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Seguradoras esperam mais pedidos de indenização

Fonte: Valor Econômico

As companhias de seguros ainda não têm um balanço preciso do volume total que vão desembolsar para recompor os bens perdidos com as inundações na região serrana do Rio. Embora o número de pedidos de socorro e de indenizações, principalmente para veículos, já estejam acima da média, é possível que venham a crescer muito mais à medida em que se restaurem as comunicações na região afetada pelas chuvas.

Foi um evento de grandes proporções, sem precedentes na história do país, disse Ricardo Saad, presidente da Bradesco Auto/RE, subsidiária do grupo Bradesco Seguros para os segmentos de automóveis e ramos elementares. Saad afirmou que uma avaliação mais precisa depende do aviso dos segurados. Temos recebido mais chamadas (dos clientes) do que a média, mas ainda não temos o número fechado. Ele não quis divulgar o número de segurados que a Bradesco tem na região atingida, mas prometeu um balanço para a semana que vem.

A primeira providência que a Bradesco Seguros tomou para atender os clientes segurados na região foi reforçar a equipe da loja em Petrópolis desde o primeiro dia da catástrofe. Um posto avançado com um coordenador e quatro funcionários foi aberto para dar início à remoção de veículos danificados e agilizar o processo burocrático de pagamento das indenizações.

Saad explicou que a cobertura de alagamento é básica no seguro de automóvel, porém é acessória no residencial, o que significa que para contratar essa cobertura na apólice residencial é necessário pagar à parte.

Daí a estimativa de que poucos segurados que perderam suas casas nas enchentes e deslizamentos de terra da região serrana do Rio tenham direito à indenização, porque a maioria não contrata coberturas adicionais - não só lá, mas em todo lugar. Além disso, o centro de Nova Friburgo (área mais atingida por alagamentos) não era considerada área de risco, portanto não havia motivo para contratar uma cobertura acessória de alagamentos, afirmou Saad.

Já o superintendente de serviços da Porto Seguro, Milton Oliveira, disse que imaginamos que o pior ainda está por vir para as seguradoras. Em um primeiro momento, as pessoas estão cuidando de problemas mais graves: procuram parentes e um lugar para morar. Na semana que vem é que devem ligar para o seguro.

Neste momento, as seguradoras ainda fazem os primeiros cálculos das despesas que devem vir pela frente. A Liberty, por exemplo, calcula que os prejuízos com a perda total de carros será 5% acima da média mensal, o que representará cerca de R$ 2,5 milhões a mais. De um total de 20 mil segurados que a empresa tem na região, a expectativa é que 300 carros não possam mais ser recuperados. Por enquanto, até sexta-feira, tinham sido 28 casos.

Na Porto Seguro, com 1,9 milhão de veículos segurados, foram 700 carros perdidos neste verão, acompanhando a média do ano passado. Já os pedidos de socorro cresceram 30%, com uma média de 5 mil ligações por dia. Mas esses números ainda não espelham a realidade, garante Oliveira.

Para receber um volume maior de demanda, as seguradoras também reforçaram suas estruturas. Guinchos e funcionários se deslocaram para a região serrana do Rio com o objetivo de acelerar o atendimento. Na quinta-feira, a Liberty decidiu alugar um galpão em Nova Iguaçu, no Rio, para guardar os carros resgatados das enxurradas. O objetivo é fazer a vistoria dos veículos em uma área mais distante do foco dos problemas.

Na Porto Seguro, como o verão tem se transformado em um período de problemas para os motoristas, as férias de funcionários em janeiro foram suspensas. Um novo serviço também está sendo testado pela seguradora em São Paulo. Assim que há registro de alagamentos, a seguradora já envia funcionários em motos para atender quem teve o carro afetado.

As empresas também estão quebrando a cabeça para saber como vão lidar com novos cenários para o resgate dos veículos. Em vez de guinchá-los das ruas, elas terão de encontrá-los soterrados, em meio à lama e aos escombros. Isso ultrapassa aquilo que a gente conhece, afirmou Oliveira.

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