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Seguro entra na onda dos gadgets

Fonte: Revista Cobertura

Febre de consumo de equipamentos portáteis no país abre caminho para inserção de seguros e ressalta a importância de constante inovação nas coberturas

Em 2010 o Brasil foi o país em que mais foram comprados telefones celulares, TV’s de alta definição, câmeras digitais e netbooks, em um ranking que incluiu Índia, Rússia e China, que juntamente com o Brasil são os emergentes com maior destaque econômico atualmente, além de França, Estados Unidos, Japão e Alemanha.

Realizado com oito mil consumidores desses países, o estudo anual sobre produtos e serviços eletrônicos formulado pela consultoria Accenture apontou também que os emergentes foram os que mais utilizaram produtos eletrônicos durante o período.

Para se ter uma ideia, aproximadamente 55% dos brasileiros consultados compraram telefone celular no ano passado, enquanto entre os americanos, por exemplo, a porcentagem foi de 20%.

A consultoria constatou ainda que a maior parte dos consumidores do grupo emergente Brasil, Rússia, Índia e China, os Bric, tem preferência em adquirir produtos com tecnologias inovadoras a tecnologias mais baratas e com menos funcionalidades, o que justifica, dessa maneira, a primeira posição do Brasil em se tratando de consumo de netbooks em 2010.

A representatividade dos Brics, que ocupou os primeiros, segundos e terceiros lugares em grande parte da pesquisa, se deve, além da estabilidade econômica, à ascensão das classes médias desses países. Já entre os industrializados, observou-se menor interesse em adquirir produtos tecnológicos, por conta dos fortes efeitos sofridos pela crise econômica de 2008.

Conforme a análise da Accenture, os tablets, juntamente com computadores, TV’s de alta definição e smartphones, serão os produtos de maior preferência do consumidor durante este ano. Dados como esses e os constantes lançamentos de produtos, como o iPad 2, nos Estados Unidos, colocam em voga a necessidade de aprimoramento e inovação de coberturas no mercado segurador para a garantia de proteção a esses equipamentos.

Corretagem de portáteis

O estímulo ao consumidor sobre a relevância de proteção para gadgets tem sido praticado na Lar Corretora há quatro anos, quando a empresa iniciou a comercialização de apólices para notebooks. “O ideal é que o corretor venda esses seguros para a sua carteira de clientes. Começamos com o envio de mala-direta para os segurados que tinham abordagem simples sobre o seguro”, relembra o diretor da Lar Corretora, Luiz Morales, também presidente da União dos Corretores de Seguros (UCS).

Na corretora, a divulgação dos seguros para portáteis, que atualmente possui contratos para câmeras digitais, iPhones, smartphones, iPad e GPS é feita também pela internet. Por meio das redes sociais, conforme explica Morales, é possível realizar simulações de apólices e contratar o seguro. “Além disso, divulgamos nosso telefone no site para esclarecer as dúvidas dos segurados”.

Para ele, outra importante divulgação é referente ao valor do seguro, considerado caro pelo cliente, pelo pouco convívio e comparação com apólices maiores, como as de auto, por exemplo. “É importante divulgar o valor, pois, às vezes, o segurado deixa de contratar porque acredita que o seguro será muito caro”.

Divulgação do segmento

Por se tratar de um seguro pouco explorado no Brasil, promover a proteção para gadgets exige inovação do setor e adaptação às necessidades e aos hábitos dos consumidores. Devido a esses fatores, de acordo com o diretor da Kor Corretora, Breno Kor, a corretora também utiliza a internet para comercializar seus seguros, com a possibilidade de simulações on-line, participação em chats e atendimento via twitter.

A empresa iniciou a venda de seguros para iPad um mês após o produto ser lançado no Brasil, com coberturas para roubo e danos. Além deste, a gama de proteção inclui equipamentos como notebook, handheld, iPhone e smartphone.

