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Setor de Seguros: potencial de crescimento

Fonte: Veículo Avulso

Inaugurada em 1971, a Escola Nacional de Seguros (Funenseg), completa em 2011, 40 anos de estrada. Desde a sua criação, a instituição tem se empenhado em formar profissionais com qualidade para um ramo específico, e que hoje apresenta uma atuação expressiva no mercado - o Seguros e Previdência. Com cursos em todos os níveis de ensino, a universidade já atingiu a marca de 84 mil certificados concedidos, sendo quase 9 mil somente em 2010.

A Escola é a única credenciada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) a emitir o certificado de habilitação de corretores de seguros, e está presente em 52 cidades, nos 23 estados brasileiros. Um dos grandes marcos nas quatro décadas de existência foi a implementação do curso de graduação em Administração de Empresas com ênfase em Seguros e Previdência, em 2005, o primeiro com essas características no país.

Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA, o presidente da Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar, falou do avanço da universidade e da abertura do mercado para o setor. Segundo ele, os interessados em atuar no setor têm hoje chances de traçar uma carreira bem sucedida, já que a tendência é de expansão. Nos últimos 25 anos, o crescimento foi bastante acentuado e hoje representa quase 4% do PIB, com potencial ainda de atingir em torno de 7% nos próximos anos. Este desenvolvimento do setor também acaba por valorizar mais estes profissionais, o que o torna um campo de trabalho bastante atrativo para os jovens , disse.

FOLHA DIRIGIDA - Como teve início a Escola Nacional de Seguros? Quais eram suas propostas iniciais?

Robert Bittar - A Lei 494, que é a lei que regulamenta a atividade do corretor de seguros, instituiu a formação da força de comercialização do corretor de seguros através do órgão público, que na época era o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Era esse órgão quem se incumbia por força de lei da formação e qualificação do profissional corretor de seguros. Os candidatos a corretores prestavam os seus cursos e seus exames junto ao IRB. O presidente do Instituto, José Lopes de Oliveira, então, entendeu que seria melhor se fosse criada uma escola específica da área e tomou a iniciativa junto de outros agentes do mercado. Em 1971 surgiu a Fundação Escola Nacional de Seguros (Funenseg), que hoje é a Escola Nacional de Seguros. Mais tarde foram admitidos outros mantenedores - a Superintedência de Seguros Privados e a Federação dos Corretores, mas o foco desde então foi no desenvolvimento profissional não só da corretagem, mas de todo o mercado. A Escola passou então a agregar outras funções. Além da promoção dos cursos de qualificação e de habilitação, passou a atuar na edição de material didático, tradução de livros de publicação internacional, no campo da pesquisa acadêmica e mercadológica. Em 1991 surgiu um outro organismo no mercado de seguros - o Comitê de Diulgação Institucional de Seguros (Codiseg), que foi extinto e passou a responsabilidade do seu acervo para a Escola Nacional de Seguros. Desde 2005, além dos cursos técnicos de certficação e habilitação, passamos a oferecer também o curso de Administração com ênfase em seguros e previdência, o que deu à Escola o grau de ensino superior. Este é o leque de atuação da Escola - a formação desde o básico de seguros até a graduação e pós-graduação, incluindo aí convênios com instituições similares em mercados internacionais. A nível de comparação, a Escola Nacional de Seguros é pioneira, pois ela oferece uma grande gama de serviços e diversidade de produtos.

O mercado de seguros é um dos mais aquecidos, hoje, no país. A que fator o senhor credita esse crescimento? O campo de trabalho para estes profissionais está, de fato, em expansão?

O mercado de seguros esteve por longas décadas estagnado em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Nos últimos 25 anos o crescimento foi bastante acentuado e hoje representa quase 4% do PIB, com potencial ainda de atingir em torno de 7% nos próximos anos. Isto se atribui a vários fatores, mas principalmente à estabilidade da moeda; o melhor desenvolvimento do setor de seguros; o crescimento econômico do país que, consequentemente, gera um desenvolvimento do setor de serviços, primordial para o setor de seguros. O mercado de seguros tem, então, experimentado um avanço muito expressivo. A partir disto ele também se torna um demandante de mão de obra qualificada, que é a verdadeira missão da nossa Escola e temos cumprido isso muito bem, não só no quesito de força de venda dos corretores, mas na qualificação de todos os demais técnicos demandados. Esse desenvolvimento do setor também acaba por valorizar mais esses profissionais, o que o torna um campo de trabalho bastante atrativo para os jovens. O setor de seguros também é muito diverso, e quando você tem um mercado em desenvolvimento, as especializações também passam a ser valorizadas. Se antes tínhamos apenas o técnico-generalista, hoje começamos a ver uma segmentação que atende as demandas por expertise.

Qual o perfil dos jovens que procuram cursos na área de seguros?

É um perfil de pessoas que já identificaram o potencial do desenvolvimento do mercado de seguros. Hoje, o jovem tem uma gama de informações bastante grande e ele sabe identificar com muito mais clareza quais os mercados que têm potencial de desenvolvimento. Então, analisando hoje o mercado da economia brasileira, é possível ver alguns segmentos mais alavancados. O campo da informática, por exemplo, é um. De 15 anos para cá, a Informática sofreu uma evolução enorme. Para chegar ao patamar dos países desenvolvidos, ainda há uma longa caminhada pela frente. Eu creio que o campo dos seguros também evidencia o potencial do desenvolvimento brasileiro. É normal que o jovem fique um pouco inseguro quando chega o momento de decisão sobre qual profissão seguir, principalmente porque às vezes a carreira que ele pensa em seguir está com o mercado saturado. Por isso que é importante estar aberto a novas opções. Aqueles que nos procuram para saber dos cursos na área de seguros, de alguma maneira já teve ou tem algum convívio com o setor, na maior parte das vezes por meio de um parente bem sucedido. É um modelo que acaba permeando na família. O curso de Administração de Empresas com ênfase em Seguros, da Escola Nacional de Seguros é relativamente novo, a primeira turma foi diplomada agora no último semestre, mas percebemos que há uma procura grande e os alunos interessados têm um perfil mais jovem hoje do que na primeira turma. Os alunos que optam por nossos cursos já entram bem focados no setor, sabendo como querem atuar.

O que o atraiu para essa área de seguros? Como se deu a sua formação profissional?

Eu ingressei no mercado de seguros em 1971, como office boy de uma corretora de seguros. Foi nessa oportunidade que tive o primeiro contato com o segmento e que construí uma carreira. Fiquei nessa empresa por 14 anos e saí após ter alcançado o cargo de gerente comercial, já com a intenção de estruturar a minha própria corretora, o que eu fiz em 1983. Desde então, não tive outra profissão ou outra atividade que não fosse seguro. O que me ajudou é que sempre gostei muito da matéria de seguros e das questões que envolvem o setor, como a comercialização, os sinistros, o atendimento ao cliente, o relacionamento com o mercado e com as instituições. Tenho paixão pela minha escolha. A minha entrada foi por acaso, pois não tive nenhum parente que me indicasse a área de seguros como um mercado com potencial, mas eu vivenciei e pude enxergar isso.

Nestes 40 anos de atuação, a instituição firmou-se como referência na formação de profissionais para o setor - em diversos níveis. Quais são os cursos atualmente oferecidos?

Temos uma diversidade grande de cursos técnicos e cursos básicos. Agora, as nossas maiores demandas estão nos cursos de habilitação de corretores de seguros - corretor de capitalização, corretor vida e corretor pleno, que é aquele que atua em todos os segmentos de seguros. Também temos os cursos de habilitação de comissários e avarias, que são os ténicos que fazem a avaliação e condução de sinistros; os cursos de MBA - pós-graduação, que temos oferecido e que tem tido grande demanda. Em alguns estados, como São Paulo, temos até lista de espera para este curso. Também temos cursos de menor duração, como Responsabilidade Civil, Riscos de Engenharia, Resseguros, entre outros. Estes últimos, que funcionam como especializações, têm tido muita demanda do mercado. Além dos cursos, também possuimos alguns convênios internacionais. Para os cursos técnicos não é exigido grau de escolaridade, já o de habilitação como corretor sim, para este é preciso ensino médio completo. Geralmente, as pessoas que procuram estes cursos elas já estão integrando o mercado, como escrituário em uma seguradora por exemplo. As pessoas, em sua marioria, buscam aperfeiçoamento para exercer melhor o seu trabalho. Além das 14 unidades regionais que a Escola possui, temos também o ensino a distãncia para diversos cursos. Atuamos com uma estrutura de instituições conveniadas de impacto nacional, todas as localidades são atendidas.

Quantos profissionais já foram formados pela instituição? Há alguma espécie de acompanhamento de como esses ex-alunos estão posicionados no mercado?

No histórico dos 40 anos temos mais de 100 mil profissionais que transitaram pela casa. Em média, formamos uns 3 mil corretores por ano no Brasil. Também tem o programa de palestras e de seminários que atende a várias pessoas. Impactamos, em média, 15 mil pessoas por ano. Estes números são mais incorpados dos últimos oito anos. Nós temos vários casos de sucesso de profissionais que passaram por aqui. O acompanhamento que fazemos é com base no quadro de corretores que se fixa no mercado. A Federação Nacional dos Corretores de Seguros hoje registra 70 mil corretores atuantes no mercado. Exatamente, todos eles em algum momento de suas vidas passaram por aqui. O aproveitamento da mão de obra no setor de seguros é muito grande.

Como é a estrutura da Escola e quais são as ações realizadas anualmente?

Nós temos uma biblioteca que conta com 40 mil títulos. É toda digitalizada e de fácil acesso. Também temos um número de publicação que fazemos regularmente para o mercado. Uma delas é a revista brasileira de Riscos e Seguros, que trata de artigos eminentemente técnicos do setor de seguros, hoje editada em inglês e espanhol e a revista Caderno de Seguros, que também já completou 30 anos de circulação. Além desta linha, também realizamos programas de convênio com universidades, oferecendo, inclusive, bolsas de estudo. Promovemos pesquisas acadêmicas e também mercadológicas, para identificar o posicionamento do setor e nichos de mercado. A Escola também realiza ações de responsabilidade social, como o programa Fauna Viva, no qual nossos alunos recebem mudas de plantas e fazem o plantio, temos o Amigo do Seguro, que qualifica para o setor de seguros, jovens oriundos de comunidads carentes, entre outros.

Imagino que os cursos de formação dos profissionais da área de seguro tenham ênfase em aspectos legais, no campo do Direito e das Ciências Exatas. Há também uma preocupação com a formação de valores e a conduta ética?

A questão da ética é tratada em todo o setor de seguros. O princípio do Seguro é a boa fé. A questão ética é fundamental para o desenvolvimento de qualquer profissional no setor de seguros e a Escola também cuida disso. Uma das disciplinas do curso de corretor de seguros é exatamente a Ética Concorrencial.

Como tem sido a procura pelo curso de graduação em Administração de Empresas com ênfase em Seguros e Previdência, lançado em 2006?

A procura tem sido extremamente satisfatória. Por ser um curso isolado e não dentro de uma grade universitária, ele tem certo prestígio, mesmo que não seja tão conhecido pelo público. A procura tem crescido bastante. Tivemos recentemente o encerramento do período de inscrições com 58 candidatos para 35 vagas disponíveis.

A Escola Nacional de Seguros investe na Educação a Distância, como forma de aumentar a capilaridade de seus cursos de formação? Como definiria a experiência com essa modalidade de ensino?

Temos diversos cursos de habilitação e qualificação que já funcionam no modo a distância. Estamos investindo na tecnologia de fazer também o exame a distância. Também estamos buscando a inserção dos demais cursos nesta linha. A nossa experiência com a ferramenta é positiva, pois exigir hoje um estudo presencial, muito mais que um investimento financeiro, exige um tempo que ás vezes a pessoa não dispõe, e que pode ser, em alguns casos, um grande inibidor. O ensino a distância é muito eficaz e a internet atua como facilitadora nesse sentido.

Quais os desafios da universidade para os próximos anos? Há previsão de abertura de novos cursos?

O desafio da Escola é acompanhar o desenvolvimento do mercado em uma posição de vanguarda. Se o mercado está se desenvolvendo, ele precisa de mão de obra qualificada e nós que precisamos ter a iniciativa de atrair os profissionais para este setor e qualifica-los. Esse é o nosso principal trabalho. Também temos projetos em andamento, no sentido de fazer da escola um grande centro de excelência no setor de seguros. Para isso, vamos instalar algumas cátedras, que são áreas de estudo aprofundado e voltadas para temas específicos. Temos o planejamento de oferta de outros cursos, até mesmo de graduação, mas sempre relacionados ao interesse do setor de seguros.

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