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Bradesco descarta união com o BB

Fonte: Jornal do Commercio - RJ


O Bradesco não vai se unir ao Banco do Brasil para financiar projetos de infraestrutura, afirmou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, durante reunião com membros da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Apimec-Rio). Executivos do BB já haviam manifestado interesse na união. No início do mês, as duas instituições firmaram parceria para operação na África, juntamente com o Banco Espírito Santo, além da bandeira de cartão de crédito Elo. 

"Nosso negócio concreto com o Banco do Brasil é na área de cartão de crédito, área de adquirência, e uma bandeira de cartão de crédito para competir com Visa, Mastercard e American Express", disse o executivo. 

"Cada um tem a sua forma de atuação e vamos manter desta maneira." Em uma análise do mercado brasileiro, Trabuco afirmou que o cenário macroeconômico positivo e o otimismo da população brasileira podem elevar a participação do setor de seguros no Produto Interno Bruto (PIB) do País. No ano passado, o mercado segurador representava apenas 3,1% das riquezas brasileiras, contra 8% dos Estados Unidos, 9,9% do Japão e 12,9% do Reino Unido. "As perspectivas positivas podem impulsionar o setor. Isso representa menor dependência do governo por parte da população." Além de diversos dados macroeconômicos, o executivo apontou os megaeventos que ocorrerão no Brasil nos próximos anos como fatores fundamentais para o desenvolvimento do País. "Não temos visão pessimista em relação às perspectivas.



Os grandes eventos internacionais que serão sediados no Brasil, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, criam demanda por políticas públicas para resolver problemas de infraestrutura. Esta agenda será muito positiva." Sobre o Bradesco, Trabuco disse que uma instituição financeira é feita de credibilidade.



"Temos uma administração contínua ao longo dos últimos 70 anos e nossa cultura organizacional tem se solidificado. O primeiro pilar de nossa filosofia é a confiança e isso nos faz sempre estarmos voltados para melhoria." De acordo com ele, a inclusão bancária está ocorrendo de forma rápida, na medida em que os pobres estão se transformando em consumidores e tendo acesso ao crédito. "Por isso, temos política de crédito para todos os públicos e segmentos." O vice-presidente executivo do Bradesco, Domingos Figueiredo de Abreu, afirmou que os bancos brasileiros em linhas gerais estão bem preparados para atender ao acordo de Basileia 3, firmado neste mês para aumentar as exigências de capitais nos bancos e proteger o mercado financeiro internacional de crises mundiais.



Segundo ele, o Bradesco ainda espera definição do Banco Central sobre como vão se aplicar as regras no Brasil, mas há "muito pouca chance" de a instituição precisar de capital extra para atender aos requisitos.


Abreu afirma que o índice de Basileia do Bradesco está em 15,9%, enquanto no Brasil a taxa mínima estabelecida, hoje, é de 11%. O executivo afirmou que são exceções as instituições que podem enfrentar dificuldades no Brasil para se enquadrar, já que o padrão no País já era mais elevado do que o internacional.
"Em algumas exceções podem ter que se adaptar, dependendo do que for requerido pelo Banco Central, mas o Brasil, em geral, não é muito alavancado." CÂMBIO. Segundo o economista chefe da instituição, Octavio de Barros, as medidas que o governo brasileiro vem tomando para evitar a supervalorização do real não devem surtir efeito sobre sua cotação. Ele afirmou que o mundo passa por um período de muita liquidez e poucas alternativas de investimento, tornando o Brasil candidato natural a este fluxo.


Barros defendeu que o dólar encerre o ano a R$ 1,75 e chegue a R$ 1,80 ao fim de 2011. Segundo ele, o empenho do governo deve elevar as reservas externas do Brasil a US$ 305 bilhões em 2011, na comparação com os US$ 270 bilhões de 2010. "O Banco Central não quer mudar o rumo da história, mas mitigar o processo de valorização da moeda. Esse processo pode ser acelerado com a percepção de que o Brasil é um bom local para investir." Participaram do evento o presidente do Grupo Bradesco Seguros, Marco Antonio Rossi; o diretor Departamental de Relações com Investidores, Paulo Faustino; o diretor regional do Bradesco para o Rio de Janeiro, Wilson Reginaldo Martins; e o presidente da Apimec-Rio, Luiz Guilherme Ferreira Dias.

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