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Imprevisto sob controle durante sorteio da FIFA

Fonte: Denize Bueno - Sonho Seguro

* a jornalista viajou a convite da Liberty Seguros

Tem coisas que ninguém fica sabendo. Seja porque ninguém viu ou porque os assessores abafaram. Mas nesse eu estava lá e vou contar. Como sou especializada na indústira de seguros, sempre percebo riscos que poucos notam.

A FIFA deu o pontapé inicial na Copa 2014 com o sorteio das eliminatórias, evento realizado no Rio de Janeiro, no último sábado. Eu estava lá a convite da Liberty Seguros, para contar aos corretores de seguros e clientes as notícias do evento. Segundo Ricardo Teixeira, dirigente da CBF, a previsão era de que 600 milhões de pessoas, em mais de 200 países, assistiriam o sorteio. Nenhum desses telespectadores percebeu que um risco ameaçava aquela festa, que custou aos cofres do governo estadual e municipal R$ 30 milhões, com exclusividade de ser televisionado pela Globo.

Durante toda a semana aconteceram vários eventos, mas o principal seria no sábado. Uma grande tenda foi montada na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, para ser o palco do sorteio. O risco de protestos foi controlado com a ação da polícia, que afastou os manifestantes que reclamavam da forma como eram desalojados e das baixas indenizações pagas para deixarem o local às obras.

Sem problemas para chegar a Marina da Gloria, mais de mil convidados, incluindo personalidades como a presidente Dilma Russeff, Pelé e Neymar, Ronaldo, Zico, Zagalo, políticos e empresários se acomodavam na grande tenda armada para o sorteio das bolinhas de 166 nações que disputaram 31 vagas (1 já é do Brasil). Animados com a festa e encantados com a presença de tantas celebridades, poucos perceberam os estragos que um vendaval causava do lado de fora.

Eu, acostumada a pensar em risco de tanto cobrir a indústria de seguros, olhava para o teto e para os executivos da Liberty, a seguradora oficial da Copa 2014. Eles olhavam para o teto e escutavam. Nossos olhares acompanhavam o corre-corre de funcionários de um lado para o outro e também para cima e para baixo da estrutura da grande tenda. Luciano Calheiros, diretor de linhas comerciais da Liberty, levantou e foi saber o que estava acontecendo. Para alívio geral de todos que estavam atentos ao risco. Uma pequena parte do telhado foi pelos ares em razão dos fortes ventos, típicos em uma marina. Segundo os meteorologistas, era um vendaval. Com um pedaço da estrutura solta, tudo começou a balançar, fazer barulho e assustar.

Aos poucos, o barulho foi diminuindo, o vento dentro do salão cessando e quando Luciano voltou à sua cadeira, ao meu lado, para assistir ao primeiro evento oficial da Copa 2014 no Brasil, perguntei: “E aí? “Tudo sob controle”, respondeu. E ficamos lá, tranqüilos, ouvindo os discursos. Enquanto o presidente da Fifa, Joseph Blatter, dizia que confia no país e no sucesso da Copa, Jerome Valke, secretário geral da entidade comentou que o país tem muito a fazer até a Copa das Confederações. A presidente Dilma Rousseff deu o tom final: “Estamos fazendo a nossa parte para que a Copa seja a melhor de todos os tempos. Estejam certos de que esse novo Brasil estará pronto para encantar o mundo em 2014”.

Quando terminou o sorteio, sai e procurei a segurança para saber o que tinha acontecido. Me contaram que alguns funcionários ficaram segurando a lona de cobertura durante todo o evento. Se não tivessem feito isso, o vento faria um rasgo maior no teto, o que inviabilizaria a transmissão do evento em razão da claridade no local. A luz do dia prejudicaria a qualidade da imagem transmitida pela Globo para o mundo. Porém, pior do que a Globo perder o investimento na transmissão, seria deixar Dilma sem teto.

