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Bradesco vê espaço para crescer com seguros

Fonte: DCI

SÃO PAULO - O mercado de seguros e previdência é o segundo pilar de crescimento do banco Bradesco - o primeiro é a carteira de financiamentos. Ao DCI, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, explicou que existe um "fosso entre o tamanho da economia brasileira e o PIB de seguro". Ele aposta em que o crescimento do setor será de quatro vezes o do PIB. O banco deve atacar o setor com variedade de produtos e com a capilaridade de agências e correspondentes bancários.

Segundo Trabuco Cappi, o Brasil figura como a oitava economia do mundo, enquanto o PIB de seguros é o 18º. "Sendo realista, se o PIB crescer 4%, o mercado de seguros e previdência cresce 16%. Sob o prisma do otimismo, podemos chegar a um crescimento de 20% nos próximos anos."

A explicação para o otimismo, de acordo com o presidente do Bradesco, está no fato de que, hoje, o gasto médio com seguros e previdência é de "apenas" US$ 280 per capita, ante um nível de US$ 2 mil na Europa. "Se sairmos de US$ 280 para mil dólares, quase quadruplicamos a indústria de seguros e previdência."

Trabuco Cappi ressalta que o Bradesco não deve fazer nenhuma manobra para reforçar a área. "O pensamento é ser uma seguradora múltipla, cobrir todo tipo de risco e ter abrangência nacional. Isto é vantagem competitiva."

Também anima o executivo o fato de que o banco consegue captar as necessidades de crédito das classes mais baixas. O presidente destaca que são abertas 6 mil novas contas por dia, se somadas as classes C, D e E. "Temos uma média de 280 mil empréstimos entre quinta e sexta-feira nos caixas eletrônicos. O Brasil está transformando pobres em consumidores", afirmou o executivo, em café da manhã promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).

No tocante ao crédito imobiliário, Trabuco Cappi vê que o País tem oportunidade "excepcional" de crescimento sem gerar bolhas. "Os empréstimos para o setor representam 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Estamos longe de uma bolha."

Para o presidente do Brasdesco, o Brasil comporta, ainda, cerca de 100 mil contas bancárias, principalmente nas classes C, D e E. "A demanda será natural."

Ele avalia como oportunidade a abertura de agências em periferias e cidades pequenas. Trabuco Cappi usou como exemplo a inauguração de uma agência na favela de Heliópolis, zona sul de São Paulo. "Temos nove clientes prime naquele local. O Brasil vive seu melhor momento econômico para os próximos anos."

Mercado de capitais

De acordo com a visão do presidente do Bradesco, o número de empresas de capital aberto no País poderia duplicar. Segundo ele, "se compararmos o número de empresas de capital aberto no Brasil e na Índia, veremos que o Brasil tem condições de dobrar o número das de capital aberto."

Para o presidente, as empresas familiares perceberam que o mercado de capitais é um grande aliado no fornecimento de capital (funding) para o crescimento dos negócios", avalia. Contudo, ele vê uma trava para o crescimento do País: o crédito de mais longo prazo.

Trabuco Cappi diz que o Bradesco tem feito esse tipo de empréstimo quando consegue captar recursos também com prazo maior. "Bancos precisam ser cautelosos com o casamento entre ativos e passivos."

De acordo com ele, uma das formas de aumentar o funding de longo prazo é conseguir captar recursos no exterior com prazo maior e juros mais atrativos.

O presidente do Bradesco analisa que os risco emissões das empresas brasileiras mitigou e já chegou ao nível de empresas tradicionais no exterior. "O custo de captação do Brasil está muito adequado. Pagamos menos por emissões que as empresas dos EUA. Isso não acontecia. A crise diferenciou as empresas nacionais."

A melhora da captação dos recursos, na visão de Trabuco Cappi, acontecerá com as novas regras do acordo de Basileia. "A Basileia III deve trazer um ponto convergente entre a taxa de juros interna - Selic - e as externas."

Ele ressalta que no Brasil o compulsório que os bancos mantêm junto ao Banco Central (BC) é de cerca de 50% dos depósitos à vista. "Na Inglaterra é 5%. A nova Basileia deve igualar as condições entre os países. Devemos ter um meio-termo", mas não arriscou.

Trabucco não acredita que faltarão recursos para as obras que utilizam recursos de mais longo prazo, como Copa e Olimpíadas. "Recursos o mundo tem. O Brasil tem um volume muito forte, não apenas no compulsório, como também em títulos públicos."

Copom

Para o presidente do Bradesco, a manutenção da taxa Selic está em linha, principalmente com os indicadores IPCA e IGP-M. "Em alguns meses do ano veremos a inflação abaixo da meta. É um ano para se comemorar."

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