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Mercado segurador lucra com maior diversificação

Fonte: Valor Econômico

A indústria de petróleo e gás é uma das mais disputadas pelas seguradoras, que investem tempo e recursos para conquistar clientes de peso. Esse segmento é de longo prazo. Enquanto em outros o boom de contratos de seguros termina com os mundiais esportivos, a exploração de petróleo continuará demandando seguros pelos próximos 20 anos , diz Angelo Colombo, diretor de grandes riscos da Al lianz Brasil, subsidiária da maior seguradora do mundo.

A indústria de seguros começa a sair de um cenário onde tinha praticamente apenas a Petrobras como cliente em petróleo e gás para atender novas refinarias e estaleiros de capital nacional e estrangeiro, que movimentarão o mercado de plataformas, sondas, de construção civil, transporte e de siderurgia.

Um desses novos clientes é Eike Batista, bilionário que quando estudante vendia seguros para complementar os gastos que superavam o valor da mesada que recebia do pai. Aprendi desde cedo sobre a importância de ter proteção para riscos imprevistos , diz o empresário brasileiro que fundou o Grupo EBX, conglomerado industrial avaliado em mais de US$ 42 bilhões. Segundo ele, o grupo conta com investimentos de US$ 10 milhões em seguros, mas com a entrada em vigor de outros empreendimentos, um deles a OGX, a maior companhia privada de petróleo e gás do Brasil, esse número deverá subir para US$ 30 milhões, avisa Eike Batista aos seguradores.

O valor ainda é ínfimo se comparado aos quase US$ 40 milhões gastos pela Pe t r o b r a s em seu principal contrato. Com o pré-sal, o volume de seguro vai aumentar ainda mais. Segundo a Petrobras, os serviços de transporte e logística entre as plataformas e o continente devem dobrar até 2017 graças ao pré-sal. Hoje a petrolífera estatal transporta 750 mil pessoas por mês entre plataformas e continente.

Isso é uma pequena parcela que o pré-sal vai movimentar.

Em breve, a OGX deve renegociar a apólice fechada em agosto de 2010, tendo como líder a Zuri ch e aAONcomo corretora e consultora de riscos. A OGX ainda não produz, mas a previsão é de chegarem2015 com pelo menos 730 mil barris de petróleo por dia. Desde setembro de 2009, a OGX já iniciou a perfuração de 17 poços nas Bacias de Campos e de Santos, sem registro de sinistro, o que contou pontos na hora de convencer os seguradores e resseguradores sobre o risco.

Poucas seguradoras atuam com riscos de petróleo. Com certeza esse segmento não é para aventureiros.

Exige especialização dos profissionais, por se tratar deum risco de severidade e não de freq u ê n c i a , diz João Francisco Borges, presidente da Associação das Seguradoras Internacionais.

São raros os acidentes, mas quando acontecem atingem grandes proporções. Por isso, o risco é pulverizado por toda a indústria mundial em contratos de resseguro, tornando o preço dos programas dependente do comportamento das taxas internacionais.

Apenas uma pequena parcela do risco de petróleo e gás fica no Brasil, mas mesmo assim é disputadíssimo entre as seguradoras.

As companhias Itaú, ACE, Allianz, Mapfre, Tokio Marine e Zurich são as que atuam de forma mais especializada. A Itaú é a líder por deter o contrato da Petrobras, o maior entre todos os programas de seguros do Brasil, com R$ 43 milhões do total de R$ 150 milhões de todo o nicho de petróleo em prêmios (valor pago à seguradora) por ano.

AFator Seguradora, a Liberty International Underwriter (LIU), a JMalucelli e a Austral são as mais novas neste mercado. Segundo estimativas da Austral, os prêmios de garantia e de riscos de construção off shore e inshore serão de US$ 518 milhões em seis anos. Já com o pré-sal deve-se chegar a US$ 70 milhões. Segundo Laudelino Soares, executivo de seguro da Odebrecht Óleo e Gás e Braskem, o mercado externo apresenta condições agravadas de custos para contratação na área de energia, alavancado por perdas anunciadas até março de 2011 pelos principais seguradores e resseguradores.

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