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Passo atrás

Fonte: Elio Gaspari / Folha de São Paulo

Depois que o controle do Instituto de Resseguros do Brasil foi apanhado na nascente dos conflitos do mensalão, o governo resolveu desregular o mercado de repasse de seguros, abrindo-o para o exterior.

Assim como os banqueiros de bicho descarregam apostas feitas num milhar quando percebem que muita gente apostou nele, as seguradoras diluem seus riscos pelo mundo afora. Desde o Estado Novo, o resseguro era monopolizado pelo IRB, com seu círculo de bons amigos. Metade do instituto era do governo (que mandava em tudo) e a outra metade pertencia a um mercado dócil.

Retirada a intermediação monopolista, o custo de um resseguro brasileiro caiu em 30%. Metade do IRB continuou com o governo e a outra metade foi quase toda comprada pelas seguradoras da grande banca nacional. Parecia o fim do engessamento dos seguros.

Duas instruções recentes da Superintendência de Seguros Privados (224 e 225) mudaram as regras do jogo, transformando em permanente uma reserva de mercado provisória e inibindo as operações de filiais brasileiras com suas matrizes. O monopólio do Estado virou uma comandita do governo com um cartel.

Quem fez a mudança garante que ela visa o bem de todos e a felicidade geral da nação. Tudo bem. Se daqui a seis meses o custo do resseguro brasileiro encarecer, ficará entendido que as resoluções visavam o bem e a felicidade de poucos.

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