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Faturamento cai, mas segurador está otimista

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

O fato de o mercado do Rio de Janeiro ter apresentado um resultado tímido em 2010, comparado ao restante do País, não preocupa os seguradores. Muito pelo contrário. Segundo executivos do setor, esse desempenho foi, na verdade, consequência direta de alguns fatores amplamente benéficos para a sociedade, tais como a redução do preço médio do seguro de automóveis, a queda dos roubos, furtos e até dos acidentes no trânsito e a desvalorização dos carros usados. A partir deste ano, as perspectivas passam a ser as melhores possíveis e é aguardada uma retomada de forte crescimento do setor, a reboque das grandes obras previstas para o estado. “Há grandes empreendimentos previstos ou já em execução em todo o estado, abrindo um leque de negócios para o mercado. Não se pode construir nada sem a garantia do seguro. Então, para todos os lados que sejam olhados, as perspectivas são alvissareiras”, afirmou, nesta quinta-feira, o presidente do Sindicato das Seguradoras do estado, Luiz Tavares, em entrevista ao portal Viver Seguro, da Confederação Nacional de Seguros (CNSeg).

Dados oficiais da Superintendência de Seguros Privados (Susep) revelam que a receita de prêmios apurada no Rio de Janeiro, no ano passado, somou pouco mais de R$ 9,6 bilhões, o que representou um crescimento de apenas 4,8% em relação a 2009.

Essa variação ficou, inclusive, abaixo da inflação acumulada no período. Isso significa que, em termos reais, houve retração do mercado fluminense entre os dois períodos comparados. Vale lembrar que o mercado nacional cresceu 17,6%.

Ainda de acordo com a Susep, dezembro foi o único mês, em 2010, em que a receita de prêmios ficou acima de R$ 1 bilhão no Rio de Janeiro (somou R$ 1,04 bilhão). Esse montante foi 3,9% maior que o apurado no mesmo mês, em 2009. Já em relação a novembro, houve um incremento de 17,3%, o que pode sinalizar um início da retomada do crescimento do setor.

Em contrapartida, a sinistralidade cresceu de forma expressiva. Segundo a Susep, a soma dos sinistros ficou pouco acima de R$ 2,5 bilhões no ano passado, com um salto de 32,3% em relação ao exercício anterior. Em dezembro, os sinistros atingiram R$ 274 milhões, 73,4% a mais do que no mesmo mês, em 2009.

O baixo crescimento da receita de prêmios não surpreendeu o mercado. O diretor da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Neival Rodrigues, já havia afirmado que a redução do preço do seguro de automóveis iria impactar no desempenho do mercado fluminense em 2010. “Esse tendência de redução do preço médio permanecerá enquanto as autoridades continuarem registrando a redução dos índices de roubos e furtos de veículos no estado”, acrescentou Rodrigues, na ocasião.

Por outro lado, esse cenário também favorece o crescimento das vendas do seguro de automóveis. Segundo estimativas do Sindicato das Seguradoras, o preço mais baixo do seguro, somado ao crescimento das vendas de veículos novos e usados, pode permitir um salto de até 15% na comercialização de apólices em 2011.

Mas, além das coberturas para as grandes obras realizadas no estado e das projeções favoráveis na carteira de automóveis, os seguradores apostam no incremento de outras carteiras importantes. Até mesmo a tragédia na Região Serrana pode ajudar a aumentar as vendas, principalmente das coberturas para as residências. “O fato de o Brasil não ter catástrofes naturais, como terremotos, faz com que as pessoas se sintam seguras. Muitos também desconhecem a existência dessas coberturas. Mas, como o clima começa a mudar, é provável que as pessoas se tornem mais cautelosas e passem a comprar mais seguro”, observa Luiz Tavares, para quem uma das prioridades do setor continua sendo aumentar as vendas do seguro para residências.

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