Breaking News

Nakao vê fragilidade no campo da negociação

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

RESSEGURO 
Especialista diz que a falta de estrutura existente hoje, e que vai perdurar, é suprida pelos brokers, o que explica o crescimento de seus negócios

Na avaliação do secretário-geral da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e ex-presidente do IRB Brasil Re, Eduardo Nakao, as seguradoras precisam de mais de anos para ter em funcionamento uma estrutura adequada ao processo de negociação com as resseguradoras estrangeiras. "Até lá, é fundamental o apoio oferecido pelos brokers (corretores de resseguro)", assinalou ao participar, nesta quinta-feira, do Seminário de Resseguros, organizado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) e a Escola Nacional de Seguros (Funenseg), em São Paulo.

Eduardo Nakao acrescentou que o crescimento dos negócios das corretoras de resseguros é consequência direta da falta de experiência das seguradoras com a tomada de resseguros. Segundo ele, os brokers atualmente auxiliam as seguradoras na distribuição dos riscos no mercado internacional e até no processo de recebimento das indenizações.

Para ele, as seguradoras brasileiras estiverem ajustadas ao tratamento com as resseguradoras, as corretoras voltarão a exercer as suas funções de consultoria, basicamente em contratos com riscos diferenciados e não em todas as negociações, incluindo os contratos automáticos de resseguros, pelo qual é estabelecido o limite de aceitação de risco do ressegurador.

A adoção de medidas cautelares, na opinião do especialista, é importante para as seguradoras brasileiras que têm riscos distribuídos entre um grande número de resseguradoras, mundo afora. Eduardo Nakao contou que há contratos com até 20 resseguradores e que é quase certo que nem todos irão honrar seus compromissos com a mesma agilidade. Contra este possível descompasso no momento do pagamento da indenização, ele aconselhou as seguradoras a terem ativos de venda rápida no mercado para fazer frente a eventuais atrasos ou inadimplência de algum ressegurador.

REPROVAÇÃO.
Diante dessa necessidade, ele demonstrou preocupação com a compra pelas seguradoras de ativos como debêntures, uma vez que o prazo de resgate chega a três anos. "Esse é um ativo que não fará frente a uma necessidade de caixa para a situação citada", afirmou.

Eduardo Nakao revelou que o risco de crédito é hoje uma das principais preocupações da Susep. Sobre o assunto, ele lembrou que a autarquia colocou em audiência um conjunto de regras propondo mudanças no cálculo do Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) das empresas supervisionadas, que é o principal critério de avaliação de solvência.

Pelo regulamento proposto, as seguradoras não poderão mais contabilizar no PLA as participações acionárias em empresas não financeiras e as cotas de fundos imobiliários em empreendimentos rurais e urbanos acima do limite de 8% do total de ativos. As obras de arte e pedras preciosas também não serão consideradas ativos componentes do patrimônio. "Pretendemos implementar as mudanças já no próximo ano", anunciou Eduardo Nakao, assinalando que o risco de crédito em resseguro é assunto novo para as seguradoras. Até a abertura desse mercado, há menos de dois anos, ele recordou que o mercado conviveu com 70 anos de monopólio, período em havia a segurança do pagamento da indenização pelo IRB.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario