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Efeitos climáticos impulsionam seguro residencial

Fonte: Brasil Econômico

Chuvas de granizo, vendavais e inundações atraem consumidor para esta apólice, que sofre com a desinformação sobre preços


No Brasil há a cultura do "nunca vai acontecer comigo". Ou a de que Deus é brasileiro e, por isso, por aqui não há catástrofes naturais, como os furacões nos Estados Unidos e os terremotos no Chile. Fenômenos climáticos recentes mais acentuados, alguns inéditos no Brasil, porém, têm feito às pessoas repensarem seus conceitos.



O aumento da percepção de risco tem impulsionado a venda de seguro residencial no país, modalidade ainda incipiente. O segmento cresceu 20% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação a igual período do ano passado, com faturamento de R$ 703,5 milhões, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).



"Esse crescimento vem ao encontro da cultura mundial de seguros. O Brasil ficou atrás, porque, por termos casas de tijolos, que pegam menos fogo do que as casas de madeira dos Estados Unidos e da Europa, aqui não há a cultura de se comprar seguro residencial", compara a superintendente de linhas pessoais da Chubb Seguros, Priscilla Tamura Magni.



"Segundo dados do IBGE, existem aproximadamente 54 milhões de residências no Brasil, mas apenas 12% têm algum tipo de cobertura patrimonial", diz Marco Antonio Gonçalves, diretor gerente da Bradesco Seguros.



Até julho, a carteira de seguros residenciais do grupo cresceu 63% em relação ao mesmo período de 2009.

Barreiras


Outra barreira à contratação da apólice para residência é uma comparação errônea que as pessoas costumam fazer entre o preço do seguro de automóvel e o de residência. Como a apólice de carros costuma custar, em média, 5% do valor do veículo, costuma-se fazer a mesma regra de três para o seguro da casa, o que tornaria a contratação muito cara. "Enquanto o preço do seguro de auto varia entre 3% a 10%do valor do veículo, o de residência chega, no máximo, a 1% do valor do bem", diz Guilherme Olivetti, gerente de produtos patrimoniais de linhas pessoais da Chubb. Segundo ele, o preço varia conforme o valor do bem e do nível de cobertura.



As coberturas mais tradicionais incluem proteção de incêndio, queda de raio, explosões, danos elétricos, responsabilidade civil e roubos. Há, também, opções de cobertura adicional, como para joias e obras de arte.



A maior frequência de pedidos de indenizações é por danos elétricos e roubo, segundo Gilberto Duarte de Abreu Filho, diretor de seguros, previdência e capitalização do Santander.



Ele comenta, no entanto, que são eventos como a chuva de granizo que aconteceu nesta semana em Guarulhos, os vendavais no interior de São Paulo e no Rio Grande do Sul e as inundações no Nordeste que estão aumentando a percepção de risco da população.



Em Guarulhos, por exemplo, o Santander mapeou seus clientes e agiu de forma pró-ativa. Enviou profissionais especializados para verificar os estragos nas casas.


Como diz a propaganda do próprio Bradesco: "ninguém quer ter que usar o seguro, mas vai que..."

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