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Quem vai ficar com a SulAmérica?

Fonte: Valor Econômico

A saída do ING do capital da seguradora SulAmérica parece uma questão de tempo à medida que o grupo holandês prossegue com seu plano de se desfazer das operações de seguros que detém pelo mundo.

Ontem, o ING anunciou a venda das operações de administração de investimentos, seguro de vida e pensões na América Latina ao grupo colombiano Suramericana (GrupoSura) por € 2,680 bilhões.

A participação de 36% na seguradora brasileira, avaliada em R$ 1,8 bilhão, não faz parte do acordo fechado com a Sura. A SulAmérica não fala sobre o assunto, assim como Patrick Larragoiti Lucas, presidente do conselho de administração da seguradora e um dos acionistas do bloco de controle da companhia.

Tudo se encaminha, porém, para que outro sócio estrangeiro compre a participação do ING, segundo fontes ouvidas pelo Valor. Alguns nomes que circulam como potenciais candidatos são Axa, Generali, Swiss e Allianz. Outro nome que já foi muito cotado é o da Zurich, mas após a parceria que fez com o Santander na América Latina o negócio parece improvável.

A família Larragoiti tem direito de preferência para comprar a fatia do sócio, mas pessoas próximas à empresa e analistas consideram pequena essa possibilidade. Os controladores teriam que se endividar para tanto e seria difícil chegar a um consenso a respeito entre tantos familiares.

Após ser socorrido pelo governo holandês na crise financeira, o ING anunciou no final de 2009 que venderia suas operações de seguros como parte do acordo de reestruturação firmado com a Comissão Europeia. Na época, a companhia disse que as alienações seriam feitas até 2013 por meio de venda ou abertura de capital.

No total, o ING detém hoje 36% do capital total da SulAmérica. Participa do bloco de controle da seguradora, com 45% da Sulasapar, que possui 32,85% das ações da companhia. Os outros 55% da Sulasapar são detidos por cinco membros das famílias Larragoiti e Segur. O ING detém, ainda, 21,18% de participação direta. A empresa tinha ontem valor de mercado de R$ 4,969 bilhões. Segundo um analista que acompanha as ações da SulAmérica, uma empresa que venha a comprar a fatia do ING não terá que fazer uma oferta pública de ações aos minoritários.

Com o crescimento do mercado nos últimos anos a duplo dígitos, porém, várias seguradoras estrangeiras estão visitando o Brasil e estudando investimentos. Um caso recente é a americana Argo, que irá operar em riscos corporativos no país. A Axa saiu do mercado brasileiro de seguros brasileiros em 2004, quando vendeu a Axa para a Porto Seguro, operação hoje chamada de Azul. Na época, a francesa deixou os negócios na América Latina para redirecionar investimentos para países da Ásia.

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