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Risco de sinistralidadade na legalização de carros roubados na Bolívia

Fonte: Monitor Mercantil

Mercado brasileiro pode sofrer impacto

O mercado segurador brasileiro poderá sofrer forte impacto com o aumento da sinistralidade no seguro de automóveis após o governo de Evo Morales decidir legalizar carros sem a devida documentação - o que inclui carros roubados que entraram principalmente pelas fronteiras do Brasil e do Chile. A previsão é da advogada Natália Velasques Sanches, especialista em Direito de Seguro do escritório Mesquita Pereira, Marcelino, Almeida, Esteves Advogados.

Em Segundo explica, a permissão é uma forma de regularizar uma situação ilícita, facilitando o repasse dos veículos depois de cruzar a fronteira para vendê-lo não mais como um carro roubado, mas pelo seu preço regular de mercado, o que poderá afetar diretamente o mercado de seguros.

"É fato notório que muitos dos veículos roubados ou furtados no Brasil têm como destino países da fronteira, com o fim do desmanche, ou ainda, comercializados, sob um emplacamento falso no novo país", destaca. "No Brasil, o mercado segurador poderá sofrer um forte impacto com um eventual aumento da sinistralidade nos seguros de automóvel. Isto porque, a subtração de carros pode se tornar um bom negócio para aqueles que correm o risco de seguir para a Bolívia - o que traz impacto direto na carteira de seguro de automóvel".

Sinistralidade

Um dos principais problemas, de acordo com Natália é o índice de sinistralidade, que é um dos principais fatores que contribuem para formar o preço da apólice de seguros de um automóvel - se um determinado tipo de carro é mais roubado, o preço de seu seguro será maior que os com índice de sinistralidade menor.

"O cenário que se observa é o de um possível aumento de sinistros de roubo ou furto, estimulado pela facilidade em se regularizar a documentação do veículo e a quase impossível recuperação do automóvel, que poderá estar circulando pelas ruas da Bolívia como um legítimo boliviano".

E não são só as seguradoras que sofrerão as conseqüências com o aumento do número de indenizações. A população dos estados que fazem fronteira com a Bolívia acabarão por ter acréscimos aos prêmios cobrados pelo aumento do risco na região, além da distribuição do custo das indenizações no mútuo formado pela carteira, comenta a advogada.

Devolução

Após a enorme polêmica da medida, a presidente executiva da Alfândega da Bolívia, Marlene Ardaya, disse nesta quarta-feira (22) que o país pretende devolver ao Brasil, Peru, Chile e Paraguai, os carros, motos e caminhões roubados que estejam em seu território.

Marlene disse ter pedido às alfândegas dos países vizinhos uma lista dos veículos roubados e dos que estejam sendo procurados por seus donos e pela polícia, e espera que o país entregue a autoridades bolivianas um documento listando esses veículos.

Segundo ela, a Argentina e o Chile já enviaram essas relações para a alfândega boliviana; Marlene afirmou que já enviou às autoridades brasileiras um documento pedindo essas listagens, mas o Ministério das Cidades informou que ainda não recebeu a solicitação.

Acredita-se que dezenas de milhares de carros em situação irregular circulem no país, em particular veículos baratos usados vindos da Ásia por meio do Chile e comprados, em geral, por motoristas de classes mais pobres da Bolívia.

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