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ING está próximo de sair da Sul América

Fonte: Valor Econômico

Por Samantha Pearson e Joe Leahy | Financial Times, de São Paulo

O ING está vendendo sua participação na companhia de seguros brasileira SulAmérica num negócio que deverá ser avaliado em pelo menos US$ 1 bilhão, segundo pessoas a par da operação, desencadeando uma guerra de lances. Segundo uma fonte, a francesa Axa e a japonesa Tokio Marine emergiram, até agora, como os principais interessados na participação de 36% do ING na SulAmérica.

O ING não quis discutir detalhes do negócio, mas disse que a venda de seus ativos brasileiros está dentro de seu plano de desinvestimentos nas operações de seguros no mundo todo até 2013. O movimento faz parte do acordo com a Comissão Europeia em troca da ajuda estatal que o grupo holandês recebeu durante a crise financeira. Em julho, o ING vendeu suas operações na América Latina para o Grupo Sura da Colômbia por EUR 2,6 bilhões (US$ 3,73 bilhões).

A Axa e a SulAmérica não quiseram comentar o assunto e ninguém da Tokio Marine foi encontrado para comentar.

A participação do ING na SulAmérica, que está avaliada em cerca de R$ 1,5 bilhão, mas já produziu ofertas maiores, também dará ao comprador uma participação de 45% na Sulaspar, a controladora da SulAmérica formada principalmente pela poderosa família Larragoiti.

Não se sabe que direitos a família pode ter sob eventuais acordos, mas analistas especulam que ela provavelmente tem o direito de ser a primeira recusa sobre qualquer venda da participação do ING. "A venda está pronta há algum tempo. O problema tem sido as relações com a família", disse uma pessoa a par da situação.

As companhias de seguros brasileiras se tornaram alvos de investidores que tentam aproveitar a demanda crescente da nova classe média do país por melhores planos de saúde e seguros de automóveis.

"O mercado brasileiro ainda é subexplorado, mas vem crescendo muito nos últimos anos", diz Guilherme Assis, analista da Raymond James em São Paulo. "Embora haja um sistema público de saúde no Brasil, todo mundo quer migrar para o sistema privado", diz o analista, lembrando que apenas um quarto da população possui planos privados de seguro saúde.

Desde 2003, quase 49 milhões de brasileiros ascenderam para a classe média e a classe média alta, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

As companhias de seguros também vêm se beneficiando do aquecimento do mercado de trabalho, o que obriga os empregadores a oferecer mais benefícios para manter e atrair novos funcionários.

"Cada vez mais o seguro saúde se torna um benefício para os novos funcionários", diz Assis, acrescentando que as pequenas e médias empresas respondem hoje pela maior parte do crescimento da demanda.

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