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Associações vendem proteção veicular sem autorização do governo

Fonte; Jornal da Tarde

O governo federal declarou guerra às associações e cooperativas que comercializam o chamado "seguro pirata" vendido ilegalmente como"proteção veicular". A Superintendência de Seguros Privados (Susep) apertou o cerco e, em17 meses (de janeiro de 2010 a maio último), instaurou 77 inquéritos contra entidades que vendem o segura irregular. Desses, 33 já foram considerados procedentes e punições foram aplicadas.Uma associação de caminhoneiros de Minas Gerais foi multada em RS 72 milhões.

Segundo a Susep,como essas associações e cooperativas não estão autorizadas a comercializar seguros, não há qualquer tipo de acompanhamento técnico de suas operações,o que coloca consumidores em risco."Em relação à fiscalização, preocupa-me a atuação de operadores sem autorização da Susep, que desrespeitam de forma sistemática todas as regras técnicas que visam ao correto cumprimento dos contratos", afirma Luciano Portal, superintendente da Susep.

A Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg) também demonstra preocupação."Essas entidades não têm reservas,não têm controle algum.O cidadão não tem nem onde re clamar, se não for atendido", diz Solange Beatriz Mendes, diretora executiva da CNseg.

A Susep estima prejuízos superiores a R$ 3 bilhões por ano causados aos consumidores por mais de 100 associações-serviços não realizados ou feitos de forma precária,entre outros. Essas"associações" se reúnem em uma entidade que as representa:a Confederação Nacional das Associações de Benefícios Mútuos (Conabem), para quem a"proteção veicular resultado dos altos preços dos seguros no País e que as associações surgem por iniciativa dos próprios associados, que são excluídos pelo mercado de seguras".

No meio da discussão fica o cliente lesado.O farmacêutico Rafanelle Lamego Lopes,26 anos,está tendo problemas com a"proteção veicular" da Associação dos Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar de Minas Gerais (Ascobom). "Ficam enrolando para pagar o conserto. Estou sem o carro há quase dois meses e já gastei mais de RS 1 mil com táxi, já que uso o carro para trabalhar. Ele já tentou cancelar o serviço, mas não conseguiu. "Dizem que tenho que permanecer e pagando por um período de 12 meses porque usei o serviço."

Já o militar Nei Carvalho da Cunha,45 anos,se filiou e indicou a Associação de Proteção Veicular Pisom para sua irmã e várias pessoas. Porém,quando sua irmã precisou usar a "proteção", só teve dor de cabeça."O telefone 0800 não funcionou e ninguém a atendeu. Depois, a Pisom não pagou a oficina autorizada e queria empurrar para outra mecânica.Enquanto isso,o carro continua sem conserto",diz Cunha,que procura outras opções de seguro.

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