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Previdência aberta e fechada tem sob gestão 25% do PIB

Fonte: DCI

A nova realidade econômica brasileira, com projeção do Produto Interno Bruto (PIB) em 4% para 2011, ascensão de 55 milhões de consumidores para a classe média e aumento da expectativa de vida estimulam o crescimento do mercado de previdência complementar, apontaram executivos e especialistas da área durante o Seminário Mercer de Previdência.

O setor representa 25% do PIB e abrange as áreas de previdência aberta (PGBL e VGBL) com R$ 220 bilhões em reservas e fechada (fundos de pensão) com R$ 500 bilhões, de acordo com consultora de investimentos Mercer. Além de compor uma fonte de rendimento ao trabalhador, o mercado tem papel de funding de longo prazo para investimentos, principalmente em infraestrutura.

Para Geraldo Magela, diretor da Mercer, o cenário é de expansão. "O momento de desenvolvimento econômico é muito propício e a principal discussão é a questão das empresas utilizarem a previdência complementar para atrair talentos. No PIB, a aberta e fechada representam em torno de 25%, mas em outros países chega a 50% ou 100%. Então, ainda tem muito mais capacidade de crescer." Outro ponto citado por Magela é a disponibilidade de dinheiro para a economia. "Como é uma poupança estável, depositada há 20 anos, são recursos que podem ser utilizados para financiar investimentos de longo prazo."

O executivo acrescentou a importância em relação à previdência social que, em maio de 2011, apresentou saldo negativo de R$ 2,419 bilhões, de acordo com o Ministério da Previdência Social. "Hoje, dá em torno de R$ 2,5 mil de renda mensal, o que é muito difícil para manter o padrão de vida, já que em plano de saúde uma pessoa gasta entre R$ 700 e R$ 800. A previdência social deveria dar o básico e a complementar a formação de reserva da aposentadoria. Além disso, acho que a sociedade não tem que arcar com a renda dos aposentados", pontuou Magela, que adicionou que a reserva mensal do segmento é de cerca de R$ 20 bilhões, com R$ 25 bilhões de benefícios pagos no mesmo período. Contudo, há o investimento em mercados de renda fixa e variável, que geram rendimento em torno de 11% ao ano, dependendo da empresa e perfil de fundo.

Com maior participação no mercado, os fundos de pensão possuem atualmente reserva de R$ 500 bilhões. Segundo Jair de Almeida, diretor Executivo do Bradesco Vida e Previdência, somente a instituição cresceu 50% em 2010 e já iniciou 2011 com elevação de 30%. "As perspectivas são muito boas para os próximos cinco anos: devemos multiplicar o patrimônio por cinco." De acordo com Almeida, as reservas acumuladas por mês chegam a R$ 6 milhões, com patrimônio total de R$ 1,5 bilhão em maio de 2011. Entre os mais de 20 clientes estão: Renault, Seara, Mackenzie e ArcelorMittal.

O fundo do tipo multipatrocinado é o mais competitivo, rentável e com menor custo na opinião do diretor. "Em especial, o multipatrocinado oferece um serviço da mesma qualidade de um fundo próprio e, em alguns casos, com qualidade superior por conta da especialidade maior da equipe e preço mais baixo. A principal diferença é que consiste em um consórcio de várias empresas patrocinadoras, o que eleva a escala de participantes, o custo fixo e reflete no preço para o participante".

O quinto maior fundo de pensão é a Valia, responsável pela previdência dos funcionários do grupo Vale, com patrimônio total em maio de 2011 de R$ 14,049 bilhões. Para a diretora de seguridade da companhia, Elisabete Teixeira, o grande desafio atualmente é manter a porcentagem de adesão, de 98% no programa Vale Mais, carro-chefe da Valia. "A nossa patrocinadora cresce muito. Então, nós temos que atendê-la adequadamente e manter os percentuais de adesão, que são muito altos. A Vale e as empresas do grupo fazem mais de 1 mil contratações por mês e a gente tem que dar conta de oferecer o plano e com mensagem bem passada".

Outra mudança projetada para os próximos anos é no perfil de investimento, que hoje é composto pelo Fix, 100% renda fixa; Mix, 80% renda fixa e 20% renda variável; e Mix 35, com 35% renda variável e 65% renda fixa. "O novo setor será mais agressivo, com investimentos com rentabilidade a longo prazo". No perfil Vale Mais, o Mix 35 possui maior rentabilidade, com 35,91% ao ano, no fechamento de maio de 2011.

Na área de previdência aberta, o líder com mais de 30% de participação é o Bradesco Vida e Previdência. "O mercado está extremamente vigoroso, com desenvolvimento na faixa de 20% na comparação com maio de 2010. No Bradesco, o crescimento está acima de 10% e vamos fechar o 1º semestre na faixa de 20%. Há um mar de oportunidades e temos nos posicionado nessa área, tanto em pessoa física como nos planos corporativos", afirmou ontem Marco Antônio Rossi, diretor presidente do Bradesco Vida e Previdência e presidente da Federação Nacional da Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).

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