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Novos tempos no setor de seguros - por Antônio Penteado Mendonça

Fonte: O Estado de São Paulo

Em 2009, a participação da atividade seguradora no Produto Interno Bruto chegou a 3%; para os próximos cinco anos, projeções apontam que a fatia atinja 6% do PIB

No próximo dia 18 acontece um evento em São Paulo que mostrará bem a nova cara da atividade seguradora nacional. Durante décadas o setor não foi famoso pelas condições de desenvolvimento profissional oferecidas à maioria de seus integrantes.

Ao longo deste tempo, a atividade se ressentiu da falta de cursos profissionalizantes para securitários e seguradores, sendo que o curso de formação de corretores de seguros, ministrado pela Funenseg (Fundação Nacional Escola de Seguro) era o que havia de mais sofisticado no mercado, tanto que era feito pelos interessados em conhecer os meandros do negócio, ainda que não pretendessem atuar como corretores de seguros.

A razão era simples: a atividade seguradora representava menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja, era insignificante dentro da economia brasileira, o que fazia com que seus quadros fossem relativamente pequenos e preenchidos, principalmente, por abnegados autodidatas que aprendiam no dia a dia das rotinas da companhia como proceder nos caos concretos. O número de pessoas com formação universitária representava apenas uma pequena parcela da força de trabalho e ocupava os cargos de direção.

A carência de cursos de formação de mão de obra era compensada pelos quadros treinados pelo IRB, antigo Instituto de Resseguros do Brasil, e por companhias como Sul América, Internacional de Seguros e Paulista de Seguros, então as mais sofisticadas e famosas pelo rigor na formação de seus funcionários.

Esta situação perdurou até final dos anos 1990. Foi então que começaram a surgir cursos para o setor ministrados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação Instituto de Administração (FIA), ligada à Faculdade de Economia da USP, Ibmec entre outras que descobriram o setor e seu potencial de crescimento.

Ao longo da década de 2000 o desenvolvimento da atividade vem se mantendo entre os mais altos do País e o resultado prático desta expansão pode ser medido em números. De um faturamento de US$ 5 bilhões em 1993, em 2009 o mercado saltou para US$ 50 bilhões, ou mais de 3% do PIB.

Também passou por profunda modificação em relação ao perfil das companhias. Hoje, os principais conglomerados financeiros são também os maiores grupos seguradores. Apenas por curiosidade, a soma do lucro dos cinco maiores grupos ligados a bancos representa mais de 93% do resultado total do mercado.

Mas a razão do seminário do próximo dia 18, a ser realizado no Auditório do Espaço Sócio-Cultural do CIEE, em parceria com os sindicatos estaduais das empresas de seguros e dos corretores de seguros, é mostrar que este desenvolvimento tem outra consequência, tão importante quanto o crescimento da atividade: a modificação da realidade profissional descrita acima.

Hoje, o setor de seguros é contratador de mão de obra qualificada, com planos de carreira e oportunidades profissionais das mais interessantes, em campos tão diversos quanto seguradoras, resseguradoras, corretores de seguros e uma vasta gama de prestadores de serviços especializados.

Advogados, engenheiros, arquitetos, biólogos, economistas, administradores de empresas, médicos, paramédicos, técnicos em eletrônica, computação e comunicações e mais uma dezena de profissionais têm nesta atividade uma oportunidade muito interessante de carreira e desenvolvimento profissional.

Não custa lembrar que as projeções apontam um crescimento capaz de alavancar a participação do setor no PIB nacional para algo próximo de 6% nos próximos 5 anos.

Garantindo esta expansão estão obras de todos os tipos, em andamento ou para começar, em todo o território nacional. Energia, petróleo, comunicações, transporte de carga e passageiros, saneamento básico, estádios de futebol e instalações para as Olimpíadas estão na ordem do dia, representando investimentos praticamente imediatos de mais de R$ 250 bilhões.

Para participar do evento na próxima quarta-feira, do dia 18, basta acessar o site do CIEE e se inscrever gratuitamente. O endereço é www.ciee.org.br

É ADVOGADO, SÓCIO DE PENTEADO MENDONÇA ADVOCACIA, PROFESSOR DA FIA-FEA/USP E DO PEC DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS E COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO. E-MAIL: ADVOCACIA@PENTEADOMENDONCA.COM.BR

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