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Pequenas dão impulso para setor de seguros de saúde

Fonte: DCI

São Paulo - A classe média ascendente deve ser a principal força motriz no desenvolvimento do mercado de seguros de saúde, e reforçam o nicho das empresas de pequeno e médio porte (PMEs), que cada vez mais têm ganhado espaço dentro da carteira de clientes das seguradoras, com o aumento da carteira assinada. Esta é a avaliação de presidentes de algumas das maiores do setor no País, Bradesco Saúde e Unimed Nacional.

"O ano passado foi um ano muito bom para a economia brasileira e o mercado de saúde costuma responder de acordo, porque depende do nível de emprego e renda no País, que cresceu bastante em 2010", diz o presidente da Bradesco Saúde Márcio Coriolano. "No último ano as médias e pequenas empresas começaram a dar maior importância para a saúde como um benefício para seus funcionários, o que fez com que se tornassem as principais impulsionadoras do segmento, que antes era capitaneado pelas grandes empresas", diz.

O executivo revela que o crescimento da Bradesco Saúde neste segmento em 2010 foi 36% superior ao desempenho obtido em 2009 e que a tendência é que as PMEs continuem puxando o crescimento do setor.

De olho nesse mercado, a empresa criou há dois anos uma linha de produtos específica chamada Bradesco Perfil, com mensalidades em média 30% menores. "Hoje possuímos planos para todos os bolsos", diz.

O produto começou a ser oferecido em São Paulo e no Rio de Janeiro e desde o último trimestre de 2010 foi disponibilizado para Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Coriolano explica que a Bradesco Saúde não faz mais planos individuais desde 2005. Por isso, hoje 93% da carteira é relativa a seguros corporativos. De acordo com executivo, a seguradora fechou o ano de 2010 com 2,8 milhões de clientes e faturamento de 5,9 bilhões, um crescimento de 18,3% em relação a 2009.

Desempenho

Segundo o presidente da Unimed Nacional, Mohamad Akl, devido ao desempenho acima do esperado em 2010, as projeções para 2011 são mais modestas, em torno de 10%. "Hoje, 92% das grandes empresas já possuem plano de saúde, por isso o crescimento no setor deve se dar pela via das classes médias ascendentes, ou seja, nas PMEs", avalia.

No ano passado a empresa, também voltada para o segmento corporativo, passou de R$ 910 mil para R$ 1,168 bilhões de faturamento em comparação a 2009, um aumento de 22%. A carteira de clientes cresceu 28%, passando de 829 mil para 1,150 milhão de vidas.

O presidente da Unimed diz este ano a empresa vai investir na fidelização dos clientes que já possui. "Este ano não vai ser como no ano passado, porque o mercado tende a ficar saturado e aí a briga tende a ser para tirar cliente de outros planos. Por isso pretendemos fidelizar nossa carteira", diz. Um dos focos dessa ação será a medicina preventiva, direcionando as ações de acordo com o perfil da empresa contratante.

"Uma equipe de relações empresariais irá até a empresa para levantar as necessidades e pontos fracos, se houverem, para atuar encima", explica.

Já na Bradesco Saúde, o maior desafio para manter o ritmo de crescimento é superar a chamada "inflação médica" que atinge ao mercado de seguros de saúde e que tende ser maior que a inflação do mercado. "Isso acontece porque este setor exige constante inovação, tanto em equipamentos quanto em novas drogas, que requerem constantes investimentos", explica.

"Além disso, nos últimos anos aumentou a freqüência de utilização dos planos, devido à maior consciência das pessoas com relação à medicina preventiva. Tudo isso eleva os custos das seguradoras acima do crescimento da renda das empresas", diz.

Pensando nisso, ele conta que a seguradora elaborou um banco de dados bastante completo para fornecer aos clientes capacidade de avaliação de riscos e como prevenir problemas de saúde dos funcionários específicos para o seu ramo de atuação.

Verticalização

Segundo afirmou Mohamad Akl, a Unimed Nacional não descarta a estratégia de efetuar aquisições de planos menores ou hospitais e revela que já existem pelo menos duas conversas nesse sentido em andamento.

Já na Bradesco Saúde, a estratégia aparentemente não faz parte dos planos da companhia. "Acreditamos no crescimento orgânico, por isso descartamos a estratégia de crescer por meio de aquisições. O que não significa que não façamos parcerias para prestar melhores serviços aos nossos segurados. Não estamos fechados a participar de nenhum negócio na cadeia produtiva da saúde", frisa.

Como exemplo ele cita o caso da parceria com a rede de Laboratórios Fleury, da qual a Bradesco Saúde é dona de 20%.

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