Realmente, estava um dia lindo. Sem uma nuvem no céu, que ficou sem aviões durante o período do evento. O aeroporto Santos Dumont foi fechado para não atrapalhar a transmissão com o barulho das turbinas das aeronaves. Depois do ocorrido, imagino que eles poderiam fazer muito mais vento na marina. Ou não. De qualquer forma, de uma coisa eu tenho certeza: Deus é brasileiro.

Bem, tudo deu certo porque uma equipe soube lidar com imprevisto e gerenciar o risco, evitando perdas a todos. Fica ai uma lição: é preciso ter mais do que um bom programa de seguro. É preciso ter gerenciamento de risco 24 horas, antes, durante e depois. Por sigilo contratual, nem Liberty, nem Fifa, nem CBF falam de seguro. Pelo contrário. Emudecem. Mas toda a indústria sabe que muitos seguros são obrigatórios para eventos desse porte.

Conheça alguns tipos de apólices contratadas em eventos esportivos:

No show

Essa apólice garante despesas causadas pelo cancelamento ou de adiamento do evento por conta de imprevistos. A FIFA já comprou cobertura para “no show” para a Copa de 2014, juntamente com o pacote que garantir o mundial realizado na África. Devido a cláusulas de confidencialidade, porém, detalhes financeiros do contrato não podem ser revelados.

Este tipo de apólice cobre prejuízos que investidores possam vir a ter com a não realização do evento ou de parte dele. Se os espectadores de algum dos jogos, por exemplo, ficarem impossibilitados de chegar ao local ou os jogadores ficarem impedidos de jogar, os custos da promotora com a devolução do valor do ingresso ou de agendamento de uma nova data, corre por conta do seguro. A apólice também cobre os custos com a demanda dos patrocinadores, que geralmente pedem de volta o valor pago na publicidade de veiculação televisiva daquela partida.

Seguro garantia

Essa apólice assegura que o cumprimento do contrato entre as partes para que o empreendimento seja entregue. Caso uma das empresas envolvidas venha a falir, por exemplo, a seguradora assume a obra para finalizá-la dentro das condições acordadas. Afinal, a Copa tem data certa para começar e tudo tem de estar pronto para a realização desse grande evento.

Responsabilidade civil

Garantir o pagamento de indenizações a terceiros é praticamente uma obrigação hoje em dia. Entre as principais coberturas contratadas estão as de responsabilidade civil para indenizar terceiros prejudicados com a realização do evento, seja por produtos, profissionais tercerizados ou funcionários, montagem e desmontagem de estruturas e equipamentos. Estão cobertos riscos por contaminação de alimentos, direitos autorais, segurança e serviços médicos, bem como cobertura de acidentes pessoais para os atletas previstos na participação do evento.

Riscos de engenharia

Essa apólice é comprada geralmente pelos consórcios responsáveis pela construção de grandes empreendimentos, como estádios, hidrelétricas, rodovias, ferrovias. O contrato cobre riscos que envolvem erros de projetos e execução, bem como incêndio e roubo de materiais.

Seguro transporte

Garante o vai e vem de mercadorias em trânsito para que todo o circo seja montado, seja de um transformador para uma hidrelétrica ou os equipamentos de tecnologia para a montagem do centro de imprensa, entre outros usados pelos organizadores.

Directors & Officers (D&O)

A apólice de D&O tem por objetivo resguardar o patrimônio dos executivos envolvidos na organização dos jogos de uma eventual reclamação de terceiros que se sintam prejudicados por algum erro administrativo.

Property ou danos patrimoniais

Protege o patrimônio dos organizadores, como computadores e equipamentos de telecomunicações, até a montagem e desmontagem de equipamentos usados para a realização do evento.

Seguro de vida e de acidentes pessoais

O seguro de vida e de acidentes pessoais geralmente é comprado pelos organizadores para proteger atletas e a equipe contratada e terceirizada com o objetivo de indenizar familiares ou mesmo o titular do bilhete de seguro por morte, invalidez e despesas médico-hospitalares.

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