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União é a chave para alavancar setor de vida

Fonte: Site Sonho Seguro - http://www.sonhoseguro.com.br/ - por Denise Bueno

Um esforço conjunto a cargo de seguradoras, corretoras de seguros e órgão de supervisão será necessário para um efetivo avanço do mercado de seguro de vida no País, sobretudo a apólice individual. “Os três precisam evoluir para que o seguro de vida tenha uma curva evolutiva parecida com outros produtos”, disse Carlos Alberto Gadia Barreto, diretor da Zurich Brasil Seguros. Hoje, fora o VGBL ou apólices ligadas ao avanço do crédito no País, como o seguro Prestamista, a grande maioria apresenta um crescimento abaixo do potencial, algo que tem a ver não só com a falta de cultura do seguro, mas também com uma certa acomodação do mercado, que nas últimas décadas oferece produtos quase padronizados em termos de coberturas e serviços, com o diferencial apenas em preços.

Este quadro faz que haja desinteresse mesmo entre consumidores das classes A e B, que dispõem de renda para a aquisição, mas não são estimulados a comprar produtos. Em síntese, estas foram as principais mensagens saídas do 3º painel ¨Talk show com seguradoras e Sincor/SP”, que integra a programação do “III Seminário Internacional de Marketing & Vendas- Vida e Previdência, promovido pela FenaPrevi, em parceria a Mesa do Milhão de Dólares (MDRT), hoje, em São Paulo. Do painel participaram os executivos Lúcio Flávio Condurú de Oliveira, presidente da Bradesco Vida e Previdência, Fabio Morita, diretor da Porto Seguro, Samy Hazan, superintendente da Marítima Seguros, Carlos Alberto Gadia Barreto, diretor da Zurich Brasil Seguros, e o presidente do Sincor/SP, Mário Sérgio de Almeida Santos.

Os preços caros das apólices individuais e os custos de comercialização elevados são dois outros gargalos na expansão do mercado. Além de ampliar a gama de produtos, como o universal Life, sugere Fabio Morita, e haver necessidade de ações mais proativas das seguradoras, corretores e legislador, acrescenta Carlos Alberto Barreto, também os corretores precisam ser melhor capacitados para operar os produtos, destaca Samy Hazan. Em contrapartida, as seguradoras que operam o ramo não podem mudar as regras do jogo, após a contratação dos produtos de vida, sob o risco de arranhar a credibilidade, afirma o presidente do Sincor/SP.

O consenso é de que, com o ajuste na sintonia fina do mercado, ou seja, com todos os deveres de casa feitos pelos seus pares, as perspectivas de potencial crescimento do seguro de vida devem se confirmar as poucos, levando o setor nacional a se assemelha mais com os principais mercados mundiais, em que há predomínio das apólices pessoais sobre as coberturas de patrimônio.

A carteira de seguro de vida é o carro chefe das vendas nas economias mais maduras. No Brasil, o segmento perde para o seguro de bens patrimoniais. Dos US$ 4 trilhões vendidos em seguros no mundo, mais de US$ 2,1 trilhões se referem a vida. Enquanto a média mundial de participação no PIB é de 4%, no Brasil é de 1,6%, considerando-se o VGBL, um produto de acumulação de renda. Sem o VGBL, o percentual de seguro de vida no Brasil é desprezível segundo as estatísticas mundiais da Swiss Re.

“Hoje, se tirarmos o VGBL, praticamente não temos crescimento real do volume de prêmios da carteira de vida. Há um grande universo, que precisamos aproveitar”, disse Carlos Alberto Gadia Barreto, diretor da Zurich Seguros. Segundo dados da Fenaprevi, as vendas de seguro de vida no Brasil até maio totalizaram R$ 13,3 bilhões. Se tirarmos o VGBL, considerando apenas o seguro de vida individual e coletivo, os prêmios totalizam R$ 6,2 bilhões.

Praticamente todos concordaram que o segmento vida é ínfimo no Brasil. “Tenho a crença de que muito mais do que aproveitar as oportunidades de aumentar share, temos uma oportunidade de gerar a cultura de seguros no Brasil”, diz Lucio Flavio Condurú, presidente da Bradesco Vida e Previdência e mediador do painel.

O principal desafio, segundo Fabio Morita, diretor da Porto Seguro, é a educação financeira. “Temos uma nova classe social emergindo que precisa ter cultura financeira para adquirir produtos de seguro”, diz. Ele relembrou que a venda de seguro de vida no Brasil é ínfima. O que temos é seguro coletivo. Ou seja, as pessoas têm seguro por meio das empresas e não por uma demanda individual”, ressaltou. Isso mostra que o mercado precisa levar o discurso da cultura do seguro para a população. “E neste ponto os corretores são um peça fundamental para o desenvolvimento da indústria”, acrescenta Morita.

Para Gadia, é preciso criar produtos mais adequados aos consumidores. Para isso acontecer, o órgão regulador tem de flexibilizar a legislação, as seguradoras têm de investir em tecnologia e assim ter produtos inovadores para facilitar que os corretores possam difundir a cultura de seguro de vida no Brasil.

O americano não tem predisposição para comprar seguro de vida e previdência. Tem de ser estimulado. Esta afirmação em um recente evento deixou Mario Sérgio, presidente do SIncor-SP, surpreso. Pensar que o cenário nos Estados Unidos, maior indústria de seguros do mundo, é igual ao brasileiro realmente surpreende. “A venda é estimulada pelos corretores. Então teremos nós de fazer o nosso papel”, diz o presidente do Sincor. “Precisamos de um corretor que estimule a compra.”

Um detalhe, dito por ele, é que os corretores americanos contam com o apoio da Life Fundation, custeada por mais de 100 seguradoras. A fundação está focada apenas na divulgação institucional de seguros, estimulando os corretores na venda de vida. Segundo Samy Hazan, coordenador do evento, este modelo foi levado para ser debatido na esfera institucional do mercado, como Fenaprevi e CNSeg. “Estamos estudando um apoio maior na difusão da cultura do seguro de vida”.

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