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Previdência: Provisões saltam 930% em 10 anos, para R$ 216 bi

Fonte: Valor Econômico

Melhora de renda das classes C e D, maiores vantagens fiscais e conscientização dos aplicadores aumentaram a procura por planos.

Os recursos acumulados em previdência privada aberta, conhecidos como provisões, saltaram cerca de 930% em dez anos, de R$ 21 bilhões em 2001 para R$ 216,2 bilhões no fim do ano passado, aponta a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). As contribuições anuais aos planos, sem considerar resgates, passaram de R$ 7,3 bilhões para R$ 46 bilhões no mesmo intervalo, crescimento médio de 25,5% ao ano. As seguradoras administram cerca de 12 milhões de contratos ativos.

O crescimento, na opinião do presidente da Fenaprevi, Marco Antonio Rossi, é resultado da maior conscientização do brasileiro em relação à necessidade de poupar para o longo prazo. Isso não só porque o governo garante apenas uma aposentadoria básica, mas pelo aumento da expectativa de vida da população.

Previsibilidade de regras e estabilidade econômica, ressalta Rossi, também contribuíram para a expansão do mercado. Um dos marcos, segundo o executivo, foi a criação da tabela regressiva de imposto de renda na virada de 2004 para 2005, premiando o investimento de longo prazo.

Já nos últimos dois a três anos, o crescimento econômico - que se transformou em aumento de renda e recuo da taxa de desemprego para o menor nível da história - abriu novas oportunidades para os segmentos de vida e previdência. Conseguimos capturar camadas da população que antes não pensavam em poupar, conta Rossi, sem, contudo, quantificar a fatia que essas classes C e D já alcançaram no mercado em termos de planos.

Em arrecadação, esses contribuintes participam com cerca de 5%, percentual pequeno por conta do baixo tíquete de aplicação. Hoje, os planos voltados para as classes de renda mais baixa aceitam aportes a partir de R$ 30,00. Rossi afirma que esse público continuará no radar das seguradores. Há um mundo de oportunidades que começa pela oferta de seguro de vida com auxílio funeral, passando por planos dental e de saúde e chegando a previdência. Com R$ 3,00 por mês é possível fazer um seguro de vida com valor de R$ 10 mil a R$ 30 mil, dependendo da idade, diz.

A Fenaprevi trabalha para simplificar a oferta. Segundo Rossi, nesta semana, a entidade entregou à Superintendência de Seguros Privados (Susep) uma proposta para que se reduza o número de documentos exigidos na contratação de seguro e previdência com prêmio anual abaixo de R$ 240, além da flexibilização da oferta on-line.

Apesar do crescimento expressivo da previdência aberta na última década, pouca coisa mudou na divisão do bolo. As seguradoras ligadas a grandes grupos financeiros continuam concentrando mais de 90% das provisões. De acordo com os últimos dados disponíveis, de novembro do ano passado, a Bradesco Vida e Previdência liderava o mercado, com 33,87% das provisões, seguida pelo Itaú Vida e Previdência (24,16%) e pela Brasilprev (16,89%). Essa concentração do mercado, segundo Rossi, também presidente da Bradesco Seguros e Previdência, está ligada à maior capacidade de distribuição dos grandes grupos financeiros

Mas aos poucos as seguradoras independentes vêm conquistando espaço, e isso ocorre especialmente no segmento de alta renda. Dados da Susep sobre portabilidade externa em 2010 mostram a Icatu Seguros como a seguradora que mais ganhou. De um total de 90.388 pedidos de transferência aceitos no ano passado, a Icatu ficou com 26.622. Na ponta contrária, cedeu apenas 4.567 de um total de 62.090.

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