Breaking News

Zurich quer ser top 3 na América Latina

Fonte: Revista Apólice

O Brasil é o segundo país na ordem de importância dos negócios da Zurich na América Latina. Mas, no que depender da seguradora e de Antonio Cássio dos Santos, que desde 1º de maio assumiu a presidência do Grupo no continente, este cenário tende a mudar no prazo de 5 anos. "Queremos ser a melhor seguradora para clientes, colaboradores, corretores, parceiros e acionistas", afirma ele, que lembra: "Isso não significa ser a maior, a mais barata ou a que cresce mais rápido".

Segundo Cássio, a companhia está investindo em pessoal, tecnologia e no desenvolvimento de novos produtos em busca de um crescimento rentável. Ele detalhou, em entrevista exclusiva à Revista Apólice, as estratégias da companhia para crescer no Brasil e na América Latina como um todo. "Queremos ser a referência em azul, portanto ajudando nosso cliente a "ser feliz" através da paz que podemos proporcionar, sobretudo com zelo, com z de Zurich. E isso nos conduzirá a ser top 3 na Região, assim como somos na Europa e Estados Unidos", salienta.

Abaixo, você confere a entrevista na íntegra:

Revista Apólice: Quais são seus planos para o crescimento da Zurich América Latina?


Antonio Cássio dos Santos: Em seguros gerais, nossa principal estratégia é crescer no segmento de seguros para Pessoas Físicas. A região se desenvolveu muito nos últimos anos, integrando toda uma classe de consumidores que necessita proteger os bens que conquistaram com tanto esforço. Neste segmento, os seguros de automóvel e residencial têm especial destaque. O Grupo Zurich tem muita experiência nos Estados Unidos e Europa com uma frota de milhões de carros e residências seguradas. Queremos adaptar este know how à realidade latino-americana e posicionar a Zurich como uma seguradora centrada no cliente, como uma oferta ampla de produtos que atinja, ao longo do tempo, todos os segmentos da sociedade brasileira. Paralelamente, a Zurich já construiu uma posição de destaque no segmento corporativo, participando dos seguros de grandes obras, como as de três estádios da Copa do Mundo 2014. Vamos reforçar nossa atuação nesta área, mostrando nossa grande capacidade de resseguros e conhecimento técnico de avaliação e gerenciamento de riscos.

Revista Apólice: Quanto o Brasil representa na Zurich América Latina?

Antonio Cássio dos Santos: Atualmente, o Brasil é ainda nosso segundo mercado na América Latina. No entanto, a partir dos investimentos que o Grupo vem realizando, esperamos que a unidade brasileira venha, rapidamente, assumir a liderança e, no prazo de 5 anos, contribuir significativamente para o resultado do Grupo como um todo.

Revista Apólice: Com restrições para realizar o resseguro dentro do Grupo, como pode se dar o processo de alavancagem de novos produtos?

Antonio Cássio dos Santos: O Grupo Zurich está em 170 países e, portanto, temos em nosso DNA a capacidade de adaptar-nos ao ambiente de negócios que se configure.

De toda maneira acompanhamos de perto as mudanças no mercado de resseguro brasileiro. Algumas medidas anunciadas ainda carecem de regulamentação, de forma que estamos aguardando. No entanto, de qualquer forma, a área de resseguros da Zurich, que conta com apoio de uma Unidade Global de Engenharia de Risco de referência mundial, tem condições de prover a capacidade necessária para as linhas de negócio, de modo que o processo de desenvolvimento de novos produtos seguirá em ritmo acelerado.

Revista Apólice: Em quais países da América Latina a Zurich pretende alavancar mais a sua participação?


Antonio Cássio dos Santos: Os nossos focos de atuação na região são o Brasil e o México, especialmente, mas também Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia e Peru, como dito recentemente por nosso CEO Mundial de Seguros Gerais à imprensa brasileira. Ambos os países especialmente citados detêm em sua história recente e em seus prognósticos econômicos , taxas de crescimento acima da média internacional, além de oferecerem ainda várias oportunidades. Embora bastante competitivos, a Zurich tem condições de galgar posições nestes mercados, alinhando-se à posição do Grupo em nível mundial.

