Breaking News

Gerenciamento de risco impacta na diminuição do roubo de cargas no Brasil

Fonte: Revista Cobertura

Ações preventivas dos segurados colaboram para a queda de sinistros; NTC&Logística atua para aprimorar legislação punitiva a receptadores

Por Camila Alcova

Responsáveis pelo transporte de 60% das cargas que circulam pelo Brasil, as rodovias são frequentemente alvo de quadrilhas de roubos e furtos de mercadorias. Os reflexos desse fator são sentidos por diversas camadas da economia, inclusive pelo setor de seguros.

Para as companhias que atuam com seguro transporte, uma das preocupações é em relação ao impacto dessas ocorrências na precificação dos produtos. Além disso, há a necessidade constante de atenção às cargas mais visadas.

Conforme o diretor de riscos industriais e comerciais da SulAmérica, Luis Alberto Mourão (foto), atualmente, cargas como cobre, café, eletrônicos e medicamentos são as mais visadas para roubos.

Ele comenta também a dificuldade em oferecer proteção securitária para algumas mercadorias. “O seguro para cargas de cigarro se tornou inviável, devido ao grande número de roubos. Nessa esteira, seguem as mercadorias que, por suas características, possuem um fácil escoamento em mercados paralelos e clandestinos”.

Sobre as consequências dos roubos na sinistralidade do segmento, Mourão ressalta que uma atuação focada em gerenciamento de risco colabora cada vez mais para que os clientes se conscientizem quanto à prevenção. “Com isso, percebemos uma tendência de melhora na sinistralidade”.

Ele complementa que somado às ações de gerenciamento de risco e conscientização dos segurados, o envolvimento do Poder Público no combate a quadrilhas de roubo de carga também é um importante aliado para a diminuição da sinistralidade no ramo.

Roubos e furtos de cargas: Panorama nacional

As ocorrências envolvendo roubos e furtos de cargas no Brasil tiveram uma redução de 5% durante 2010, em comparação com o ano anterior. Para se ter uma ideia, no ano passado o país registrou 12.850 roubos de cargas em rodovias, ante a 13.500 ocorridos em 2009. O panorama nacional desse fator faz parte de um estudo organizado pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).

Também em 2010, o sudeste foi responsável pela maior concentração de roubos de cargas, com 79,94% do nível nacional, sendo que o estado de São Paulo representa 56,73%, seguido do Rio de Janeiro, com 20,34%.

Apesar disso, a região apresentou uma redução de 6,20% nas ocorrências, por decorrência do maior policiamento nas marginais, por exemplo. Em se tratando de prejuízos, o sudeste atingiu R$ 612 milhões em 2010, face a R$ 635 milhões em 2009.

Conforme Paulo de Souza (foto), coronel assessor de segurança da entidade, o resultado do sudeste é expressivo pois a região, além de ser a mais produtiva, tem as rodovias mais visadas.

De acordo com ele, em todo o Brasil 70% das ocorrências são registradas em áreas urbanas, entretanto, os prejuízos maiores são oriundos de rodovias, já que as cargas que circulam nesses locais são, na maioria das vezes, mais caras.

Para a blindagem aos roubos, Paulo de Souza menciona a importância de atuações contra os participantes de tais ocorrências. “Precisamos cada vez mais combater os receptadores, que são os principais responsáveis por este problema”.

Nesse sentido, o vice-presidente extraordinário de segurança da NTC&Logística, Roberto Mira (foto), explica que a entidade trabalha para aprimorar a legislação que pune o roubo de cargas, além de atuar em conjunto às Secretarias de Segurança dos Estados e da União e com o Congresso Nacional.

Ele acrescenta que os projetos legislativos têm o objetivo de atingir diretamente o receptador, com agravamento de penas e apreensão de bens, já que atualmente a receptação de produtos roubados é considerada um crime leve, com penas máximas de quatro anos.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario