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Entidade adverte que alinhamento de regulação de seguros com a de bancos elevará prêmios mundiais

Fonte: Viver Seguro

O mantra de que seguradoras não são bancos volta a ser repetido a partir desta quinta-feira pelos membros da Associação de Genebra, durante a assembleia geral de dois dias promovida pela think tank do mercado de seguros na cidade do Rio de Janeiro pela primeira vez. Criada em 1973, a entidade conta estatutariamente com a adesão dos 90 CEOs das principais seguradoras e ressegurados do planeta e está preocupada com as consequências de um alinhamento das metodologias de regulação bancária e da indústria de seguros, tendo em vista os debates, a partir do G-20, para a definição das Sifi (Instituições Financeiras Sistemicamente Importantes).

"O mercado de seguros não é sistemicamente revelante. Aliás, as principais atividades de seguros não constituem uma fonte de risco sistêmico para o sistema financeiro e econômico e nenhuma delas jamais desencadeou uma crise financeira sistêmica. Na verdade, o setor de seguros atua como um estabilizador das economias mundiais com seu investimento de longo prazo e horizontes de risco", lembra o presidente da Associação de Genebra, Nikolaus von Bomhard (também é presidente do Conselho Administrativo da Munich Re).

A entidade destaca que o volume mundial de prêmios de seguros é de aproximadamente US$ 4,06 trilhões, o que equivale a mais de 7% do PIB global e, como negócio, desempenha um papel mais importante na economia mundial do que aquele que lhe é atualmente atribuído pelos arquitetos do próximo conjunto de regulamentos de estabilidade financeira. Segundo ele, “as seguradoras apoiam a necessidade de melhoria da estabilidade financeira e concordam que o risco sistêmico deve ser abordado". Mas destaca que a crise financeira já impôs custos à indústria de seguros, na forma de baixas taxas de juros e crescimento reduzido, podendo impor novas perdas com o advento de uma regulação inadequada.

Entre as consequências das propostas de aperto do marco regulatório, pesquisa da Associação de Genebra prevê aumento dos custos operacionais do mercado e repasse para os consumidores finais. Para 73% dos pesquisados, a definição dos preços das apólices de seguro levaria em conta a imposição de custos de capital adicionais e/ou exigências de submissão de relatórios; 75% acreditam que prejudicariam o gerenciamento de bens de seguros, por afetarem as exigências de capital, distorcendo os horizontes de investimento e afetando o total dos retornos de investimento; enquanto 75% viram problemas de subscrição relacionados à redução da habilidade dos negócios de assumir riscos de seguro e até da habilidade da indústria de subscrever certos riscos. Um dos pesquisados declarou que “uma preocupação específica é a imposição de padrões de solvência e de capital do setor bancário ao de seguros, que não refletem os riscos reais das operações de seguro e impõem às seguradoras restrições de capital desnecessárias. Isto teria um efeito cascata prejudicial sobre todas as partes do negócio”.

Na avaliação de Patrick M. Liedtke, diretor-gerente da Associação de Genebra, considerando o atual curso dos esforços regulatórios internacionais no sentido de conter o risco sistêmico, sem levar em conta as especificidades da indústria de seguros, e haverá "consequências não apenas para nossos negócios mas também para os segurados e para a economia em geral”.

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