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Identificação de fraude poupa R$ 290 milhões a seguradoras

Fonte: Brasil Econômico

Volume de sinistros negados aumentou 26% entre 2009 e 2010, aponta CNSeg

Flávia Furlan

As seguradoras deixaram de pagar R$ 290 milhões em sinistros no ano passado por conta da comprovação de fraudes nos pedidos dos clientes. O volume representa alta de 26% sobre o ano anterior, quando a recusa havia sido de R$ 230 milhões.

De acordo com o superintendente- geral da Central de Serviços de Proteção ao Seguro da Confederação Nacional de Empresas de Seguro (CNSeg), Julio Avellar, a alta se deu porque as empresas se aperfeiçoaram na identificação dos sinistros fraudados.

Essas fraudes comprovadas, no entanto, representam apenas 15,3% do total de sinistros com suspeita de golpes de 2010 (R$ 1,9 bilhão), dada a dificuldade do mercado de identificar o problema. "De maneira geral, os países desenvolvidos 'chutam' números que variam de 15% a30% dos sinistros comunicados como sendo fraudes. Isso é um palpite porque todo mundo tem dificuldade em medir isso", diz Avellar.

Porém, pelo menos no Brasil, as empresas do setor contam com uma boa notícia: a propensão à prática de enganar as seguradoras para ter algum ganho financeiro está se reduzindo, revelou estudo divulgado ontem pela CNSeg. Os dados coletados pelo Ibope mostraram que, das 2.004 pessoas que foram entrevistadas em dezembro do ano passado, 73% responderam que "não fraudariam o seguro de forma alguma", enquanto em 2004 o percentual havia sido de 55%. O estudo - feito no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Goiânia e Porto Alegre - revelou ainda que o percentual de entrevistados que considerava fácil fraudar o seguro caiu de 37% em 2004 para 25% em 2010. Quatro em cada 10 segurados mostram-se propensos à fraude e a maioria deles é jovem.

Para Avellar, a impunidade é um fator de motivação para os mal-intencionados. Como consequência da prática, ele indica prejuízo ao próprio cliente.

"As fraudes impactam diretamente no bolso dos segurados.

Ou seja, a fraude contamina o preço do seguro".

Os golpes mais aplicados em seguros de saúde são emprestar a carteirinha de convênio médico para outra pessoa e aproveitar uma cirurgia para fazer uma plástica, enquanto no seguro de carro é combinar um superfaturamento de orçamento nas oficinas de conserto de veículos.

Avellar conta que as fraudes que mais pesam para o setor de seguros são as de pequeno valor, e não aquelas praticadas por grupos de criminosos. "A maioria das pessoas são fraudadoras de oportunidade", diz Avellar.

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FRAUDES EM SEGUROS NO BRASIL

Número de fraudes detectadas sobe 32%

Um total de R$ 370 milhões correspondiam a golpes detectados, mas não comprovados, no ano passado pelas seguradoras, o que representa um crescimento de 32% frente ao ano anterior, quando o volume havia sido de R$ 280 milhões.

Um total de 52% denunciaria golpe

A pesquisa do Ibope mostra que 52% dos entrevistados afirmam que denunciariam a fraude contra o seguro caso ficassem sabendo.

Outros 36% respondem que não denunciariam em uma situação como esta, enquanto apenas 1% diz que já denunciou uma pessoa por conta disso.

Para 43%, prejuízos chegam aos preços

O Ibope também revelou que 43% acreditam que os prejuízos das fraudes são repassados integralmente aos clientes, por aumento de preços. Para 39%, os custos são absorvidos pelas seguradoras e clientes. Já para 6%, os prejuízos são absorvidos totalmente pelas seguradoras.

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