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Planos de previdência concentram atenções

Fonte: O Globo


SÃO PAULO - Os incentivos fiscais e a preocupação em manter o padrão de renda no futuro vêm aumentando a procura por fundos de previdência complementar. O segmento completou em abril 28 meses seguidos de captação líquida positiva (quando os depósitos superam os saques) no ranking elaborado pela Associação Brasileira das Entidades de Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O patrimônio líquido desses fundos chegou a R$ 198 bilhões em abril, bem próximo dos R$ 216 bilhões dos tradicionais fundos DI. Mas especialistas alertam que o investidor deve pesquisar as taxas cobradas nos fundos e verificar se a aplicação se adequa ao seu perfil, informa reportagem de Paulo Justus.

Segundo a Anbima, a rentabilidade média dos fundos de previdência com 100% da composição em renda fixa nos 12 meses terminados em março foi de 10,95%, contra 10,59% dos fundos DI. Nesses termos, um investidor que aplicar R$ 500 por mês teria, ao fim de dez anos, R$ 83,6 mil na previdência privada, contra R$ 80,5 mil no DI, já descontados os impostos e as taxas de administração e carregamento, cobradas nos fundos de previdência, segundo cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). A pior opção é a poupança, na qual o investidor acumularia pouco mais de R$ 79 mil.

Segundo outra simulação, desta vez da Icatu Seguros, uma aplicação mensal de R$ 500 num plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) com rentabilidade de 11% passa a ser mais vantajosa do que um investimento num fundo de renda fixa de igual rentabilidade a partir dos 11 anos de contribuição. Nesse período, acumula-se R$ 128.692,65 no fundo de previdência, já descontado o IR, enquanto a aplicação em renda fixa rende R$ 128.551,15. O exemplo considera taxas de administração idênticas, de 1,5% para ambos o s investimentos, e inclui taxa de carregamento de 1%.

Mas, para prazos menores, devido às duas taxas na previdência, os fundos de renda fixa podem ser mais vantajosos. A mesma aplicação somaria, em dez anos, R$ 108,7 mil num VGBL, enquanto, num fundo de renda fixa, o valor seria de R$ 109,6 mil, cerca de 0,8% menos.

Por isso, na hora de escolher, é importante comparar as taxas cobradas pelos bancos e seguradoras. Elas variam de acordo com a composição do fundo e entre instituições. A taxa de administração é cobrada anualmente. Em geral, vai de 0,8% a 3%. A de carregamento parte de zero e pode chegar a 4%.

- Vale a pena pesquisar. Hoje já existem planos que não cobram taxa de carregamento - diz Reinaldo Domingos, fundador do Instituto DSOP de educação financeira.

A principal diferença dos planos de previdência em relação aos fundos de investimento é a forma pela qual o imposto é cobrado. O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) permite deduzir o valor das contribuições da base de cálculo do Imposto de Renda (IR), com limite de 12% da renda bruta anual. É indicado para quem faz a declaração completa do IR. Quando sacar benefício, o IR é cobrado sobre o total resgatado.

No VGBL, o investidor é tributado apenas sobre o ganho de capital e no resgate do plano. É mais indicado para quem faz a declaração simplificada do IR. Nesse sistema, o imposto cai conforme avança o tempo da contribuição. Começa em 35% e cai 5 pontos percentuais de dois em dois anos, até chegar ao patamar de 10% para aplicações com dez anos ou mais.

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