Segundo o diretor, os produtos desta carteira que demandam maior proteção são notebooks, tablets e smartphones, por serem mais suscetíveis a roubos e danos.

Kor alerta que trabalhar com o nicho de portáteis se torna cada vez mais indispensável ao corretor. “A identificação e oferta de cobertura para novos riscos é uma obrigação do corretor junto ao mercado, para atender e conquistar o consumidor”.

Experiência internacional

Com cerca de 14 anos de comercialização de seguros para portáteis em Londres, a JLT avalia que este segmento é mais maduro no mercado internacional, pois seus consumidores têm maior hábito de contratar seguros desse perfil. Somam-se a isso, os custos menores e a maior facilidade de contratação.

Aqui no Brasil, conforme o vice-presidente comercial da corretora, Nicholas Weiser, as apólices para gadgets são específicas para pessoas jurídicas que necessitem de proteção para os equipamentos utilizados por seus funcionários e também para pessoas físicas. “Iniciamos ainda um trabalho para lançar no país um site para compra on-line. Estamos trabalhando para lançar o site JLT OnLine no Brasil ainda este ano. Para isso, contamos com uma equipe específica para esse projeto”, adianta o executivo.

Procura por proteção

O consumo de portáteis ganha vez mais adeptos no Brasil, o que colabora para o aumento do interesse do consumidor em proteger tais equipamentos. O lançamento da primeira versão do iPad no país, no fim do ano passado, comprovou essa tendência, tanto que sua proteção foi inclusa nas apólices de algumas seguradoras logo após sua chegada ao país.

Na RSA Seguros, conforme o diretor de Affinity, Cristiano Saab, a venda de proteção para iPad tem sido significativa desde seu lançamento. Este seguro, aliado ao notebook, GPS e celulares, são os de maior representatividade na seguradora, e consequentemente, os mais suscetíveis a sinistralidade.

Para comercializá-los a RSA conta com a consultoria dos corretores parceiros e redes varejistas como Ponto Frio e Fnac. Devido ao foco do varejo na classe C, as contratações para celulares, tanto os modelos com diversidade de ferramentas tecnológicas, quanto os aparelhos mais simples, são mais expressivas do que seguros para smartphones, por exemplo.

As apólices, que têm vigência de um ano, contam com coberturas para roubo e furto qualificado. “Os segurados também têm a possibilidade de contratar uma cobertura para quebra acidental”, acrescenta Saab.

Diversidade em coberturas

A Porto Seguro adaptou seus produtos segurados à cobertura para danos de causas externas, que abrangem roubo e furto, além de acessórias como queda e danos elétricos.

A companhia já oferecia proteção para notebook, smartphone, lap top, palm top e câmera digital, e mais recentemente incluiu o iPad em sua carteira, com coberturas para incêndio, raio ou explosão, além das tradicionais para roubo e furto.

Conforme o coordenador de Ramos Elementares, Marcelo Santana, a seguradora mantém parcerias com representantes do varejo, entretanto, o maior canal de distribuição é o corretor de seguros.

Santana defende que a demanda para esses equipamentos tem sido bem atendida pela seguradora. “A cobertura para danos de causas externas garante praticamente tudo”, disse sobre os possíveis sinistros a que os equipamentos estão expostos.

Em ascensão

As expectativas para a comercialização de seguros para portáteis no Brasil são positivas. Entretanto, conforme alerta o coordenador da Porto Seguro, é necessário que o setor invista em comunicação com o consumidor e também com os corretores de seguros. “Acreditamos totalmente nisso. Estamos investindo em vendas pela internet, comunicação, marketing e campanhas de incentivo ao corretor”, exemplificou.

O diretor da RSA acredita que o nicho deverá ganhar muito mais distribuidores, o que culminará em sua constante potencialização no Brasil. “Já tínhamos expectativa de ter esse seguro como um de nossos carro-chefe, por ser uma novidade no mercado. Essa propensão de consumo potencializará e fortificará ainda mais nosso processo de alavancagem”, finaliza Saab.

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