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Correspondente deve ser opção de distribuição de microsseguro

Fonte: Brasil Econômico

Com presença em todo o território nacional, pontos contribuem para a disseminação a baixo custo

Em qualquer lugar do mundo, o principal desafio dos microsseguros é a distribuição, que precisa ter escala e ser de baixo custo. Na Índia, o modelo de negócios que obteve sucesso foi a oferta da apólice por meio do microcrédito. No Brasil, além deste, os correspondentes bancários têmpotencial para distribuir esses seguros, principalmente pelo caráter de inclusão financeira que já apresenta.

"Oitenta por cento do Bolsa Família é liberado no correspondende bancário", lembra Lauro Gonzalez, coordenador do Centro de Microfinanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

"É uma estrutura que já existe e pode reforçar a distribuição." De acordo com o Banco Central, existem no país 169 mil pontos de correspondentes bancários.

"No Brasil, o correspondente pode ser umcanal eficiente para explorar o microsseguro", disse Kamesh Goyal, executivo da Bajaj Allianz, operação na Índia.

Operação no Brasil

A visita do indiano ao Brasil, que participou do V Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, realizado pela Allianz, faz parte do planejamento da seguradora para entrar nesse segmento no país. Segundo Max Thiermann, presidente daAllianz Brasil, a expectativa é estar com a operação rodando em meados de 2011. Para tanto, a seguradora também está enviando executivos para conhecer a operação indiana.

Quanto à distribuição, o modelo ainda não está fechado, mas pode ser próximo do indiano.

"Estamos sendo procurados por instituições de microcrédito nacionais e organismos internacionais", comenta Thiermann. Na Índia, 99% dos clientes de microsseguros da Allianz vêm das parcerias com instituições de microcrédito.

Aqui, o microsseguro não é regulamentado, mas, segundo Gonzalez, ele já existe, uma vez que o mercado tem produtos de baixo valor e que atendem à finalidade do microsseguro, a de proteger as classes mais baixas.

Oportunidade

De acordo comestudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 90% da população indiana (950 milhões de pessoas) não têm nenhum tipo de seguro. "É uma grande oportunidade de negócios", diz Goyal. A Bajaj Allianz tem dois milhões de segurados em vida e 34 mil em seguro saúde.

No ano passado, a seguradora teve faturamento de US$ 3 bilhões, sendo US$ 50 milhões de receita de em microsseguros. Nos próximos dois anos, a expectativa é dobrar esse valor.

A Allianz atua com microsseguro na Índia há três anos e o preço das apólices varia de US$ 1 a US$ 4 mensais. O primeiro grande teste da operação no país foi logo em 2008, no ciclone Nisha, quando a seguradora pagou mais de 14.500 indenizações de seguro saúde e residencial, num volume de US$ 800 mil, mais de dez vez o valor do prêmio cobrado.

"Compensamos as perdas no litoral com a baixa incidência de ocorrências no interior do país, onde temos muitas apólices e que não foi afetada pelo ciclone", comenta Goyal. "Bem ou mal, essas catástrofes ajudam na conscietização da necessidade de proteção", comenta Thiermann.

Ele lembra que as enchentes têm afetado várias cidades brasileiras nos últimos anos.

"Microsseguro não é só um seguro barato. É uma ferramenta de inclusão social e de proteção às classes baixas

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