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Mercado segurador mantém alta de dois dígitos apesar da desaceleração da economia

Fonte: Viver Seguro

O efeito de desaceleração de 2,1% da produção industrial detectada pela pesquisa do IBGE no primeiro quadrimestre do ano ainda não chegou no mercado de seguros doméstico, que cresceu 15% no período, para vendas de R$ 39,3 bilhões. Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), consolidados pela consultoria Siscorp, seguros gerais participou com R$ 13,3 bilhões do valor total, seguros de pessoas com R$ 21,8 bilhões e receitas de capitalização com R$ 4,1 bilhões. As indenizações pagas aos segurados ou titulares com pedidos de resgate totalizaram R$ 11,8 bilhões no mesmo período.

Segundo o IBGE, a inflação, que corroi o poder de compra dos assalariados, causou a desaceleração da produção industrial no primeiro quadrimestre do ano. O setor têxtil foi o mais afetado, com queda de 15,2%, seguido pelo de calçados (-11,4%), máquinas e aparelhos eletrônicos (-10,3%) e alimentos (-8,2%). Apesar de o seguro estar totalmente ligado ao desempenho da economia, a expectativa é de que o ritmo de crescimento do setor continue aquecido por conta do baixo consumo per capita em comparação com países desenvolvidos, bem como pela participação da indústria no PIB, que chega a 3,5% enquanto a media mundial se aproxima de 10%.

Vários fatores explicam o bom desempenho das vendas de seguros no Brasil, como o avanço do crédito bancário, emprego em alta, ganho de poder aquisitivo e milionários contratos de financiamento a projetos de infraestrutura que só saem do papel após a assinatura de um programa de garantias. Mas há uma razão em especial que tem aquecido a demanda por apólices: a insegurança.

A população tem sido bombardeada por notícias que reforçam os riscos do dia a dia. Na maioria das manchetes, situações que exibem gerenciamento de risco para preservar a vida e o patrimônio. As notícias vão desde ataques a caixa eletrônicos – já foram quase 70 neste ano –, passam pela falta de preparo financeiro para a aposentadoria e seguem até o risco do desenvolvimento de câncer pelo uso excessivo do celular, segundo apontou pesquisa daAgência Internacional de Pesquisa Contra o Câncer no início de junho.

Esse cenário impulsiona as seguradoras a responderem às demandas da população por proteção e assim capturarem oportunidades de crescimento ao manterem o equilíbrio socioeconômico dos indivíduos, famílias e empresas. Entre os segmentos que mais se destacaram no primeiro quadrimestre do ano, temos o de riscos especiais, com avanço de 54% nos últimos doze meses, para R$ 309 milhões em prêmios, o de riscos patrimoniais, com avanço de 23%, para R$ 8,3 bilhões, e o de responsabilidade civil, com R$ 800 milhões em prêmios acumulados entre janeiro e abril deste ano.

Em automóvel, a maior carteira do setor no nicho patrimonial, a tendência é de desaceleração, acompanhando o desempenho da indústria automobilística, que sofre com as medidas de restrição ao crédito imposta pelo governo como forma de segurar o consumo e assim manter a inflação dentro da meta. As vendas de seguro de carro entre janeiro e abril totalizaram R$ 20,3 bilhões, avanço de 11% nos últimos doze meses. Considerando-se apenas os últimos três meses, o crescimento cai para 3%, segundo a resenha mensal de abril divulgada pela Siscorp.

No mesmo período, o Brasil caiu para a sexta posição mundial em vendas de carros, depois de encerrar 2010 como quarto maior mercado mundial, com vendas de 3,5 milhões de veículos. O Brasil acumulou de janeiro a abril deste ano vendas de 1,114 milhão de veículos. Apesar da queda, o Brasil está no páreo. A diferença em vendas entre o terceiro colocado (Japão) e o sexto (Brasil) é de apenas 216 mil carros. No meio dos dois estão Índia e Alemanha.

Uma tendência que pode ser observada nos números é o avanço das seguradoras ligadas a bancos nos seguros pessoais e um índice de crescimento bem acima da média das seguradoras estrangeiras nos seguros patrimoniais. Zurich e Allianz exibem taxas de evolução de vendas de 92% e 76% em riscos patrimoniais. Em VGBL, principal segmento do ramo pessoas, Banco do Brasil e Itaú avançam 67% e 40%, respectivamente .

A expansão do mercado é considerável, tendo em vista o esforço do governo para conter o consumo, via aumento da taxa básica de juros da economia. Na verdade, até este movimento de alta é benéfico ao lucro das seguradoras, que tem quase a totalidade das reservas aplicadas, de R$ 296 bilhões, em títulos do governo. O ganho avançou 24% no quadrimestre, para R$ 3,5 bilhões, o que levou a um retorno sobre o patrimônio líquido de 19%. A estimativa é de que o setor encerre o ano com lucro líquido de R$ 10,6 bilhões, alta de 18%, e reservas de R$ 331 bilhões, avanço de 19%, segundo estimativas da Siscorp.

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