Breaking News

Preços do resseguro caem até 10%

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

As empresas que vão renovar seus programas de seguro no começo deste ano devem pagar preços mais baixos. A razão é que as taxas cobradas pelas resseguradoras para assumir parte dos riscos dos contratos de grandes apólices estão em queda em todo o mundo. Na média, o recuo está entre 5% e 10% no valor dos prêmios, segundo relatório da corretora inglesa Willis.

A exceção está nos contratos de energia offshore, como exploração de petróleo no mar, que podem ter aumento de preços entre 30% e 50%.

A queda nos preços do resseguro em contratos de engenharia, aeroespacial, crédito e marine (que inclui cobertura de cascos de navios e outras embarcações), excluindo os de energia, ocorre mesmo após vários sinistros em 2010, segundo o relatório da Willis. O ano passado foi marcado pelo terremoto no Chile, o vazamento de petróleo no Golfo do México na plataforma Deepwater Horizon operada pela British Petroleum (BP) e tempestades na Europa.

Os desastres naturais provocaram desembolsos de US$ 37 bilhões em indenizações pelas seguradoras em 2010, segundo estudo da resseguradora Munich Re, divulgado na segunda-feira.

O terremoto no Chile foi a catástrofe mais cara para as seguradoras gerou perdas econômicas de US$ 30 bilhões e sinistros de US$ 8 bilhões. Ao todo, foram 925 catástrofes naturais em 2010. Já as perdas com o acidente da BP são estimadas em US$ 20 bilhões.

A razão da queda nos preços do resseguro é que as resseguradoras se recuperaram dos efeitos da crise econômica mundial em 2008. O relatório da Willis afirma que essas empresas estão "supercapitalizadas" e ainda conseguem bons retornos nos investimentos financeiros, após as perdas com a crise. Por isso, muitas estão com capacidade alta de aceitação de riscos.

Já a alta dos contratos de energia ocorre por conta das incertezas com as perdas do acidente da BP no começo de 2010. "Os prejuízos para as resseguradoras ainda não são claros", destaca o presidente da Willis, Peter Hearn, no texto que apresenta o relatório. Por isso, nos projetos de energia em altomar (offshore) os preços estão em elevação, que podem chegar a alta de 50%. O relatório da Willis aponta que a capacidade de aceitação de risco para esse segmento segue "apertada" em todo o mundo, não apenas no Golfo do México, onde foi o acidente.

Além disso, não há indícios de oferta extra de capacidade para este ano. No Brasil, o contrato mais importante da área de energia é o da Petrobras. A petroleira começa em fevereiro a definir quem fica com seu programa de seguros. Em média, 60% dos programas de seguros globais são renovados no primeiro trimestre do ano.

O resseguro é uma espécie do seguro do seguro. É feito em apólices de grande valor para diluir os riscos entre os participantes, como plataformas de petróleo, hidrelétricas, navios e aeronaves. Em algumas, maIs de 90% dos riscos ficam com resseguradoras globais.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario