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Como controlar custos de benefícios de saúde

Fonte: Exame.com

Como negociar com as operadoras de planos de saúde — e manter os custos com esse tipo de benefício sob controle

São Paulo - Há, no Brasil, mais de 1 000 empresas que oferecem planos de saúde privados, segundo um levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Muitas delas possuem pacotes especiais para pequenas e médias empresas que tenham a partir de apenas dois funcionários. Com tantas opções disponíveis no mercado, muitos empreendedores têm dificuldades em escolher um fornecedor para o plano de saúde de seus empregados.

Como manter os custos desse tipo de benefício sob controle sem comprometer a qualidade? O mesmo plano oferecido ao pessoal da linha de montagem servirá para os diretores? O que fazer para controlar os gastos? Para ajudar a responder a essas questões, Exame PME ouviu especialistas em benefícios e em operadoras de planos de saúde. Veja no que prestar atenção ao escolher o tipo de fornecedor.

Há três tipos de fornecedor de planos de saúde coletivos — seguradoras de saúde, como Bradesco e Porto Seguro, operadoras de medicina de grupo, como Golden Cross e Amil, e cooperativas médicas, como a Unimed.

A melhor alternativa depende, em parte, da abrangência da rede credenciada. As grandes seguradoras, por exemplo, têm alcance nacional, mas cobram mais caro.

De acordo com um levantamento feito em março na cidade de São Paulo, os preços de planos de saúde para pessoas de 39 a 43 anos pelas seguradoras são em média 40% maiores que os das operadoras de medicina de grupo e 90% maiores que os das cooperativas

O endereço dos funcionários foi um dos fatores levados em conta pela empreendedora Luciany Martinez, de 36 anos, sócia da fabricante de suportes e mostruários de produtos para o varejo AZ4 Group, ao decidir que operadora de saúde contratar para oferecer o benefício aos funcionários.

“Escolhemos uma empresa pequena, com unidades de saúde próprias e credenciadas na zona leste da capital paulista”, diz ela. “É nessa região que nossos funcionários vivem.” Empresas que possuem diferentes perfis de funcionários podem ter mais de uma fornecedora de planos de saúde.

Pode-se, por exemplo, contratar uma operadora regional para operários que vivem numa região da cidade e uma seguradora para executivos que estão sempre viajando ou mudam de cidade constantemente.

...negociar melhores condições.

Pequenos e médios empresários devem aproveitar o momento de fechar o contrato com o fornecedor do plano de saúde para negociar alguns benefícios, principalmente se empregarem muitos funcionários. “As operadoras oferecem certas vantagens em troca de escala”, afirma o advogado Antonio Penteado Mendonça, sócio da Penteado Mendonça Advocacia.

Foi o que fez o empreendedor Ernesto Brezzi, de 53 anos, sócio da Top Clean, especializada em serviços de limpeza para empresas, que emprega mais de 800 pessoas.

“Contratamos três operadoras diferentes, cada uma para um determinado perfil de funcionário”, diz Brezzi. “Com todos os fornecedores, negociamos a ausência de carência.” Além disso, pode-se negociar descontos para o pessoal mais velho.

Normalmente, os fornecedores de planos de saúde seguem uma regra estabelecida pela Agência Nacional de Saúde segundo a qual o custo do benefício para quem tem acima de 59 anos deve ser de até seis vezes o preço cobrado dos funcionários de 18 anos.

“Empresas em que a média de idade do pessoal for alta devem pressionar os fornecedores para reduzir os custos dos planos”, diz Mendonça

....monitorar os gastos com o plano.

Os contratos com operadoras de planos de saúde costumam durar um ano. É importante monitorar as despesas nesse período para manter as tarifas dentro do orçamento ano após ano. Isso porque os reajustes são feitos com base num índice conhecido como sinistralidade.

O cálculo é simples — o custo anual de tratamentos e exames que os funcionários fizeram ao longo do ano é dividido pelo valor total pago à operadora. Quanto maior o índice de sinistralidade, maior o reajuste.

O contrário também se aplica. Há algumas maneiras de tentar manter esse índice baixo.

Uma é adotar o sistema de coparticipação. Assim, os funcionários têm de pagar um percentual sobre o preço de certos procedimentos. “Essa medida inibe o uso indiscriminado do benefício”, afirma o professor Carlos Alberto Suslik, coordenador do MBA em gestão de saúde do Insper em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein.

De acordo com estimativas de mercado, boa parte das pequenas e médias empresas divide meio a meio com os funcionários as mensalidades dos planos.

Outra forma de reduzir a sinistralidade é contratar os planos de saúde em conjunto com outras empresas. Há prestadoras que atendem várias companhias do mesmo porte como se fossem uma só — e calculam o índice de sinistralidade de todas em conjunto. Isso ajuda a diluir as despesas médias.

É preciso, no entanto, estar atento. Se uma empresa tem uma equipe pequena, composta de empregados jovens, e é inserida em um grupo formado por negócios com funcionários mais velhos e com doenças graves, seu índice de sinistralidade será maior do que se fosse avaliado separadamente.

Por isso, os especialistas recomendam que empreendedores interessados nesse sistema busquem empresas com perfis semelhantes.

Para acompanhar de perto quanto os funcionários vêm gastando — e tentar descobrir formas de manter as despesas sob controle —, Brezzi, da Top Clean, solicita periodicamente às operadoras de planos de saúde que enviem relatórios detalhados sobre os gastos médicos do pessoal.

“Essas informações nos ajudam a pensar em campanhas de saúde preventiva que ajudem a diminuir problemas como lesões por esforços repetitivos”, afirma Brezzi.

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