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Acidentes pressionam custo das carteiras de vida e saúde

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Ao falar sobre os resultados da 19ª Edição da Pesquisa Experiência de Acidentes de Trabalho, recém-concluída pela Marsh Risk Consulting, o consultor sênior da empresa e responsável pelo estudo, Sergio Cruz, destaca que o empresariado em geral deve entender que acidentes de trabalho repercutem no custo e na aceitação de seguros de vida e planos médicos. E mais: "Criam severas exposições de responsabilidade que, na maioria das vezes, não podem ser indenizadas pelo seguro de responsabilidade civil do empregador", diz o executivo.

Essa pressão sobre os preços diretos e indiretos dos acidentes é consequência da paralisação da produção após o evento, tempo de substituição do acidentado, treinamento, investigação do acidente e outros procedimentos.

A pesquisa, que envolveu 86 empresas, 540 locais de trabalho e 193,7 mil trabalhadores, indica que o número de dias perdidos com os acidentes de trabalho aumentou 35% em 2009, subindo de 23.629, em 2008, para 31.894. Para Sergio Cruz, trata-se de uma conclusão negativa, tendo em vista que o percentual de aumento de acidentes é superior ao acréscimo do número de trabalhadores na pesquisa, que foi de 30,5%. "Também, mais uma vez, pode significar que os acidentes de 2009 foram seguidos de maior gravidade", diz.

Segundo a pesquisa, o número total de acidentes aumentou em 11%, o que Cruz não considera tão grave, dado que foi bastante inferior ao aumento no número de trabalhadores de um ano para o outro.

SINISTROS E FAP. 
O estudo mostra ainda que o índice de sinistralidade do Seguro de Acidentes de Trabalho (SAT) em 2009 foi de 11,58% (contra 9,92% de 2008), o que indica agravamento da experiência de acidentes.

Das 86 empresas participantes da pesquisa, 62 obtiveram índice individual inferior a 15% (índice esse considerado como aceitável sob o ponto de vista segurador) e outras 16 empresas tiveram índice de sinistralidade zero. A média de dias perdidos por ocorrência, que em 2008 foi de 11,83, elevou-se para 14,41, significando que os acidentes de 2009 tiveram consequências mais graves. Já o índice de severidade dos acidentes apresentou resultado pouco superior ao do ano anterior (de 15,89 em 2008 para 16,97 em 2009).

A pesquisa também mapeou as consequências da aplicação do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), que desde o dia 1º de janeiro de 2010 passou a determinar as alíquotas de contribuição do seguro. Pelo novo sistema, as empresas com boa experiência acidentária são beneficiadas com redução de até 50% em suas alíquotas, enquanto aquelas com experiência negativa têm suas alíquotas agravadas em até 100%.

Em um universo de 64 empresas pesquisadas, 53 (80%) tiveram suas alíquotas do SAT sensivelmente agravadas de 2008 para 2009, sendo que 16 empresas sofreram agravamento de até 20%; 6 entre 21% e 30%; e 31 de 31% para cima. Nas 11 empresas que tiveram redução em suas alíquotas, esta ficou limitada ao máximo de 15%. "Os resultados para a indústria de médio e grande porte foram negativos, com aumentos de alíquotas que oneram os custos produtivos.

Poucos foram os casos de empresas que conseguiram reduzir suas alíquotas", completa Sergio Cruz.

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