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Risco de longevidade afeta fundos, diz Swiss Re

Fonte: Valor Econômico

Mais de US$ 17 trilhões de ativos de fundos de pensão estão expostos a "riscos de longevidade", ou seja, poderão ser insuficientes para pagar futuras aposentadorias à medida que a expectativa de vida aumenta.

O alerta é da Swiss Re, segunda maior resseguradora do mundo, estimando que o método de conversão desses ativos em renda na velhice precisam de novas soluções de financiamento com urgência, "para que o fato de a pessoa viver mais tempo continue a ser um benefício para a sociedade, em vez de um peso financeiro".

Subestimar a expectativa de vida por apenas um ano, um erro aparentemente pequeno, poderá aumentar o passivo dos fundos de pensão em até 5%, segundo cálculo do grupo suíço.

Para um fundo com ativos de US$ 1 bilhão, seria assim necessário buscar US$ 50 milhões a mais de recursos para honrar seus compromissos.

Ao mesmo tempo em que as pessoas vivem mais tempo, os passivos dos fundos de pensão e as pressões sobre as seguradoras aumentaram no rastro da recente crise financeira global. De acordo com a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 2.100 companhias listadas nas bolsas de valores, de um grupo de países, acumulam déficit de 26% nos fundos para financiar seus planos de aposentadoria.

Pelo levantamento do mercado de fundos de pensão da OCDE, somente os fundos na África do Sul e no Brasil tiveram superávit entre 2007-2009, enquanto os déficits cresceram no Japão, Suécia, Noruega, Estados Unidos e países europeus.

"Uma sociedade mais velha vai influenciar os governos de várias maneiras, incluindo na renda para aposentadoria e nos compromissos na área de saúde, tudo criando passivos significativos", diz o relatório.

A Swiss Re observa que vários governos começaram a reduzir os benefícios para a aposentadoria em termos reais, elevando assim o peso sobre as pessoas para garantir sua própria renda na velhice.

Para a empresa, a menos que sejam tomadas decisões rapidamente, a atual tendência de envelhecimento das sociedades vai provocar forte aumento nos impostos e de contribuição social, justamente sobre uma população economicamente ativa menor.

Estima que o mercado de seguros para garantir futura renda na velhice deve aumentar principalmente nos EUA, Suíça e Holanda, onde a parte privada da aposentadoria é mais elevada.

A Swiss Re sugere que empregadores e fundos de pensão examinem se suas reservas estão em níveis apropriados. Encoraja o setor de seguros a desenvolver modelos "mais sofisticados de riscos" que reconheça a tendência de longevidade. E conclama os governos a "realinhar a idade de aposentadoria com a expectativa de vida". (AM)

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