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Munich Re vê boas perspectivas para segmento no país

Fonte: Valor Econômico

Maior resseguradora do mundo, com prêmios que totalizaram EUR 23,6 bilhões no ano passado, a alemã Munich Re espera forte incremento em seus negócios com resseguro agrícola no Brasil nos próximos anos. Líder global neste segmento, com prêmios que deverão somar EUR 700 milhões em 2011, a empresa acredita que o arcabouço público e privado para o desenvolvimento desse mercado no país está sendo aperfeiçoado e que as boas perspectivas para o agronegócio brasileiro nos próximos anos, aliadas ao processo de profissionalização de agroindústrias e produtores, tendem a estimular a utilização de ferramentas de proteção de produção e renda dos agricultores.

Dos prêmios totais que a multinacional prevê conquistar na frente rural neste ano, apenas EUR 15 milhões deverão ser obtidos no Brasil. Mesmo assim, deverá manter a participação de 9% que tem na área de resseguro agrícola, fortalecida a partir do fim do monopólio do IRB no mercado brasileiros de resseguros em geral, em 2008. Como apenas uma pequena parte da produção agropecuária brasileira está segurada, a múlti espera a aceleração de seu avanço no ramo. O potencial é enorme, afirma ao Valor Christian Garbrecht, chefe de gestão e controle de riscos da Munich Re do Brasil.

Para turbinar seu crescimento, a resseguradora alemã tem recorrido à experiência adquirida nos mais de 20 países em que opera na área rural. Procuramos observar o que os países de sucesso no segmento têm em comum, bem como os fatores que prejudicaram mercados que tentaram desenvolvê-lo e não conseguiram, diz Konrad Mello, responsável técnico pelo segmento no país. Do lado positivo, os Estados Unidos são o grande referencial. Por lá, de 80% a 85% da área da agropecuária é segurada. Nos EUA, como em outros países de sucesso, há uma agência reguladora específica para a área, afirma.

A agência americana é vinculada ao Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que tem status de ministério. No Brasil, o ramo também está sob a guarda do Ministério da Agricultura, que instalou em 2004 a Câmara Temática de Financiamento e Seguro do Agronegócio, que reúne 33 instituições públicas e privadas, para promover o desenvolvimento desse mercado. A câmara não tem, porém, os poderes de uma agência reguladora. Nos EUA, a Munich Re tem à disposição das seguradoras resseguro para cerca de 60 culturas, com destaque para milho, trigo e soja; no Brasil, há 48 produtos no portfólio da empresa, também com destaque para os grãos.

Como o campo é muito exposto a riscos climáticos, as resseguradoras são particularmente bem vindas pelas seguradoras, que emitem as apólices para a proteção das plantações mas têm de diluir o risco de acordo com sua própria capacidade financeira. No Brasil, a maior parte dos negócios no segmento está ressegurada, com os prêmios divididos entre as partes. Também assessoramos as seguradoras na adaptação de sistemas sustentáveis e rentáveis, afirma Garbrecht. Para grandes produtores, também podemos fazer parcerias para o desenvolvimento de soluções específicas, diz Mello.

Apesar do otimismo em relação ao crescimento do mercado brasileiro - o Ministério da Agricultura estima que 50% das áreas das principais lavouras do país estarão seguradas em quatro anos, ante 12% atualmente -, a Munich Re alerta que governo, seguradoras, resseguradoras e produtores rurais têm de continuar colaborando para a disseminação do seguro rural no Brasil. Um sistema agrícola de sucesso tem de ser no sistema PPP, afirma Garbrecht. Por isso a multinacional alemã defende o incremento das políticas federal e estaduais de subvenção aos prêmios do seguro agrícola e um fundo de catástrofe sólido ao qual seguradoras e resseguradoras possam recorrer em caso de fortes danos climáticos e elevadas sinistralidades.

Além do Brasil, destaca Lambert Muhr, chefe do departamento agrícola da Munich Re na América Latina, a empresa vê bons potenciais para o segmento em mercados como Argentina, Paraguai, China, Turquia e Leste Europeu, sobretudo Rússia, Ucrânia e Cazaquistão.

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