Revista Apólice: Como a seguradora pretende fazer isso?


Antonio Cássio dos Santos: Nossa proposta de valor é clara e simples: queremos ser a melhor seguradora para clientes, colaboradores, corretores, parceiros e acionistas. Isso não significa ser a maior, a mais barata ou a que cresce mais rápido. Estamos criando uma estrutura para um crescimento rentável e de médio e longo prazos, de forma a entregar nossos produtos/serviços com qualidade superior e alinhado às condições de mercado em benefício de toda a cadeia de valor do negocio.

De forma concreta, estamos investindo em pessoal, tecnologia e no desenvolvimento de novos produtos que venham a suprir demandas descobertas. É o caso, por exemplo, da área de Linhas Financeiras (para mitigar riscos de executivos, profissionais liberais e empresas de várias áreas). É uma das que mais cresce no mercado, liderando inclusive o segmento de Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Ademais, como já mostrado com a aquisição da Minas Brasil e com a joint-venture com o Grupo Santander, o crescimento inorgânico faz parte da estratégia do Grupo Zurich, sempre que a oportunidade esteja em linha com os princípios e valores do Grupo, assim como seja proeminente para a estratégia regional da companhia.

Revista Apólice: Quais ramos a Zurich apostará suas fichas para crescer na América Latina?


Antonio Cássio dos Santos: Não queremos ser mais do mesmo, mas o melhor!

Não queremos ser mais um, mas ser o segurador referência, o "Help Point" para nossos clientes e parceiros. Queremos ser a referência em azul, portanto ajudando nosso cliente a "ser feliz" através da paz que podemos proporcionar, sobretudo com zelo, com z de Zurich. E isso nos conduzirá a ser top 3 na Região, assim como somos na Europa e Estados Unidos, de forma que o Grupo soma mais de US$ 80 bilhões de faturamento anual, e um invejável resultado, além de ser um bechmarking mundial em valor de mercado, entre as seguradoras de globais e de classe mundial.

Assim, nossa prioridade será a área de seguros de indivíduos e de suas respectivas famílias, com destaque para automóvel. Tradicionalmente, este é o segmento muito forte no mercado latino-americano, cuja frota não para de crescer. Adicionalmente, os seguros que visam à estabilidade econômica financeira da família, como residenciais, desemprego, pequena e média empresa, viagem, pet, acidentes etc. Para as classes populares e emergentes, estamos em acelerado desenvolvimento de seguros de menor custo para serem de uma carteira "feita a medida" para as necessidades prementes, distribuídos por canais de massa, sempre intermediados pelos corretores especializados (redes varejistas e empresas de utilidade pública de energia elétrica, água, gás, cooperativas etc). Proteções como seguro prestamista, perda e roubo de cartão, garantia estendida (segmento que ingressaremos em breve) e acidentes pessoais, além de garantirem bens importantes dos consumidores, podem ser uma primeira porta de entrada no mercado de seguros. Possuímos soluções inovadoras para este mercado e queremos ser referência junto ao segmento que emerge na sociedade brasileira e latino-americana, recepcionando bem estes novos consumidores.

Revista Apólice: Existe a possibilidade de a companhia ingressar em novos segmentos?


Antonio Cássio dos Santos: Sim. Entregar a solução de seguro para o cliente no momento mais indicado é uma das promessas de marca da Zurich e, desenvolver novos produtos, é fundamental para isso. Dois bons exemplos são as áreas de Linhas Financeiras (com o seguro de risco político e o seguro para gestores de private equity) e o seguro de garantia estendida e de perda de renda (que ainda tem muito campo para desenvolver-se). A empresa, portanto, atuará fortemente em microsseguros, tanto para as classes emergentes quanto para as pequenas empresas, que com esta parcela importantíssima da sociedade, aceleradamente, desenvolve-se.

Aline Bronzati
Revista Apólice

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario