Breaking News

Receita para engordar sua aposentadoria

Fonte: Jornal de Brasília

Cresce o número de pessoas que buscam a modalidade de olho em um amanhã mais confortável

Sheila Oliveira sheila

O número de pessoas que investem em um plano de previdência privada complementar na categoria aberta, ou seja, os planos corporativos e individuais, cresceu 25,6% no primeiro semestre de 2011. No acumulado do ano, o setor já atingiu R$ 24,9 bilhões em novos depósitos, segundo levantamento da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). De acordo com especialistas, o aumento se deve ao poder aquisitivo do trabalhador e sua maior capacidade de poupar.

"As pessoas já começam a observar o quanto é vital poupar dinheiro para o futuro. Com o crescimento do nível de endividamento, elas percebem a importância do planejamento financeiro", explica Vinícius Brandi, professor de Economia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).

Os dados da Fenaprevi mostram que os planos individuais foram os que mais cresceram no período: 26,5%, acumulando um montante de R$ 20,9 bilhões de janeiro a junho de 2011. Em seguida aparece a modalidade empresarial, com alta de 21,2% e R$ 3,1 bilhões em depósitos. Os bancos continuam a ser os "queridinhos" dos brasileiros, respondendo por quase 35% do total arrecadado pelos titulares dos planos do sistema de previdência complementar aberta, cujo saldo acumulado em 2011 é de R$ 235,2 bilhões. Enquanto isso, no mesmo período do ano passado, o total foi de R$ 190,5 bilhões.

O analista ambiental Hudison Coimbra, 27 anos, engrossa a estatística. Investidor desde 2008, ele optou pelo plano de previdência aberta individual, sugestão da mãe. "Ela me incentivou a investir no meu futuro. Basta analisar a realidade econômica atual do País para entender que, no futuro, a aposentadoria para o trabalhador ficará cada vez mais escassa", afirma.

O jovem conta que, além de força de vontade e determinação, é preciso também disciplina. "Te m que ter compromisso para pagar o plano mês a mês. Minha tática é esquecer que aquele dinheiro está ali e não contar com o dinheiro do plano no final do mês", conta.

CUIDADOS

Especialistas, no entanto, alertam que um plano de previdência, além de disciplina e organização, depende também de estudo sobre o melhor tipo de investimento. "Existem diferentes fundos para se aplicar. O investidor com perfil conservador, que não quer correr o risco de perder dinheiro, prefere os planos que aplicam em renda fixa, cujo o rendimento se aproxima da caderneta de poupança", explica o professor de Economia da Faculdade Upis, Bernardo Gonzalez.

Já quem não tem medo de se arriscar no mundo dos negócios pode optar pelos planos de previdência que aplicam em renda variável - como em ações da Bolsa, por exemplo. Porém, esta modalidade possui um limite - esta belecido pelo governo - de no máximo 49% dos recursos. "Os juros da Bolsa de valores são melhores do que qualquer outra modalidade de investimentos. Apesar da crise, quando a Bolsa voltar a subir os ganhos desse tipo de investidor voltarão a aumentar", observa Adriano Moreno, estrategista da Futura Invest.

Moreno explica que quase 80% dos planos de previdência privada têm aplicação em renda fixa. "Isso se deve à falta de informação por parte do investidor. Quando ele percebe que os ganhos podem ser maiores, automaticamente migra para seguradoras independentes, que se preocupam com rendimento, além de cobrar taxas de administração bem menores do que as dos grandes bancos", esclarece.

As taxas de administração aplicadas nos planos de previdência são as grandes vilãs desse tipo de investimento. Quando o investidor paga a parcela mensal do plano, é aplicado sobre esse valor a taxa de administração. Ela varia conforme a instituição financeira e não há regulamentação do governo quanto à essa questão. "Os bancos competem entre si, mas quando o investidor pesquisa um pouco mais consegue encontrar taxas menores e mais competitivas", alerta Moreno.

Segundo Gonzalez, é por esse motivo que os ganhos do plano de previdência se aproximam da poupança. "São mais lucrativos, mas sofrem perdas com as taxas de administração", afirma

_________________

80% dos planos de previdência privada aplicam em renda fixa

ENTENDA COMO FUNCIONA

O que é Previdência Privada Complementar?

Como o próprio nome diz, essa modalidade de investimento complementa a Previdência Social paga pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), além de oferecer proteção adicional ao trabalhador, permitindo que esse tenha a mesma renda na aposentadoria se comparada à renda que recebia quando ainda estava inserido no mercado de trabalho.

Existem dois modelos de Previdência Complementar

Previdência Complementar Fechada: administrada por entidades privadas, se restringe a um grupo de trabalhadores que faça parte de uma mesma instituição (empresas, sindicatos etc.), ou seja, não está disponível ao público.

Previdência Complementar Aberta: é considerada aberta porque qualquer pessoa, física ou jurídica, pode contratar seus benefícios. Ela oferece uma cobertura para qualquer cidadão, seja ele trabalhador ou não, e pode ser contratada por duas formas:

Planos Corporativos: quando uma organização efetua um contrato com uma entidade de Previdência Complementar, para disponibilização do plano aos seus colaboradores.

Planos Individuais: quando a contratação do plano é realizada direto pela pessoa, sem vínculo com a empresa a qual é funcionária. Os planos de Previdência Complementar são divididos nos períodos de deferimento (fase de contribuição) e de cobertura (fase do recebimento do benefício contratado).

Os benefícios oferecidos são definidos em função dos seguintes eventos

Sobrevivência: a renda mensal, paga para o próprio participante.

Morte: pago ao beneficiário indicado, em decorrência do falecimento do participante.

Invalidez: pago ao participante, devido a sua invalidez (total e permanente).

Modalidades

Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL): contribuição definida pelo investidor, ou seja, ele escolhe se paga mensalmente ou por depósitos esporádicos. Indicado para quem faz declaração completa de Imposto de Renda (IR) porque o valor investido pode ser abatido na base de cálculo do IR, cujo limite máximo é de 12%.

Porém, quando o dinheiro for resgatado sofrerá os descontos do IR, o mesmo que é aplicado aos salários, que varia de 10% a 35%, dependendo do tempo da aplicação.

Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL): a forma de contribuição é a mesma do PGBL, o VGBL é ideal para quem é isento ou declara o IR pelo modelo simplificado. Também para quem deseja aplicar mais de 12% da sua renda bruta em previdência. Os investimentos não podem ser deduzidos do IR, que incide apenas sobre os rendimentos. As contribuições realizadas não são tributadas.

Tributação: desde 2005, o investidor pode escolher o regime de tributação que incidirá em seu Plano de Previdência Complementar.

Regime progressivo: a alíquota aplicada é única, de 15%, independentemente do valor requerido e pode ser compensado na declaração anual do IR. Em caso de recebimento do benefício de aposentadoria, o valor é tributado imediatamente, de acordo com a tabela progressiva do IR (/www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/TabProgressiva). Segundo especialistas, essa opção é destinada aos que estão perto de usufruir do benefício de aposentadoria, ou ainda para os que se aposentarão com um benefício inferior à faixa isenta da tabela.

Regime regressivo: a alíquota varia de acordo com os anos de investimento e não baseado na tabela do IR. Nesse caso, o regime regressivo de tributação é indicado por quem deseja investir por um longo período. Quanto maior o período em que o dinheiro ficar aplicado no plano, menor a alíquota do Imposto de Renda.

Por que ter um Plano de Previdência Complementar?

A Previdência Complementar visa, a longo prazo, oferecer uma aposentadoria tranquila, com:

Taxas atrativas de manutenção;

Isenção de Imposto de Renda para as contribuições realizadas nos planos Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL);

Possibilidade de abater até 12% das contribuições dos planos Plano Gerador de Beneficio Livre (PGBL) declaração anual de Imposto de Renda;

Alíquota Regressiva, que diminui a cobrança de Imposto de Renda para os resgates ou recebimento de renda de aposentadoria.

Nos planos de Previdência Complementar, é você quem decide qual o valor do seu benefício, qual o valor da sua contribuição, e por quanto tempo deseja pagar. Ainda, conforme a sua possibilidade de poupança aumente, você pode, durante o período de contribuição, aumentar o valor de contribuição, alterar a forma de recebimento, os seus beneficiários do plano, entre outros.

Ainda, se você não quiser receber uma renda mensal, o valor acumulado poderá ser resgatado para a aplicação no seu projeto pessoal. Se porventura vier a falecer, todo o valor acumulado será revertido ao seu beneficiário indicado.

Junto a isso, os benefícios de proteção adicional permitem que a tranquilidade financeira seja disponibilizada para a sua família, no caso de sua ausência

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario