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Seguro de vida para atletas é pouco explorado no país do futebol

Fonte: Revista Apólice


As constantes faltas sofridas pelos craques do futebol brasileiro começam a chamar a atenção dos clubes perante a necessidade de se proteger contra eventuais prejuízos ocasionados por contusões que afastem os grandes talentos do gramado. O Santos é um deles. Com o jogador Paulo Henrique Ganso afastado, o time mostrou interesse em adquirir alguma forma de seguro para outra estrela: o jogador Neymar.

Dados do Globo Esporte mostram que os Meninos da Vila, apesar de terem um jogo a menos, são os que mais apanham no Campeonato Brasileiro. Tanto é que já são líderes do ranking de faltas sofridas com 429 ocorrências. Apesar da diferença para o segundo colocado (428 de Botafogo e Grêmio) ser pequena, a vantagem é de 19,5 dos santistas contra 18,6 de botafoguenses e gremistas. Das faltas sofridas pelo Santos, 17% foram em cima de Neymar, uma média de 4,69 por partida. Outros números, do Footstats, apontam o jogador como o sexto mais caçado da Série A, enquanto no ranking do Globo Esporte, ele ocupa a segunda colocação.

O interesse recente de clubes protegerem seus bolsos com a possível paralisação de um craque tende a alavancar um nicho, que ainda é pouco explorado no Brasil. Trata-se do seguro para atletas. "Apesar de sermos reconhecidos mundialmente como o 'País do futebol', o seguro de vida para atletas profissionais ainda é pouco explorado no Brasil", confirma Luis Barsotti, diretor Comercial da MetLife.

Ele explica que esse tipo de proteção garante ao clube, em caso de sinistro, o pagamento de uma indenização no valor definido, por exemplo, como o valor investido no atleta, com coberturas por Morte Qualquer Causa ou por Invalidez Permanente Total por Acidente. "O pagamento do prêmio é efetuado pelo clube, que possui o interesse em segurar este profissional". Portanto, o time é o próprio beneficiário do seguro.

O assunto também tem sido destaque nos bastidores da FIFA. Isso porque a Associação de Clubes da Europa (ECA, na sigla em inglês) quer que a Federação canalize alguns dos seus bilhões de dólares arrecadados com a Copa realizada na África do Sul para contratar um seguro contra possíveis lesões sofridas pelos seus jogadores durante partidas envolvendo seleções. O principal apelo é o fato dos clubes terem de arcar com os salários dos seus craques se, ao serem emprestados para jogar pelo time da nação, sofram algum tipo de lesão que os afaste do gramado, negócio que pode atingir a casa dos bilhões de dólares.

Copa estimulará demanda

Após adquirir experiência de 10 anos atuando no mercado de Londres, a Lockton, maior corretora de seguros de capital fechado do mundo, passou a apostar neste segmento também no Brasil. "Os jogos mundiais propiciarão maior divulgação dos produtos relacionados a seguros para atletas, bem como os benefícios e soluções advindos destes produtos", justifica Renata Polacow, gerente Comercial da Lockton.

Uma de suas estratégias para abocanhar este tímido mercado no País é o patrocínio para a Soccerex, maior feira global de futebol, que acontece no Rio de Janeiro, em novembro. "Nossa expectativa é tornar a Lockton referência em seguros para este nicho e também difundir estas soluções na maior feira de futebol, que conta com o nosso patrocínio", afirma.

No Brasil, como no resto do mundo, as principais seguradoras que atuam neste nicho são as especializadas em seguros de vida. No que se refere à análise de risco dos atletas, são considerados fatores como idade, histórico de contusões e saúde, doenças pré-existentes etc. O profissional mais prevenido também pode contratar um complemento para a proteção adquirida pelo time. "De forma complementar, o próprio atleta ainda pode adquirir, sob condições especiais, um seguro para proteger seus familiares", confirma Barsotti, da MetLife. 

Os atletas podem contratar, por exemplo, coberturas de Morte Qualquer Causa, Indenização Especial por Acidente e Invalidez Permanente Total por Acidente. "Nesta modalidade de contratação, o responsável pelo custeio do plano é o próprio atleta e os beneficiários são os seus familiares", conclui.

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