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Seguro de vida: veja se é preciso e por quanto tempo contratar

MARCIA DESSEN marcia.dessen@bmibrasil.com.br

Hoje não vamos conversar sobre o risco de gastar mais do que nosso orçamento permite, dos riscos de nossos investimentos ou do risco de contrairmos dívidas que não podemos pagar.

Vamos falar do maior risco que corremos desde o momento de nosso nascimento: o de morrer.

Existe um ciclo de vida natural e um tempo médio de vida, baseado em estatísticas. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que a maior taxa de expectativa de vida entre os distritos brasileiros é de 79,6 anos.

Mas podemos morrer mais jovens, contrariando as estatísticas. A probabilidade de esse risco ocorrer é maior ou menor em razão do nosso estilo de vida, de nossos hábitos e costumes e de nosso histórico familiar, entre outros fatores.

Nosso assunto de hoje é o seguro de vida, que segura o risco de a morte ocorrer antes do tempo previsto pelas estatísticas. Se a morte prematura ocorrer, o risco não é de quem parte, mas de quem fica desamparado da proteção e dos benefícios proporcionados por aquele que partiu.

COMPRAR

José tem 35 anos de idade, é casado e tem dois filhos pequenos, de dois e cinco anos.

É o único provedor da família, que depende 100% da renda de José.

Se José faltar, seus dependentes ficarão totalmente desprotegidos e não terão recursos financeiros para assegurar sua subsistência.

Eles precisam de um fluxo de renda que substitua a renda que José proporciona.

José avaliou que vale a pena pagar pela proteção de seus entes queridos.

Duas perguntas-chave: 1) Quanto? Que valor da cobertura José deve contratar? Valor suficiente para colocar no orçamento da família o mesmo valor que antes era provido por José.

Vamos supor que José contribua mensalmente com R$ 5.000 para o orçamento da família. E que sua mulher e filhos só serão capazes de gerar sua própria renda e subsistência daqui a 15 anos.

O valor da cobertura mínima que José deve contratar está definido, simplificadamente: cerca de R$ 900 mil (R$ 5.000 x 12 meses x 15 anos).

2) Por quanto tempo? Tempo suficiente para que seus dependentes deixem de ser dependentes e sejam capazes de gerar sua própria renda. Ou, ainda, tempo necessário para a construção de um patrimônio que seja capaz de gerar toda ou parte da renda necessária.

Se em oito anos, por exemplo, José for capaz de construir um patrimônio de ativos que gere renda de R$ 5.000 mensais (cerca de R$ 370 mil, considerando taxa de juros mensal líquida de 0,6% ao mês), José poderá reduzir ou optar por não mais contratar o seguro de vida.

Seus dependentes serão protegidos pelo fluxo de renda do patrimônio construído ao longo do tempo.

NÃO COMPRAR

Maria tem 60 anos e seus filhos são maiores independentes financeiramente.

Além disso, Maria gera renda suficiente para prover as necessidades dela e de seus familiares. A família depende muito pouco do fluxo de renda que Maria gera para o orçamento da casa.

E, como a capacidade de poupança de Maria é grande, esse patrimônio será maior a cada ano e, mesmo que a taxa de juros caia, gerando rendimentos menores do que os atuais, a renda gerada será suficiente para prover as necessidades da família.

Maria não precisa contratar um seguro de vida. Pode fazê-lo, mas não precisa.

TIPOS

José pesquisou as modalidades de seguro oferecidas no mercado e está propenso a contratar cobertura para o risco de morte natural e, também, cobertura para o caso de morte acidental.

Está investigando com um corretor de seguros de sua confiança outras variáveis que também impactam a decisão e a escolha do produto mais adequado para o caso.

CUSTOS

Quanto menor o risco, ou seja, quanto menor a probabilidade de ocorrência do risco que está sendo protegido, menor será o prêmio (mensalidade ou anuidade a ser paga) do seguro.

A tendência é que José pague prêmio de cerca de 0,30% do valor protegido (R$ 900 mil), ou seja, R$ 2.700 por ano. Custo que será reduzido a cada ano com a redução do valor coberto.

E você, tem seguro de vida? Precisa dele?

A decisão pode ser pela não contratação, como no caso de Maria, mas a reflexão precisa ser feita. Tomara que você viva muito e que o risco protegido não ocorra.

O conforto da proteção será tão grande que você não lamentará o custo despendido por ela.

Esse é o tipo de coisa que a gente compra, mas espera não precisar.

Vida longa e saudável para todos nós!

MARCIA DESSEN, Certified Financial Planner, é sócia e diretora-executiva do BMI Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.

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