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Aumento do emprego e da renda amplia acesso a planos

Fonte: Valor Econômico

"Com o crescimento econômico do país, o sonho do plano de saúde se tornou realidade para os brasileiros que migraram da classe E para as classes D e C", diz José Cechin, da Fenasaúde. "A baixa taxa de desemprego garantiu o acesso de uma grande parcela da classe média à medicina de grupo principalmente pelos planos coletivos das empresas privadas que respondem por mais ou menos 70% do merc a d o", afirma o presidente nacional da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida.

De um ano para o outro, as operadoras de planos de saúde conquistaram nada menos de 4.646.392 novos usuários, de acordo com os dados da página da Agência Nacional de Saúde (ANS) na internet, e fecharam 2010 com 45.570.031 beneficiários - cerca de 23,4% da população brasileira. O crescimento de 8,7%, em relação a 2009, foi o maior desde a regulamentação dos planos de saúde, em 1998, e a criação, em 2000, da ANS, agência encarregada de fiscalizar o setor.

"Só o custo do plano de saúde impede um crescimento ainda maior, mas baixar o preço é complicado por causa da extensão da c o b e r t u r a", diz Almeida, da Abramge. "Nós podíamos ter de 80 a 90 milhões de beneficiários, desde que fosse feita uma segmentação, com planos que não precisassem ter abrangência total." Nada menos de 73,5% dos beneficiários estão vinculados a planos de contratação coletiva: 57,9% por intermédio de empresas com as quais mantêm relação empregatícia ou estatutária (planos coletivos empresariais) e 15,6% por meio de entidades jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, nos chamados planos coletivos por adesão.

"Em São Paulo, 50% da população tem plano de saúde, então o fenômeno dos investimentos lá é observado com intensidade maior, mas houve um aumento significativo de usuários no interior do país e nas regiões Sul e Nordeste, o que amplia o atendimento", afirma Henrique Salvador, da Anahp.

Na busca por serviço de saúde, o brasileiro, quando pode, parece não se importar em pagar do próprio bolso, segundo revela um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS). O trabalho mostra que no país cada pessoa gasta em média quase duas vezes o que um europeu usa do próprio salário em despesas médicas. Em média, apenas 23% dos gastoscoma saúde na Europa vêm do bolso dos cidadãos, enquanto o resto é coberto pelo Estado. A pesquisa, que registra ainda a expansão de medicina de grupo e das cooperativas médicas no Brasil, revela que a taxa de dinheiro dos planos de saúde subiu de 34% para 41% em dez anos.

O percentual de dinheiro privado na saúde no Brasil também é muito superior a média mundial de 38%. No Japão, 82% de todos os gastos são cobertos pelo governo. Na Dinamarca, essa taxa sobe para 85%. Em Cuba, os gastos privados dos cidadãos com a saúde representam apenas 6% do que o país todo gasta no setor.

"O Brasil é o único paísemque as pessoas pagam o sistema público e o sistema privado. Com certeza, esse é um dos fatores que contribuiu para que a pesquisa apontasse que o brasileiro, em geral, gasta mais que o cidadão de outros países", diz Arlindo de Almeida, da Abramge. "Só no Brasil a iniciativa privada contribui com a maior parte dos gastos: 55% contra 45% do governo.

O ideal é que, se nós atendemos 45 milhões, os outros 130 milhões sejam atendidos pelo Estado.

Ele é imprescindível na saúde.

A iniciativa privada não tem como fazer prevenção e extermínio de vetores ou saneamento básico e controle de medicamentos e de alimentos."

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