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Seguro para 42 milhões de casas pode ser vendido a US$ 2,16

Fonte: MidiaSeg

Com base nos dados da pesquisa anual de domicílios no país, departamento de atuária da USP calcula potencial do microsseguro residencial em 42 milhões de residências e faturamento anual da carteira em torno de US$ 830 milhões. Na faixa de um a dois salários mínimos, prêmio mensal seria de cerca de US$ 2,16 para coberturas de incêndio, raio e explosão e perda de aluguel.

Embora estimativas indiquem ao microsseguro um potencial de 100 milhões de consumidores das classes D e E e um volume de prêmios da ordem de US$ 50 bilhões anuais, nenhum estudo ainda havia se aprofundado em identificar os produtos de seguros mais adequados de acordo com as diferentes faixas de renda desse contingente. Mas, um trabalho inédito realizado pelo Departamento de Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (USP) jogou mais luz sobre o ainda pouco conhecido universo do microsseguro.

O estudo coordenado pelo professor Luis Eduardo Afonso calculou os valores de prêmios para algumas coberturas do microsseguro residencial compreensivo, analisou sua viabilidade e estimou o mercado potencial no Brasil. A conclusão revela que essa modalidade de microsseguro é mais promissora do que se pensava: o público consumidor pode ser superior a 42 milhões de residências e o faturamento em prêmios pode atingir a expressiva cifra de US$ 830 milhões.

O trabalho do professor Afonso foi apresentado em evento realizado pela Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP), intitulado "I Colóquio de Microsseguros", nesta terça-feira, dia 17 de agosto, no auditório do Museu de Arte Moderna (MAM), na capital paulista. Ele explicou que utilizou como base de dados a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2007, porque além de ser atualizada anualmente informa, entre outros itens, o tipo de construção das moradias. "Esse dado é importante para mensurar o risco", explicou.

Metodologia

De acordo com o professor, a metodologia da pesquisa foi simples. "Contamos o número de domicílios com renda per capita de até dois salários mínimos, avaliamos o perfil de risco de acordo com o material da parede externa da residência e calculamos o prêmio", disse. Cruzando os dados do tipo de construção das 56 milhões de moradias pesquisadas pela PNAD, que incluem desde parede externa de alvenaria (mais de 90% do total) até de palha, com quatro faixas de renda, partindo de zero até mais de cinco salários mínimos (SM), o grupo da USP fez o corte na faixa de até 2 SM, contabilizando o total de 42 milhões de moradias.

Considerando dois tipos de cobertura do microsseguro residencial, a primeira de incêndio, raio e explosão e a segunda, perda de aluguel, o estudo se deparou com a falta de informação sobre o valor das moradias, já que a PNAD não quantifica esse dado. Por isso, para calcular a importância segurada (IS), correspondente a 80% do valor do imóvel, o professor Afonso se baseou no valor de aluguel, definido em cerca de 1% do valor da residência.

Depois, cruzou esses dados com a renda dos moradores. A necessidade de proteção desse grupo foi mensurada conforme as características do chefe de família, entre os quais a renda, o número de pessoas por residência, a idade e os anos de estudo. O estudo detectou que entre os elegíveis ao microsseguro, a maioria estudou pouco e dispõe de menor renda.

Potencial

O estudo realizado pelo departamento de atuaria da USP também calculou a sinistralidade do grupo de domicílios elegíveis ao microsseguro, aplicando maior severidade às residências que não são feitas em alvenaria, além dos prêmios puros para cada cobertura. Em seguida, para mensurar o potencial do microsseguro residencial, foi estabelecido o valor do prêmio (mensal e anual) para cada grupo de domicílios conforme a faixa de renda e o faturamento da carteira para o setor de seguros.

Na faixa de renda de zero a 0,25 SM, por exemplo, grupo que contempla 4,2 milhões de domicílios elegíveis, o prêmio mensal seria de US$ 1,03 e o anual de US$ 12,38. Com a venda de microsseguro residencial para essa faixa de renda o setor de seguros arrecadaria US$ 4,4 milhões mensais ou US$ 52,8 por ano. Já na faixa de renda de 1 SM a 2 SM, o prêmio mensal seria de US$ 2,16, o que renderia o faturamento de US$ 361,4 milhões por ano ao setor.

Somadas as quatro faixas de rendas, que totalizam 42 milhões de residências, a arrecadação da carteira atingiria US$ 831,8 milhões por ano. "Sem dúvida, é uma cifra muito interessante ao setor de seguros", concluiu o professor Afonso.

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