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AIG vende seguro contra danos à reputação

Fonte: Revista Apólice

A American International Group Inc. entende alguma coisinha de publicidade negativa. Agora, uma subsidiária da seguradora americana - que precisou ser resgatada no auge da crise financeira de 2008 - está oferecendo um novo tipo de cobertura para minimizar o custo de contratação de especialistas quando uma empresa enfrenta uma crise potencial de relações públicas.

Batizado de "ReputationGuard", o seguro vai pagar ao detentor da apólice a contratação de duas grandes firmas de relações públicas, a Burson-Marsteller e a Porter Novelli, até mesmo antes que uma possível crise se torne pública. O seguro está sendo oferecido pela Chartis, a subsidiária de seguro geral da AIG.

Empresas costumam recorrer a essas firmas de relações públicas especializadas em crises quando precisam de ajuda para delinear suas respostas a eventos que possam causar danos permanentes a suas marcas ou negócios, como nos casos de recall de produtos, vazamento de dados, escândalos envolvendo executivos - ou resgates do governo.

Embora o anúncio da seguradora da nova apólice não diga isso, a AIG foi uma cliente da Burson-Marsteller depois de receber um enorme resgate do governo americano em 2008. Os bilhões de dólares que a AIG recebeu do governo causaram críticas generalizadas, desde os corredores do Congresso americano até noticiários humorísticos no programa Saturday Night Live, e a Burson-Marsteller foi convocada para ajudar a AIG a se defender.

A Chartis, aliás, nem era chamada de Chartis, até que mudou sua própria marca em 2009 para se distanciar da empresa controladora. O nome mudou de AIU Holdings como parte da estratégia de gestão de crise da empresa.

A Chartis não é a subsidiária que levou a AIG a buscar ajuda do governo, e boa parte do dinheiro do resgate já foi devolvida. O Tesouro americano ainda é dono da maioria das ações ordinárias da AIG, que continuam valendo menos de 95% de sua cotação no auge anterior à crise.

O custo do seguro ReputationGuard vendido pela AIG vai variar muito, com base em parte no tamanho da empresa que queira comprar a proteção, na consistência de seu plano de resposta a crises e na necessidade potencial de serviços de gestão de crises, disse Tracie Grella, presidente da divisão de responsabilidade civil profissional da Chartis.

A cobertura foi criada depois que conversas com compradores e corretores de seguro indicaram que havia um mercado potencial para o produto, disse Rob Yellen, diretor de subscrição da divisão de responsabilidade civil executiva da Chartis.

"Quando conversamos com nossos clientes, a preocupação com a reputação está bem no topo da lista das coisas com que eles se preocupam", disse Yellen. A apólice é projetada para cobrir uma ampla gama de problemas potenciais de relações públicas, "o tipo de coisa que um acionista veria como uma quebra de confiança", disse ele.

Yellen disse que a cobertura vai provavelmente interessar até mesmo a empresas pequenas e médias, porque elas talvez não tenham na própria empresa a expertise necessária em relações públicas durante uma crise.
"Existem empresas de todos os tamanhos enfrentando isso", disse ele, citando um estudo que mostra que quase 70% dos membros de conselhos de empresas de capital fechado ou aberto acreditam que o risco à reputação seja sua principal preocupação.

A Burson-Marsteller e a Porter Novelli foram escolhidas por causa de sua expertise em relações públicas durante crises e sua abrangência mundial, disse Yellen.

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