nos três primeiros meses do ano aumentou cerca de 10%, comparado com o mesmo período de 2009. A constatação é da Tracker do Brasil, empresa de rastreamento e localização de veículos. O levantamento mostra ainda que os eventos envolvendo carros leves foram os responsáveis por impulsionar os números para cima

_________________________

O perfil do segurado, localização e utilização do veículo são essenciais na hora de definir o preço do seguro. Os preços são mais salgados para motoristas com idade entre 18 e 25 anos. Já para mulheres, os descontos são maiores. Estatísticas comprovam que 80% das colisões têm o sexo masculino ao volante

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario